sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Baterias automotivas? Dá pra ser criativo.



Comercial criado pela agência Firehouse, de Dallas.

Século XXI?

Recentemente, em nome da moral e dos bons costumes, tiraram do ar um comercial da Havainas no qual uma senhora dizia a palavra "sexo" para a neta.

Na última semana entrou no ar a campanha "vamos ao savana" da Abelha Rainha. E adivinhem?!O comercial foi censurado pela Rede Globo antes mesmo de verem o filme.
"Motel, a partir desse mês, só depois das 22 horas.

Fiz questão de comparar o comercial com o trecho da novela "Duas Caras" . O que é mais "imoral"?







E mais: no portal da EPTV (retransmissora da Globo), a peça abaixo foi censurada por ser considerada "forte" demais. O que quer dizer essa palavra, pergunto eu.



Definitivamente, estamos a mercê do Império da Hipocrisia.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Massa!

A empresa americana Moody Pets lançou uma bola com bigode para deixar as brincadeiras dos cachorros mais divertidas (pra nós).


quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Twittada

Qual sua atitude diante do aquecimento global?

Ligar o ar condicionado?

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Burtonland no MoMA

Essa é pros brazucas que estão aproveitando a valorização do Real pra dar “aquela” viajada.
Um dos diretores mais inovadores da história do cinema, Tim Burton, conhecido pelo romantismo, melancolia e solidão de seus filmes, também é talentoso nos desenhos, pinturas e esculturas. Suas obras estão em exposição no Museu de Arte Moderna de Nova York.













Vale a pena conferir.

MoMA
11 West 53 Street

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Gosta de ler?

Olá jovens.
Desculpem a ausência.
Esta semana postarei um resumo das demais palestras que assisti no Intercon.
Enquanto isso, aqui vai uma dica muito bacana para quem, ao mesmo tempo, gosta de ler e é antenado.
Trata-se da rede social "O livreiro", uma espécie de orkut do mundo dos livros, onde podemos criar ou participar de comunidades e debates sobre autores favoritos, comentar, conhecer pessoas com os mesmos gostos literários e, inclusive, comprar livros on line.

Se interessou? Clique aqui e confira.

Abraços.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Quer ser um bom publicitário? Não faça publicidade.

Esse título fala “publicitês”, diria grande parte dos diretores de criação. Tem ironia e um duplo sentido que, apesar de duplo sentido, enseja uma séria questão axiológica. Se meu filho (embora ainda não o tenha) chegasse de supetão e dissesse “pai, quero ser publicitário!” o que eu faria? Primeiro, usaria de todos os subterfúgios para arrancar essa idéia maluca de sua cabeça. Se o moleque batesse o pé, aconselhá-lo-ia a não cursar Publicidade, Propaganda, Marketing e afins. A faculdade, ao mesmo tempo em que suscita um deslumbramento, condiciona o universitário a pensar publicitariamente, dentro de um modelo pré-concebido. Eis o primeiro sentido de não fazer publicidade que o título sugere. Mas, não fazer publicidade, significa, principalmente, não praticar essa publicidade bunda mole, viciosamente circular, que é mera reprodução. Uma publicidade que usa o que já deu certo como meta e não como parâmetro para fazer diferente.

A maioria dos publicitários de hoje entende um tanto de publicidade, mas não entende de comunicação. A começar, não conhecem os mecanismos do conhecimento humano, as possibilidades que a sua estrutura cognitiva propiciam. Mais que isso: não conhecem o funcionamento da vontade, da faculdade de desejar, que é a mola propulsora do consumo; aquela faísca que desperta a empatia por esta ou aquela marca e cria a necessidade de compra.
Não conhecem, ainda, os meandros do sistema que fomentam, o sistema para o qual trabalham 10 ou 12 horas de cada santo dia seu. Por que é assim e não assado? Quais os caminhos históricos percorridos que fazem do mundo o que ele é hoje? Qual a origem do capitalismo? Grande parte não conhece sequer a origem da propaganda. Não sabe que se faz propaganda (propagare em latim) desde a Idade Média pela Igreja Católica com o intuito de difundir a fé cristã e que bem antes disso (mesmo sem a utilização do termo), os escritos de Lívio, já eram obras-primas da propaganda estatal pró-Roma.

Aí, quando questionados, quando colocados contra a parede, as reações dos profissionais são as mais diversas, dependendo da área de atuação.

