sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Conto mais

Amigo inseparável

Setenta e cinco, com corpinho de noventa. Confesso que nunca conheci uma pessoa tão metódica quanto o Seu Pereira. É sagrado: as seis está de pé, um café bem forte, duas ou três páginas do jornal e lá está ele cochilando na cadeira de plástico do alpendre.
Na sala, ai de quem tirar um badulaque sequer do lugar. Conserva na estante, com muito orgulho, as fotos dos tempos da guerra, quando liderou a frente de batalha brasileira.
O velho é muito apegado ao seu companheiro Lençoval. Um lenço antigo, uma raridade. Presente do pai no leito de morte. Lindo, o Lençoval: marrom, com listras beges e roxas na diagonal.
Todo dia, antes de sentar-se para o almoço, tira o dito cujo do bolso e coloca sobre a mesa, não muito longe, amparado pelo olhar protetor. Um espirro durante a refeição, lá está o amigo. Tosse não programada, entra novamente em cena o fiel companheiro. Ao final da refeição, costumeiramente, o bigode do velho cede ao lenço o último grão de arroz que se prendia aos poucos fios brancos.
Inesquecível uma tarde dessas, quando convidei Seu Pereira para um café em minha casa. Assim que chegou, sentou-se e eis que a tragédia veio à tona: o Lençoval escorregou da sua mão e caiu ao lado da minha cadeira. Era óbvio que, com todos aqueles anos nas costas, não seria capaz de resgatar o companheiro. Mas, até então, fingi que não tinha visto, torcendo para que...
- Meu filho, por favor, pega o lenço pra mim!
Não tive saída. Salvei o indefeso pedaço de pano marrom das prováveis mordidas do Rex.
Foi nesse mesmo dia que ele me contou sobre a despedida mais dolorosa da sua vida. Recém-casado, teve que embarcar para a guerra e deixar a esposa. O que o confortava era saber que teria a companhia do seu amigo durante o combate.
- Minha esposa, no cais, ficava cada vez menor. Eu do navio, alternava o Lençoval entre sacudidas de adeus, lágrimas e assuadas de nariz. Nesse dia fiz a promessa de que, se voltasse a vê-la, nunca mais lavaria meu amigo de pano.
Nem ouvi o final da história. Corri para o banheiro e coloquei para fora todo o meu almoço.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Teoria de Quinta

A morte anunciada inspira

Posso apostar minha vida. Se você soubesse que vai morrer em breve não ficaria se lamentando. Não o tempo todo. Depois do susto, você começaria a absorver os momentos derradeiros com muito mais intensidade. E faria mais coisas que tem vontade. E faria a sua vida ser mais digna de ser lembrada. E faria valer a pena.

Outro dia sonhei exatamente com isso: eu tinha pouco mais de uma semana de vida. Passado o choque, tratei de fazer um monte de coisas que eu queria fazer, porém vivia adiando. Comecei a dar mais valor ao ‘ser’ do que ao ‘ter’. Comecei a ser mais feliz.

Foi só um sonho, mas foi bem real.

Além da falta de coragem, o que faz a nossa existência ser mera existência é a sensação de que "temos todo o tempo do mundo" e assim acabamos por desperdiçar horas, dias, meses, anos. O filme Jogos Mortais, se baseia nesse argumento.

Saber que a morte é iminente é inspirador. Como bem canta Paulinho Moska, em sua música: “O último dia.”

Meu amor
O que você faria se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz, o que você faria?

Ia manter sua agenda
De almoço, hora, apatia?
Ou esperar os seus amigos
Na sua sala vazia?

Meu amor
O que você faria se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz, o que você faria?

Corria pr'um shopping center
Ou para uma academia?
Pra se esquecer que não dá tempo
Pro tempo que já se perdia?

Meu amor
O que você faria se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz, o que você faria?

Andava pelado na chuva?
Corria no meio da rua?
Entrava de roupa no mar?
Trepava sem camisinha?

Meu amor
O que você faria?
O que você faria?

Abria a porta do hospício?
Trancava a da delegacia?
Dinamitava o meu carro?
Parava o tráfego e ria?

Meu amor
O que você faria se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz, o que você faria?

Meu amor
O que você faria se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Me diz o que você faria
Me diz o que você faria...

Mais anúncios com letras desenhadas




Campanha da AlmapBBDO para a Fundação Eye Care. "Proteja-se do raios ultravioleta. Use sempre óculos escuros."



Campanha da RC (MG) para a Origen.
"Tecnologia em métodos de fertilização."

Anúncio da DPZ para a Academia Calflex.

Anúncio da Mr. Brand para a IntelliBiz.
"Damos sentido às palavras. Traduções empresariais."


Campanha da Dentsu para o Coral da Cultura Judaica.
"Coloque todo o seu talento para fora."

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Pelos Sí, a Pelo No!


Navegando pela web, conheci uma criação um tanto quanto ousada.

Os “Ursos” (comunidade de homossexuais que não se importam com a forma física, gostam de manter seus pelos no peito e cultivam barbas e bigodes), vêm ganhando cada vez mais espaço no mundo.

Pensando nisso, e acompanhando a tendência mundial de tirar os ursos dos guetos e deixá-los mais populares, o fotógrafo venezuelano Juan Antinoo lançou recentemente o calendário “Pelos Sí, a Pelo No” (Pêlos Sim, Sem Camisinha Não), com a intenção de alertar sobre a prevenção, cuidados e o uso de preservativo nas relações sexuais, buscando uma melhor qualidade de vida para as pessoas que vivem com HIV/Aids e grupos que vivem em situações de maior vulnerabilidade.

Utilizando como referência obras clássicas, Antinoo nos mostra a paixão, através de imagens irônicas, sem nenhum tipo de complexos, na tentativa de mostrar ao mundo que, mediante o uso de preservativo e com o tratamento adequado, a Aids é uma doença com a qual se pode levar uma vida digna.

Sou heterossexual, porém defendo quaisquer iniciativas que melhorem o relacionamento humano.

Muito bom o trabalho.

Com essa foto dá pra vender o quê?


Quais as associações possíveis que a imagem desse leão com olho roxo inspira? Dá para vender qual produto, serviço, marca?

Mostre sua criatividade, mande seu post com uma sugestão. Até domingo, a gente publica o anúncio original. Até lá. Abraços!

Letras desenhadas inspiram

O anúncio da Fischer para Teleton, com o texto desenhado e diagramado no formato de uma perna (post abaixo), me fez lembrar de outras duas campanhas que utilizam o mesmo recurso gráfico. É, letras desenhadas inspiram.



Campanha da Leo Burnett para o CVV.
"Não seja vítima de você mesmo. Ligue CVV."




Campanha da JWT para o Halls.
"Não deixe a vida parecer mais difícil do que ela é."

Curtinhas

"A amizade é como um bom café. Uma vez frio, não se aquece sem perder bastante do primeiro sabor".

Kant

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Fischer para Teleton: atinge o target ou só divulga a própria agência?



Foi meu grande amigo Eduardo Cavalheiro quem me alertou:
"Cara, pode parecer birra minha, mas eu acho absurdo criar um trabalho tão cool e ao mesmo tempo tão distante da apreciação do target deste tipo de ação. Parece que o anúncio já vem com o tag 'ego trip disfarçada de voluntariado', ou então 'feito para o CCSP ver'.

E no fim, caímos na hipocrisia de sempre. Um mercado que se diz tão diferenciado e dinâmico, mas que não abandona o velho vício de colocar o ego na frente do resultado.

Acho que a profissionalização e evolução do nosso mercado passa por questões como essa. E talvez, também por isso, estejamos tão longe de consolidar um mercado mais forte, respeitado e ético."

Pois é, Eduardo. Não acho que é birra sua não. Concordo com você. No site http://www.revistapublicidad.com/ há a explicação da campanha:

"Funcionários de áreas diversas da Fischer, solidários à causa, ajudaram a produzir os materiais da campanha, feita em caráter voluntário. Alguns posaram para as fotos dos anúncios, outros ajudaram a confeccionar e a pintar bonecos gigantes de papelão que aparecem nas mesmas peças.

"Nos anúncios, funcionários da agência posam junto a bonecos de papelão que simbolizam crianças deficientes. Em cada peça um deles completa a parte do corpo que falta no desenho. 'Você é o que faz mais falta na vida de milhares de crianças', diz o título.

Há também outros 2 anúncios que contam histórias de personagens que precisam de atendimento em texto diagramado no formato de uma perna e de um braço."

E então? A campanha cumpre seu objetivo ou foi feita só para promover a agência?

Dia mundial da animação

Em 28 de Outubro de 1892, o Francês Émile Reynaud cria o primeiro desenho (praxynoscópio), com um sistema de animação.

Este processo, segundo o qual cada fotograma de um filme é produzido individualmente, através de computação gráfica ou por fotografias (quadro a quadro), começou a ser estudado por volta de 1870, pelo fotógrafo Eadweard J. Muybridge.

No Brasil, começou a ser desenvolvido a partir de 1950, mas somente em 1960 passou a ter presença regular na publicidade e surgiram os primeiros profissionais da área.

Com o avanço da tecnologia e o investimento na capacitação profissional, a animação vem ganhando cada vez mais espaço, tanto em filmes e desenhos, quanto na propaganda, chegando muito perto da realidade.

Abaixo 2 exemplos deste fabuloso processo:



Pra quem estiver interessado, em Ribeirão Preto-SP, o Sesc está realizando a Semana Animada, até o dia 02 de novembro, com a mostra de curtas-metragens de animação nacionais e internacionais.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Filosofia de segunda

Educação: formação ou formatação?


Matheus Arcaro

É senso comum: a educação é o alicerce do homem. Tanto é que esse tema foi explorado exaustivamente no recente processo eleitoral.
Mas, como uma das propostas da filosofia é questionar os paradigmas, os dogmas, ponho duas questões: Será que é mesmo? E, se for, a escola está de fato formando cidadãos?