Uns vêm com milhares de gráficos, tabelas, slides e querem mostrar que a publicidade tem um “quê” de exatidão. Querem provar por A mais B que a propaganda pode ser ciência. Mas, esses profissionais, que andam com a calculadora na bolsa e o esquadro debaixo do braço, apresentam, por exemplo, perfis sociais que mais parecem referir-se a pastas de um almoxarifado do que a pessoas. “É preciso fazer essa mídia e aquele canal para atingir o público-alvo (target para os mais empolados) - homem, 25-50, classe B”. São receitistas. Para a doença X, o remédio Y funciona. Por quê? Porque sempre funcionou, ora bolas.

Do outro lado, os ávidos por novidade. Engajamento, envolvimento, convergência, conteúdo colaborativo, redes sociais. Eis alguns termos já desgastados para esses caras (sem contar as milhares de siglas que nem eles mesmos sabem os reais significados).
“Nessa campanha, vamos usar o Twitter, You Tube, criar um perfil no Orkut e outro no Facebook...”
“Ótimo, mas o quê, efetivamente, vamos colocar nesses meios?”
“Isso depois a gente vê.”
Não sabem distinguir o novo da novidade. O novo é aquilo que chega e implanta uma modificação positiva e consistente. A novidade é efêmera. É modismo. É passageira. Ilustro com o “Second Life” que era a grande revolução para muitas marcas. E quem, hoje em dia, cogita-o como ferramenta de comunicação?
Muitos usam a novidade como válvula de escape, como máscara para a falta de conteúdo. E mais: vivem mais o virtual do que o real. Têm mais amigos no Orkut do que na vida. Conversam com o colega de trabalho por MSN. Resultado: não têm um pingo de sensibilidade, de tato. Fazem uma publicidade que nada tem de humana.

Especificamente em criação, conheço vários “redatores” que não sabem escrever. Não conhecem a linguagem, não leram as obras mais essenciais para a formação cultural de qualquer cidadão. Sequer têm o hábito da leitura. “Diretor de arte” que não conhece minimamente História da Arte, do Design, Cinema e Fotografia é o que não falta.

Mais do que erudição, falta a esses profissionais, Espírito Artístico (no sentido lato, expresso na filosofia do romantismo alemão do século XIX). Tanto quem cria, quanto quem contempla tem que ser tocado artisticamente. Trago um pequeno trecho de João Francisco Duarte Júnior que nos auxilia a esse respeito: “A arte tem o poder de, quando contemplada, estimular o contato frente a frente com nossos próprios sentimentos.”

Então, veja menos propaganda. Estude psicologia, filosofia, literatura, arte. Escute música clássica, MPB e Jazz. Vá a museus e teatros. Mas nunca, nunca mesmo, deixe de freqüentar o sambão da periferia e o forró do subúrbio. Converse com o povo. Tire uma tarde para bater aquele papo com o aposentado na praça ou com o sorveteiro da esquina.

Com isso, você poderá aprender o essencial à boa propaganda: contar histórias. Apesar de ser uma celebração desde que a humanidade se percebeu como tal, pouquíssimos sabem fazer bem. Homero, na Grécia Arcaica, com as suas grandes epopéias, refletia o espírito do povo; era difícil, embora transmitidas oralmente, um grego que não conhecesse as sagas de Aquiles e Ulisses. Outro exemplo ímpar é o efeito catártico que as tragédias gregas engendravam nos cidadãos. É de arrepiar imaginar 35 mil pessoas reunidas na “arena” para contemplar em êxtase uma história que ia além do entretenimento, era a própria visão de mundo, a representação artística da existência humana. Exemplos tupiniquins não faltam pra compor a nossa banca. Monteiro Lobato, Machado de Assis, Drummond e, porque não, Portinari são exemplos de exímios contadores de histórias escritas e imagéticas.

Acredito que a grande revolução da propaganda não é tecnológica ou digital. O dia em que a propaganda começar a contar histórias envolventes de verdade, esse dia vai ser revolucionário. E, a partir desse dia, poderemos falar em Comunicação.

domingo, 15 de novembro de 2009

Intercon 2009 (3)

Interessante a palestra de Fabiano Meneghetti que contou a sua trajetória de designer e programador e, principalmente, a do seu blog Abduzeedo, que já é um grande sucesso entre os publicitários e aqueles que gostam de design. Muito massa o blog do cara. Muita coisa inspiradora. Para quem não conhece, http://abduzeedo.com.br/

Outro bate papo bacana foi com Leonardo Dias, CEO da TaxiLabs que contou um pouco do advergame Transformers II, produzido no Brasil e aprovado por nada mais, nada menos que Steven Spilberg.
Case completo e outros mais (como o do T-Racer da Fiat) no site http://www.taxilabs.com.br/

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Intercom 2009 (2)


Raphael Vasconcellos, da Agência Click, fechou o ciclo de palestras da manhã de sábado. Apresentou o famoso case da Fiat, o T-Racer, que já ganhou vários prêmios (quem não conhece vale a pena assisti-lo abaixo).





Mas, o mais impressionante na minha opinião, foi o case "Unique Types" para a AACD - Associação de Assistência à Criança Deficiente.
O cerne do projeto é simples: instigar designers gráficos, artistas digitais e tipógrafos a criar fontes inspiradas nas crianças que sofrem com algum problema físico. As fontes serão registradas sob licenças da Creative Commons e podem ser usadas por outras agências em suas campanhas.


A ideia nasceu bem menor: um dos diretores de arte quis fazer um banner animado no qual parte das letras que compunha um nome próprio desaparecia mostrando que "não fazia falta" para o entendimento do todo. Vale a pena ver o vídeo abaixo:



Intercon 2009



No último sábado, eu, o Raul e o Matheus fomos ao Intercon, em São Paulo.
Realizado pela iMasters, o evento, em sua sexta edição, reuniu 30 palestrantes em 3 ambientes (Business; Tecnologia; Criação e Inovação) e contou com a participação de diversas pessoas.
Como foco principal o meio digital e suas ferramentas de inovação, onde cada palestrante abordou características singulares, dentro da experimentação e tecnologia, para o sucesso da comunicação.
A partir de hoje, compartilharemos trechos que julgamos importantes.

Começo com a palestra de Marcelo Coutinho (Ibope Inteligência), no Ambiente Businnes, que fez um paralelo das ações praticadas hoje no meio digital pelas empresas com a teoria da Catedral e o Bazar e finalizou com uma verdade não vista por muitos:
“Os consumidores entendem quando as empresas erram. Não entendem quando as empresas mentem.”

domingo, 8 de novembro de 2009

Conversa no ponto de ônibus...

- Para que você faz Filosofia? A imensa maioria das pessoas vive sem isso!
- Sobrevive!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Curtinha

Não existe História. O que há são interpretações históricas.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Hein?

Num futuro, não muito distante, pessoas de nacionalidades diferentes falarão entre si, cada um no próprio idioma e todos se entenderão.

Duvida? clique aqui e veja.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Filosofia de segunda

MARCUSE: A REPRESSÃO DO SÉCULO XX.

O século XX e seus fenômenos históricos tais como o fracasso do socialismo real e as duas grandes guerras, impuseram difíceis questões aos pensadores, em especial, aos marxistas. A principal: deve-se abandonar o projeto comunista ou preservar o potencial crítico da teoria de Marx?

Nesse contexto de incertezas, funda-se, em 1923, a Escola de Frankfurt. Com inspiração inicial marxista, incorporou diversas contribuições filosóficas, sociológicas e psicanalíticas para construir sua teoria crítica. Das questões atinentes ao seu tempo, uma em especial inquietava a esses filósofos: por que não se cumpriu a expectativa iluminista de emancipação da humanidade pela razão?

Hebert Marcuse (1898-1979) foi figura central de Frankfurt. O cerne de sua principal obra “Eros e Civilização” é também uma pergunta: seria possível uma sociedade não-repressiva?
Para responder a isso, Marcuse recorreu a dois autores de peso: fez a intersecção dos conceitos freudianos com aspectos da teoria marxista, a saber, interpretou filosoficamente “A Civilização e seus Descontentes” de Freud e a confrontou com a sociedade capitalista contemporânea.

Vamos a ela: o homem é constituído, basicamente, por dois instintos primários: Eros e Thânatos. Eros é a energia libidinal, o princípio de prazer. Thânatos é a inclinação à destrutividade, pulsão de domínio, de morte. Apesar de opostos, ambos têm procedência comum: o desejo de eliminação da tensão; a vontade de retroagir ao estado inorgânico, anterior à vida.

O aparelho mental humano (estrutura psíquica) é dividido em: ID, EGO e o SUPEREGO. O ID corresponde àquilo que é mais primário no ser humano; domínio do inconsciente, das pulsões, das gratificações. EGO é o mediador entre o ID e o mundo exterior; a percepção da diferença entre o EU e o mundo. Por fim, o SUPEREGO é a interiorização da repressão inicialmente personificada na figura paterna. É responsável pela renúncia de alguns desejos.