Para discutirmos isso precisamos analisar as teorias dos currículos escolares. O que é isso? É a escolha do que vai ser passado ao aluno. A questão central de uma teoria do currículo é determinar qual conhecimento deve ser ensinado.
Só aí já cabe uma grande reflexão: o material de ensino é sempre parte de uma seleção. Selecionar é uma operação de poder: ensinando isso e não aquilo, teremos um tipo X ou Y de ser humano. Sob esta perspectiva, o homem seria como uma prova de múltiplas escolhas. Livre para escolher, mas dentro de alternativas pré-determinadas.

Das teorias tradicionais de currículo, podemos destacar a de Bobbit. Sua proposta surge em 1918, no ápice da industrialização americana.
Para ele, a escola deveria funcionar como uma fábrica, pois ambas atuam como “um processo de moldagem”. O sistema educacional deve ser capaz de especificar precisamente que resultados pretende obter, quais os métodos para atingir esses resultados e como mensurar isso.
Os objetivos desse sistema são baseados nas habilidades necessárias para exercer com eficiência as ocupações profissionais da vida adulta.
Enfatizando o tecnicismo, sobra pouco para a criatividade.

As teorias críticas aparecem para inverter os fundamentos das teorias tradicionais. Elas desconfiavam do status quo, responsabilizando-o pelas injustiças sociais.
Um dos seus grandes expoentes é Althusser, que conecta educação e ideologia. Ideologia, para ele, são as crenças que nos levam a aceitar as estruturas sociais existentes como boas e desejáveis. A disseminação dessa ideologia é feita pelos aparelhos do estado: polícia, religião, família, mídia, e, principalmente, a escola, que atinge praticamente toda a população por um período longo de tempo.
Mas, como a escola transmite essa ideologia?

No trecho de um livro didático, fica evidente:
“Pedro adora jogar bola depois da escola. Seu pai não pode buscá-lo, pois trabalha duro para sustentar a família. Claudinha, sua irmã, vai ao balé três vezes por semana. A mãe cuida de todos. Maria limpa tudo. Ela já faz parte da família. É uma preta feliz”

Que beleza! Os filhos praticam as atividades condizentes aos seus sexos: o menino joga bola e a menina faz balé. A mulher, rainha do lar, é submissa ao homem mantenedor e se conforma com isso. E o pior: a empregada sente-se feliz pelo fato de ser tratada com dignidade por uma família de brancos, como se fosse o máximo alcançável por uma criada negra.

Para os autores Bowles e Gintis, a escola é o espelho das relações sociais do local de trabalho capitalista. Formata o aluno pelo próprio modelo de funcionamento: obediência às ordens, pontualidade, assiduidade, etc.

Para Bordieu e Passeron, a cultura da classe dominante é tomada como molde de ensino e, para que ela se mantenha como “a cultura” é necessário que pareça não arbitrária. Ai, ocorre uma dupla violência: a imposição da cultura de um lado, e a ocultação da imposição, de outro.

Outro trecho de livro didático evidencia isso:
“O operário mostra suas mãos cheias de calos: durante toda a terra tocaram a terra, os fogos, os metais. Estão cheias de riquezas, estão negras, cansadas e pesadas; Diz o senhor: Que beleza! Assim são as mãos dos santos.”

É sutil a maneira como os valores são impostos. Mas, analisando esse excerto, podemos extrair, dentre outras coisas: a hierarquia senhor-escravo, o elogio às conseqüências do trabalho para a manutenção dessa hierarquia, a comparação das mãos do trabalhador a um ícone da igreja católica, etc.

Ao contrário do pensamento vigente hoje em dia, Aristóteles hierarquizava os saberes da seguinte forma: primeiro as ciências teoréticas, que cuidavam do estudo das causas primeiras. Depois as ciências comportamentais, que compreendiam a política e a ética. Por fim, as ciências produtivas, mecânicas. Por isso, afirmava o pensador, que o cidadão não podia trabalhar, pois para quem trabalhava não sobrava tempo à reflexão. O trabalho equivalia, portanto, a condenar-se a uma existência mecânica.

Aristóteles prezava o conhecimento pelo conhecimento. O fundamental para ele era cultivar a essência do homem: a sua racionalidade.
Mas, no sistema no qual estamos inseridos, isso é inconcebível. Não há porque conhecer o que não me vai ser “útil”.
Isso explica a predominância do modelo tecnocrático de Bobbit até hoje.

E, talvez explique também porque os cursos de administração estão sempre lotados e os de filosofia sofrem para formar uma turma.

domingo, 26 de outubro de 2008

Com essa foto a Ogilvy de Mumbai vendeu...


Sargam.
Conceito: "After meal mouth fresheners."

Agora as três melhores idéias, na nossa opinião, foram:

Escola Panamericas de Artes.
Quem pensa diferente faz diferente.

Criação do Oswaldão. Boa, Oswaldão.

Um apartamento de frente para o mar tem mais vantagens do que você imagina.
Royal Resort. Obviamente, últimas unidades.
Criação do Jão. É isso aí, Jão.

Dr. Braulio Terapeuta.
Para casais que dormem juntos. Somente.

Criação do Chuck Norris Junior. Valeu, Chuck.

Valeu, quarta-feira tem outra imagem.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Conto mais

Todo mundo faz

Parece até provocação. Basta sair de casa e aquela vontade marota o deixa com a pulga atrás da orelha. Será que dá tempo? Será que eu volto? Será que passa?
Alguns minutos e vem a constatação: não tem jeito. Precisa de um banheiro, de um senhor banheiro. Afinal, pensa consigo, o “número dois” merece um lugar especial.
Procura daqui. Procura dali. As pernas já não obedecem. É hora de frear, mas a direita acelera. O suor escorre rosto abaixo.
Por um milagre, acha uma vaga para estacionar. A mão trêmula faz sinal do lado de fora do vidro.
Mal entra no bar, e grita:
- Banheiro?
O chinês que o atende não fala quase nada de português, mas se aproveitando do desespero do pobre coitado impõe:
- Cinco “real”.
Contrariado paga a exorbitante quantia e, tropeçando em seus próprios passos, chega à porta. Constrangido, olha de um lado pro outro, certificando-se inutilmente de que ninguém o observa.
É um rei, prestes a ser coroado. A majestade rumo ao trono.
Com pressa para ser empossado, corre até o vaso, fecha a porta e o alívio vai aos poucos tomando o lugar da agitação.
Sem muito que fazer, lembra-se de uma conversa que teve dias atrás com uns amigos: por que tanto acanhamento numa atividade inerente a todo ser humano?
Todo? É estranho pensar, mas até mesmo a rainha da Inglaterra, com toda sua pompa, tem que fazer. Quer algo mais inconcebível do que a Sandy sentada ali? Moça educada, cheia de “não me reles, não me toques”.
Seus pensamentos são bruscamente interrompidos pelo barulho da torneira aberta. Solta aquela tossidela para encobrir a possível flatulência.
Volta a pensar.
É verdade. Uma coisa tão normal e eu com toda essa vergonha?
Já é hora de mudar isso, começar uma nova visão, desprovida de qualquer preconceito.
Seguro, pronto para quebrar esse paradigma, levanta.
Mas antes de sair, cola o ouvido na porta para certificar-se de que o sujeito que estava ali, já havia saído.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Teoria de Quinta

A atitude é mais importante do que o talento

Em quase 10 anos dando aula, conheci muito mais alunos talentosos do que com atitude. Não que o talento esteja brotando por aí em qualquer beira de estrada, o problema é a escassez, a falta de gente com vontade de fazer.

O desinteresse, a preguiça, o “deixo a vida me levar, vida leva eu” parecem pautar o dia-a-dia de cada vez mais pessoas. Não é à-toa, portanto, que quem tem um pouquinho mais de disposição e energia frequentemente esteja alcançando maior sucesso. As empresas preferem quem põe a mão na massa.

É um desperdício gente com talento desprovida de iniciativa. Porque o talento, por si só, é estéril. Já a atitude, mesmo carente de engenhosidade, faz o mundo girar.

Não. Não estou aqui fazendo a apologia dos cabeças-de-bagre empreendedores. Na verdade, romanticamente, minha intenção é despertar nos inteligentes criativos a faísca que os coloque em movimento. Não é tarefa fácil. Mas vou seguir tentando, fazendo em vez de ficar só pensando, pensando...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Nizan Guanaes X Fábio Fernandes

Imperdível! Vejam a briga e opinem. Quem está certo?

Com essa foto dá pra vender o quê?


Quais as associações possíveis que a imagem dessa cama inspira? Dá para vender qual produto, serviço, marca? Mostre sua criatividade, mande seu post com uma sugestão. Até domingo, a gente publica o anúncio original. Até lá. Abraços!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Li-verdade

De repente ela passa e o perfume penetra em meu pulmão.

Maravilhosa!

Mas, num instante o espanto: um abraço. Logo um beijo.

E tudo antes belo agora dilacera.

Um negro? Pergunto-me.

Talvez numa atitude racista. Mas não sou racista!

Começo a observar tudo.

Mas que roupas são essas?

Será que é africano?

Deve ser filho de Ogum, gostar de Olodum, cultuar Iemanjá.

Ah! Deixa pra lá.

Afinal negro é guerreiro, esse deve ser afro-brasileiro.

Deve sambar e batucar.

Mas o que ela viu? Indago-me.

Será a capoeira, a ginga, o berimbau?

Será a cor, o suor ou o visual?

É tudo um pré-conceito.

Escravo! Claro.

Mas não ele. Eu!

Segundos de pensamento milimetrado.

Fico abismado. É natural.

A cultura é plural.

O Brasil é o país da miscigenação.

Ele e eu, irmãos.

Escravo! Eu repito.

Ela nem estava tão cheirosa assim.

Quer saber, ela nem passou por mim.

Melhor assim.

Não quero mais ser escravo.

Vou arrancar meu nariz.

Vou ser feliz.

Pra que oxigênio?

Quero veneno! 

Seis dicas para se dar bem, de Alex Bogusky


Em entrevista para o imediaconnection, Alex Bogusky, da Crispin Porter+Bogusky, deu 6 dicas para quem quer se dar bem no mercado publicitário.

Que sirva de inspiração:

1. Venda a solução e não os anúncios

2. Fomente a criatividade

3. Siga seu nariz e não o dinheiro

4. Sempre diga a verdade

5. Olhe à frente mas não tão longe

6. Faça o que você gosta e não o que quer

Fonte: http://www.lafora.com.br/

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Filosofia de segunda

Vingança ou educação?