Cabe- nos, então, mostrar como Freud faz a “passagem” do Pai ao Superego (assumida de um ponto de vista simbólico). No princípio das civilizações, o comando era exercido por um Pai Primordial. Este detinha o monopólio das mulheres do grupo e impunha o trabalho aos filhos. Os filhos nutriam um sentimento ambivalente pelo pai: ora afeto, já que a sua presença promovia unidade e segurança ao grupo, ora revolta, pela imposição das restrições. Aqueles que ameaçassem a soberania despótica eram excluídos. Em dada passagem, os filhos exilados se rebelam, assassinam o pai e o devoram. O poder, então, é assumido pelo clã de irmãos. Entretanto, o pai é divinizado e interioriza-se o tabu. Surge o sentimento de culpa. Eis o superego; eis a repressão.

Marcuse parte da repressão freudiana para fazer o apontamento de seu conceito de mais-repressão da sociedade contemporânea. Como o próprio nome indica, mais-repressão é a repressão adicional, que excede o necessário à civilização e é ensejada pela dominação de alguns homens sobre outros. Nas sociedades primitivas era preciso a repressão devido à carência tecnológica. Como observa Freud, se não houvesse repressão, a vida não seria possível, já que os homens, entregues ao princípio de prazer, matariam uns aos outros. Mas o que Freud não observou, segundo Marcuse, é a repressão social (mais-repressão). Na sociedade contemporânea capitalista, na qual a abundância tecnológica dispensa a repressão originária, emerge a mais- repressão, fundada no trabalho alienado. A dominação não é mais do pai primordial, mas sim impessoal e objetiva concretizada no Principio de Desempenho (que passa a ser o Princípio de Realidade). Os homens são concebidos por suas funções econômicas. As posições sociais são definidas pelo desempenho. As preocupações contemporâneas (como por exemplo, reconhecimento social) nada têm a ver com o Ser do homem.

O controle, a repressão, desloca-se do campo instintual para o controle da consciência e é de tal força que o indivíduo e o todo são a mesma coisa. O superego é automatizado com a substituição das relações clássicas com os pais pelas agências extra-familiares de socialização, como os meios de comunicação de massa. Substitui-se o patrão pela dominação impessoal. Mesmo quem “manda”, obedece às regras do sistema.

Controle há também sobre o tempo liberado (não existe tempo livre) com a imposição do Principio de Desempenho mesmo nos momentos de lazer. Não há a possibilidade de o individuo entregar-se a si próprio ou retirar-se para um mundo diferente. O repertório de escolhas é superficial, restrito a opções de consumo. A liberação da sexualidade (visto como avanço por alguns) é somente aparente, circunscrita ao universo do consumo. À velhice cabe a mesma análise: é “redescoberta” em suas possibilidades mercadológicas.
Enfim, a civilização contemporânea é a consumação plena do trabalho alienado e da negação humana. Tudo é mercadoria, inclusive o homem e suas relações.

Diante de um quadro tão desolador, como fica a pergunta que norteia a obra de Marcuse? E então, é possível uma sociedade não-repressiva?

Ele diz que sim.

Recapitulando: para Freud, a ausência de repressão é uma impossibilidade para a vida social, pois implicaria na desorganização da produção econômica e na renúncia à cultura, já que os homens viveriam numa busca desenfreada pelo prazer, destruindo uns aos outros.

Marcuse, no entanto, observa que a repressão instintiva é exógena, ou seja, é exterior ao homem. Assim, modificados os moldes (a realidade empírica), é possível suprimir a repressão.

Mas, como mudar tais moldes?

Reconciliando o Princípio de Prazer com o Principio de Realidade, na erotização das relações sociais, morais e na erotização da razão. A tecnologia avançada propicia a redução do tempo destinado ao trabalho. Obviamente, haveria uma queda nas opções (não se poderia escolher entre 40 modelos de carros, por exemplo). Mas a ampliação das gratificações psíquicas seria inestimável. Instinto sensual transformado em Eros de uma civilização não repressiva.

E quanto ao instinto de morte?
Seria neutralizado visto que se origina de uma vida desagradável. Com a preponderância do Princípio de Prazer ao Princípio de Realidade, a pulsão de morte seria suprimida.

“Eros e Civilização” data de 1955. O próprio Marcuse, em obras posteriores, não se mostra tão otimista. Se vivesse no século XXI, creio que sequer escreveria.