Não sai da mídia. Evidentemente, o seqüestro que resultou no trauma físico e psicológico da menina Nayara e na morte de sua amiga Eloá, chocou a todos.

Mas, emoções à parte, o que proponho aqui é uma análise sob outro ponto de vista: mais racional e menos sensacionalista.

A sociedade, assim como no caso do menino João Hélio e no da Isabela Nardoni, clama por punição. Mas, ao fazer isso, exige que tipo de justiça?
Amarrar o bandido no paredão e fuzilar a sua cabeça? Isso! Segundo a maioria do “respeitável público” (sim, porque esse caso virou um número circense ou uma minissérie), esse tiro devia ter sido disparado nas inúmeras oportunidades em que o meliante apareceu na janela.
Se de fato isso ocorresse, poderíamos nos considerar saciados?

Em sua obra “Crepúsculos dos Ídolos” Nitzsche afirma que todo aquele que exige justiça com ar de indignação é alguém que só percebe a própria dor e sofrimento como algo trazido “de fora” por outro. Esse indivíduo é incapaz de notar que o seu sofrimento vem do seu próprio instinto de vida enfraquecido e da sua incapacidade de criar algo afirmativo. Recrimina-se por não poder criar; cultiva o sentimento de raiva em relação àquele que cria e reage contra tudo diferente de si. Afirma a própria indignação, negando sua condição ressentida.

Para o filósofo, esse modo de pensar é fruto de uma educação niveladora e imbecilizante que ensina os indivíduos a serem meros “animais de rebanho”, desprovidos de singularidade. Numa palavra: fracos. Quem é fraco, precisa de apoio: no caso de um culpado.
A fraqueza está no anseio de vingança, pois alguém sempre tem que ser culpado pelo meu sofrer.

A discussão aqui sequer resvala numa apologia à impunidade.
O fato é que a vingança nada mais é do que um modo apequenado de ação.
O que deveria pautar o tema é a necessidade de analisar as causas produtoras de tamanha crueldade.
Por que não exigimos algo diferente como a educação preventiva e a renovação do conceito de cidadania?
Por que raramente vemos uma grande mobilização social (sem fins eleitoreiros) exigindo o cumprimento dos serviços públicos básicos?

Precisamos criar valores para além desse modo ressentido no qual nos atolamos, pois os ressentidos preferem a vingança e a punição ao invés de investir suas forças em educar. E não podemos nos esquecer que punir serve muito mais para amarrar do que para formar o homem.

domingo, 19 de outubro de 2008

Com essa imagem foi feito um anúncio para...


Burger King.
Conceito: "Real Big Burgers."

Agora as duas melhores idéias, na nossa opinião, foram:

Terça Insana. Você vai rir muito.
Criação do Faustão Ho-Ho-Ho. Boa, Fausto!

Use no acabamento. E em obras mal-acabadas.
Adesivos profissionais Henkel.
Criação do Pete Wentz. Valeu, Pete!

Valeu, quarta-feira tem outra imagem.

sábado, 18 de outubro de 2008

Mais um

Todo mundo sempre fica na expectativa dos comerciais de Sony Bravia, ícone de excelência criativa e de superprodução.

Esta semana começou a ser veiculado na Nova Zelândia o novo filme da marca, denominado "Domino City", criado pela Agência Bates 141, de Cingapura.


Apesar da produção ter ficado bacana, eu achei inferior aos comerciais anteriores, criados pela Agência Fallon, de Londres.

"Balls"


"Paint"


"Play-doh"


sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Conto mais

Toda sexta, vamos publicar um conto, uma poesia, uma crônica, enfim, um texto bacana para entreter o nosso fim de semana. Se você gosta de escrever, envie seus textos pra nós (oqueinspira@oqueinspira.com). Os mais bacanas, nós publicamos.
Esse poema, de minha autoria, retrata um pouco de um cara que acaba de se descobrir.

Ser difuso

Embriagado de um silêncio áspero,
O antes já não cabe em seu tempo.
A ausência, roxa e fria,
De um EU senhor de si,
Rasga o peito, esmaga o hoje.

Oh, Natureza meticulosa!
Madrasta!
Despida, traz o véu entre os seios,
Astuta, tortura-me no belo,
Na simples complexidade dos filhos.

Estou aqui! Estava? Estanque.
Da boca que jorrava versos cálidos,
Que vacilava entre o sim e o talvez,
Hoje sobra repulsa, expulsa o sabor.
Aos braços, que carregavam o futuro,
Cabe juntar o entulho, o esqueleto da verdade.

Encontro-me nos outros,
Semelhantes tão diferentes
Quanto o que deve ser feito
E o feito de fato.

Ao espelho,
O resto de mim.

Descoberto.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Com essa foto dá pra vender o quê?


Quais as associações possíveis que a imagem dessa boca inspira? Dá para vender qual produto, serviço, marca? Mostre sua criatividade, mande seu post com uma sugestão. Até sábado, a gente publica o anúncio original. Até lá. Abraços!

"Mídia líquida"


Conceito que visa acabar com o problema de comunicação entre os vários tipos de dispositivos é a nova aposta do Nero.

O Move It, um programa desenvolvido para liberar o usuário da obrigação de usar os programas dos fabricantes de dispositivos na hora de fazer o transporte de dados e sua distribuição para outros meios, deve chegar ao Brasil em novembro.

A idéia geral é uma interface arrastar e soltar, ou seja, não mais teremos que nos preocupar com compatibilidade na hora de transferir arquivos de um dispositivo para outro.

O resultado é, por exemplo, um vídeo que pode rodar ao mesmo tempo no videogame, no smartphone, num site de vídeos como o YouTube ou uma foto que abre tanto no celular como em sites de comunidade.

Clap, clap, clap.




terça-feira, 14 de outubro de 2008

Mais de perto



Não, este anúncio da Fischer America não é novo, é de julho. Mas ainda está sendo veiculado. E como a proposta central do blog não é o ineditismo, mas sim a discussão de idéias bacanas, resolvi postá-lo.

Ele ressalta a potência do zoom da câmera lumix (panasonic).

Nada de título. Nem uma frase. E precisa?

Organizado perfeitamente






Mais anúncios geniais da Kolle Rebbe de Hamburgo para a Bisley, marca que vende gavetas, fichários, módulos, etc. Criatividade na veia. Uma idéia realmente inspiradora.

O código redondo

A Agência F/Nazca retoma a campanha “O código redondo de Skol”, lançada no ano passado, desta vez com o filme “Saturno”.

O novo VT começou a ser veiculado na noite desta segunda-feira (13/10) com a versão de 60 segundos.


Também está no ar o site da campanha, onde podemos fazer o download de wallpapers e tentar descobrir o tal código através de um game.

A promessa é que, desvendando o tal código, descubra-se a fórmula inimitável da cerveja Skol.

O tema é o mesmo do filme "Copérnico" (2007), mas desta vez os ETs é que trazem um dos ingredientes mais importantes para o sucesso da cerveja: a água redonda, vinda dos anéis de saturno, que unida a uma fórmula secreta, significa o segredo da qualidade Skol.

Ainda este mês o filme ganhará versões de 30, 15 e 5"e intervenções criativas durante a programação de algumas emissoras.

Desde o lançamento da campanha, apesar da excelente qualidade dos filmes, muito se comentou a respeito do tema lembrar, e muito, a campanha “Teorias” criada pela Agência Talent para a Bavária Premium.

Discussões à parte, pra mim os melhores comerciais de cerveja são os da Stella Artois. 

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Filosofia de segunda

Há semanas venho escrevendo sobre assuntos filosóficos e, no entanto, ainda não pontuei como se deu o próprio surgimento da Filosofia. Pois bem, aí vai:

Até o século VI a.C, tanto os povos orientais, como os gregos, buscavam no Mito a explicação para o surgimento do Universo. A ordem do mundo instaurava-se por uma potência divina que preservava o equilíbrio. Um exemplo clássico é a Teogonia de Hesíodo, na qual, resumidamente, o espírito ordenador de Zeus estabeleceua ordem (o fim do Caos) e criou o Olimpo.
As explicações míticas eram consonantes com as sociedades rigidamente hierarquizadas, nas quais o déspota personificava a mediação de todas as instâncias.
Dentre os fatores mais relevantes que contribuíram para a mudança desse cenário, ou seja, para o surgimento da filosofia na Grécia, destacam-se:

1- Viagens marítimas
As viagens propiciavam o conhecimento de muitos territórios, povos e culturas. Além do mais, serviram para desmistificar os heróis e deuses que habitariam essas terras distantes nos escritos míticos.

2- A moeda
Com o uso da moeda, houve a incorporação de um valor abstrato, o que favoreceu o pensamento teórico.

3- Desenvolvimento do comércio e artesanato
O homem, agindo sobre a natureza, podia agora fazer coisas sem depender dos deuses.

4- O calendário
Até então, o tempo do homem era consonante somente ao tempo da natureza (dia e noite). Com o calendário cívico e o tempo linear, o homem o desprendeu-se do sobrenatural.

5- Aperfeiçoamento do alfabeto
É fato que os gregos não inventaram o alfabeto. Mas antes, os símbolos eram desenhos que remetiam à realidade. O alfabeto grego, ao usar sinais separados da realidade concreta para representar a realidade, contribuiu para a abstração.

6- A polis
Sem sombra de dúvida, o ponto central para o surgimento da filosofia na Grécia, foi o surgimento da polis.
Com a dessacralização da política, a palavra (em substituição a oralidade mitopoética) passa a ser o instrumento de poder: a discussão, a argumentação e o confronto explicativo passíveis do entendimento público.
As leis passam a ser “coisas” humanas e partilhadas. Surge o conceito de comunidade cívica e o cidadão passa a pertencer ao sistema de normas racionais.
Com a dessacralização do saber, o cosmos e o surgimento do universo são objetos da análise racional; problemas que devem ser resolvidos unicamente pela razão.

Nasce a filosofia, então. Seu patrono é Tales. Mas isso fica para uma próxima oportunidade.

domingo, 12 de outubro de 2008

Com essa imagem a Kolle Rebbe da Alemanha vendeu...


A marca Bisley, que vende armários, fichários, gaveteiros, entre outros móveis. Assinatura: "organizado perfeitamente."

Agora as duas melhores idéias, na nossa opinião, foram:

Tic-tac uá-uá, tic-tac tum-tum.
Linha Sport Technos com mp3 e frequencímetro.
É tempo de potência.
Criação do Denis Quaid. Parabéns, Quaid. Bela idéia!

Desconstrua tudo.
Curso de inovação. ESPM.
Criação do Maurício. Ótimo senso de observação, Maurício!

Valeu, quarta-feira tem outra imagem.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Tá afim de uma “pelada”?


O tão aguardado Fifa 09 finalmente chega às lojas do Brasil, na versão PC DVD.

Nessa nova versão de uma das séries de futebol mais famosas do mundo dos games, além dos aprimoramentos na parte gráfica e novos estádios, várias técnicas prometem agradar aos fãs, como: elásticos, carretilhas, fintas com o calcanhar e roladas de bola.

Entre as principais inovações destaca-se o Adidas Live Season, que funciona como uma atualização dinâmica das informações do mundo real do futebol. Com este recurso será possível mudar o balanceamento dos times e jogadores conforme as temporadas.

Quantos de nós já não viramos madrugadas desafiando amigos que muitas vezes são 'perna de pau' nas peladas, mas craques no game? 

Eu, particularmente, já fui muito bom nisso.


E por falar em marca...


Li esse artigo hoje no www.lafora.com.br. Achei tão bom que resolvi postá-lo abaixo:

Existe uma tendência cada vez maior de utilizarem a mídia exterior para gerar “buzz”, boca-a-boca e comentários entre consumidores sobre a marca.

Para entendermos melhor este mecanismo, fiz um breve resumo de um artigo de Richard Pinder, COO da Publicis Worldwide, publicado na revista Contagious.

Contágio não é apenas buzz. É uma forma de construir sustentabilidade para a marca através de de grandes experiências que façam as pessoas falarem positivamente sobre a marca. E muito antes de ser um fenômeno da internet, este já era um jeito original de construir marcas.
A regra do contágio é” mudar a conversação” e as marcas que fizerem isto melhor serão “líderes de conversação”

Oito regras para se destacar na Era do Contágio

1 – Você é parte da conversação, quer você a gerencie ou não
No passado, havia uma máxima de que de que cada consumidor insatisfeito multiplicava sua insatisfação por mais 10 pessoas. Agora ele multiplica para mais 10 mil, por causa da internet.

2 – Tudo o que você faz vira conversação. Não importa se é aquilo que você chama de marketing ou não. O que você saiba ou não.
Para agências de publicidade, isso significa que você não pode gerenciar conversações sem ter um ponto de vista para cada aspecto da experiência de produto do seu cliente.

3 – Mudar a conversação a seu favor é o que fará o seu negócio crescer
Marcas com maiores recomendações em sua categoria crescem 4 vezes mais rápido do que a média da categoria.

4 – A maior parte do que hoje se posiciona como buzz ou boca-a-boca é completamente irrelevante
É transitório e desconectado. Não muda a conversação. Ser comentado não é, por si só, uma proposta de valor.

5 – Você deve ser comentado em relação a coisa que realmente importem para o consumidor, e que mudam o rumo da conversação
Se não, é só blá-blá-blá

6 – Grandes marcas lideram a conversação adotando um ponto de vista que vai além da categoria.
(N.E. Aqui o exmplo é meu: Campanha Real Beleza, de Dove)

7 – O marketing tradicional pode mudar a conversação, mas para conseguir isto ele deve ser de alto nível.
Mesmo em 2008, a publicidade em Tv é a que mais gera conversação e mudanças em conversação. Mas quando for criar, não pense no spot, pense na conversação que começa depois do spot.

8 – Ações simbólicas têm imenso poder de contágio, se elas cristalizarem uma visão poderosa
Uma campanha para uma cerveja neozelandesa que ressaltava a importância da amizade e da cerveja, colocou um pub num barco e o enviou para a Inglaterra para que neozeandeses de lá pudessem se encontrar e tomar sua cerveja favorita.

Minúsculos contos do nosso dia-a-dia

Posso te dar um beijo?

O tarado se aproximou da garota e tentou criar um vínculo:
- Quer um bombom?
- Não gosto de bombons. Gosto de chiclete.
- Chiclete faz mal para os dentes.
- E bombom faz mal para o meu regime.
- Que regime?
- Eu preciso fazer regime. Tô ficando gorda. Minha mãe diz que se eu quiser ser modelo eu tenho que ser magra.
- Sua mãe é uma tonta.
- Tonto é você.
Ele se arrependeu de ter dito aquilo. Não era uma boa tática xingar a mãe da vítima. Precisava ganhar confiança.
- Tem razão. Sou um tonto mesmo.
- É.
Ele ficou chateado com a sinceridade da menina, mas resolveu se controlar e partir para o ataque de uma vez.
– Posso te dar um beijo? – Ele pediu, dedos cruzados, confiando no seu bom perfume e hálito refrescante.
A menina de 6 anos ficou olhando pra ele de um jeito que não sabia. Por fim falou:
- Pode, mas só um.
O tarado sentiu alguma coisa vibrar dentro dele. O beijo era o começo de tudo. Foi chegando mais perto da menina e sentindo o calor do corpo dela. A pele fresca, o odor infantil. Um mundo de mistérios a ser explorado.
Fechou os olhos e roçou docemente os seus lábios no rosto da menina. Queria guardar pra sempre aquele momento da conquista. Empolgou-se como era de se esperar e agarrou Mirella num abraço forte, de urso. A menina se assustou, tentou desvencilhar-se a todo custo, mãozinhas e perninhas se debatendo contra o perigo.
- Não! Assim não. O que você está fazendo? Você está me machucando, papai!!
A mãe de Mirella chegou logo, cinzeiro na mão, cinzeiro na cabeça do tarado. Naquele dia mesmo se mudou para a casa da mãe levando a menina e três vestidos.
O tarado foi preso por esses dias. E a menina felizmente nunca mais perguntou do pai que, dizem, virou mulher de bandido na cadeia.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Teoria de Quinta

A sorte vale mais que o esforço

Quem tem sorte, invariavelmente, tem sucesso. Quem tem esforço, nem sempre. Pode ser sabotado por chefes cruéis, por mercados em crises, por concorrentes desonestos. Só pode ser por isso que as pessoas desejam boa sorte umas para as outras. Nunca conheci ninguém que tivesse me desejado: “Bom esforço, Raul.”

Se Deus, antes de você nascer, lhe fizesse uma pergunta: prefere ser uma pessoa sortuda ou esforçada, o que você escolheria? Nem precisa responder. A sorte salva de acontecimentos trágicos, promove pobres mortais em milionários. O esforço pode até resultar em êxito, mas vem sempre carregado de suor, bolhas nos pés, calos nas mãos.

Quem tem sorte só precisa esperar que as coisas caiam do céu: amores, amigos, promoções, bilhetes premiados da loteria...

O único problema: a sorte depende de N fatores, fatores incontroláveis à nossa vontade. Não é passível de ser criada a partir de uma fórmula, não é possível ser rastreada. A sorte tem vontade própria. Aparece quando quer e foge da compreensão da natureza humana, dos seres galácticos ou dos produtos transgênicos. Agora o esforço, bem, o esforço só depende de você. Vai esnobá-lo?

Boa sorte!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Eles não ligam pra nós

O caos na economia americana que se estendeu por todo o mundo nos últimos dias levantou um tema muito interessante (e preocupante).

Investidores e banqueiros estão perdendo muito dinheiro. Políticos estão descabelados tentando resolver a crise, e nós, pobres mortais, ‘subdesenvolvidos’, é que vamos pagar o pato, ou melhor, os impostos.

Rivais estão de mãos dadas em busca da solução.

Mas porque não fazem isso para acabar com a fome no mundo? 

Abaixo um clipe que retrata esta situação.


A pele fala mais alto, a morte fala mais alto

Todo mundo passando mal

...

Diga o que se tornou minha vida

Eu tenho uma esposa e dois filhos que me amam

Eu sou a vítima da brutalidade da polícia

Eu estou cansado de ser a vítima do ódio

Você está tirando o meu orgulho

Oh, pelo amor de Deus

Eu olho para o céu afim de cumprir sua promessa

Deixe-me em paz

 

Conte-me o que tem se tornado os meus direitos

Eu sou invisível porque você me ignora

Sua constituição prometeu-me livre, liberdade

Eu estou cansado de ser vítima da vergonha

Eles me atiraram numa classe com um nome ruim

Eu não consigo acreditar que esta seja a pátria na qual eu nasci

Você sabe que eu realmente odeio dizer isso

O governo não quer enxergar

Mas se Roosevelt fosse vivo

Ele não deixaria isso desse jeito

 

Algumas coisas na vida eles simplesmente não querem ver

Mas se Martin Luther fosse vivo

Isso não ficaria desse jeito

 

Você não vai dizer se eu estou certo ou se estou errado?

 

Tudo o que eu quero dizer é que

Eles realmente não ligam para nós!

Com essa imagem dá pra vender o quê?


Quais as associações possíveis que essa imagem inspira? Dá para vender qual produto, serviço, marca? Mostre sua criatividade, mande seu post com uma sugestão. Até sábado, a gente publica o anúncio original. Até lá. Abraços!

No mundo da propaganda, você é o que você faz







Campanha "Assinaturas" da AlmapBBDO para a Panamericana Escola de Arte e Design. Produto: Inscrições para Clio Awards 2006.

Só para complementar o post abaixo do Matheus.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Afinal, quem sou eu?

Da série conceitos muito usados

Você é o que você...

Esta estrutura foi, é, e, provavelmente, será usada por muito tempo.
Sendo bombardeado com essa mensagem por várias marcas, de diferentes segmentos, acho que vou precisar de um analista, pois começo a sentir uma certa crise de identidade.








De cima para baixo:
Você é o que você come
Você é o que você veste
Você é o que você faz
Você é o que você fala


Não é fácil ser único


Mais dois anúncios para a campanha da BMW.