sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Minúsculos contos do nosso dia-a-dia


Sangue Negro

Um pouco antes de começar o ensaio, o Pereira foi enfático:
- A gente devia ir lá, sim. Amigo é pra essas coisas.
O Silva foi evasivo:
- Sei não. Vamos falar o quê?
O Araújo deu uma força pro Pereira:
- Falar eu não sei. Mas só nossa presença vai fazer bem pra ele.
O Machado discordou:
- Tem que ser muito cínico pra falar uma coisa dessas.
O Bila perguntou pro Mané:
- O que que `cê acha?
O Mané respondeu:
- Acho que o Silva tá certo. Dizer o quê? Vai ser pior.
O Pereira não abria mão:
- A gente precisa dar uma força pra ele sim, pôxa. Animar o cara. Que tipo de amigo a gente é?
O grupo todo respondeu:
- Umas drogas!
E começaram a tocar. Precisavam estar afinados. Tinham vários shows marcados pelo bairro. Afinal, o Sangue Negro, era assim que se chamava o grupo de pagode, estava começando a ficar famoso. Mas naquele dia, ninguém estava muito inspirado. Depois do samba: “Eu sei que não sou digno”, de autoria do Mestre Cuíca, decidiram parar e ir beber no bar mais próximo.
O Pereira ainda tentou insistir, queria porque queria ir visitar o amigo, mas foi voto vencido. Então ficou assim, ninguém foi visitar o Alemão, o açougueiro albino, fã ardoroso do conjunto e que era pai pela primeira vez. A mãe era a Branca, uma norueguesa que mal falava a nossa língua. E o filho: preto. Como não podia ser.
O Bila ainda perguntou pro Mané:
- O que que `cê acha?
O Mané foi sincero:
– Falar o quê, Mano? Falar o quê? Acho que o Pereira quer ir lá pra ver se o menino se parece com ele. Acho que é isso. Mas eu acho que o filho é meu.
– Seu uma ova. É meu! É meu! – O Bila teve a impressão de ter ouvido todos gritarem.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Teoria de quinta

Com a licença do Raul, que costuma publicar as teorias, hoje me atrevo a postar um texto de minha autoria.

A sobrevivente.

Às vezes, como um raio num dia ensolarado, as reclamações do Genésio voltam à minha lembrança. A última, se não me engano, foi na primeira década do século XXI.
Existia um negócio que uns chamavam de propaganda, outros de publicidade.
Era vista com glamour, principalmente por quem aspirava fazer parte dela, mas para a grande maioria era extremamente irritante.

Realmente não fazia muito sentido. Umas empresas contratavam outras para aumentar seus lucros e, para isso, as contratadas despejavam nos meios de comunicação mensagens enaltecedoras de produtos e serviços que nem sempre correspondiam à verdade. Grande parte dessas mensagens interrompia o pouco tempo de entretenimento do cidadão comum. Imagine um sujeito que trabalhava o dia inteiro (para conseguir comprar os produtos anunciados), chegava em casa quebrado e, naquela horinha de descanso, na parte mais intrigante do filme ou da novela, um chato invadia a tela berrando que naquela loja tal coisa era mais barata, que aquele produto era o melhor dos melhores, dizendo que aquele sujeito, ali sentado, merecia mais, que ele seria feliz se comprasse aquele aspirador de pó ou aquela escova de dentes elétrica.
Sim! Aquele trabalhador que, no frigir dos ovos só queria acompanhar o desenrolar da trama televisa, merecia um novo par de tênis, mesmo se ele já possuísse uns vinte.

Não é de se surpreender o nosso espanto de hoje. Acreditem vocês que existiam empresas que mantinham enormes placas com anúncios nas calçadas e, a cada quinze dias, as mensagens, que tinham o intuito de persuadir os motoristas, eram trocadas. Efetivamente, essas placas serviam pra duas coisas: primeiro, pra atrapalhar a vista, ora da natureza, ora da arquitetura da cidade. Segundo, pra aumentar o índice de acidentes de trânsito entre publicitários e homens de mídia, os únicos que realmente prestavam a atenção às mensagens.

E pensar que estudavam anos as pessoas que mexiam com isso. É sério! O grande Genésio, que Deus o tenha, não me deixaria mentir. Trabalhou a vida inteira com esse troço. “Não saio da frente do computador, vejo e revejo pesquisas, gráficos, slides, pra no final, colocarem no ar aquele sujeito insuportável gritando ou enfiarem aqueles trocadilhos infames nas revistas e jornais”.

Não que não existissem métodos mais inteligentes pra vender. Claro que existiam. Vez por outra aparecia uma idéia bacana, algo que envolvia a gente, que emocionava.
Mas, a grande maioria, não ultrapassava os limites do discurso. Algumas agências, inclusive, surfando nessa necessidade de inovação, começaram a bater no peito, se intitulando detentoras da mudança. Esbravejavam para Deus e o mundo que faziam coisas diferentes, que pensavam “fora da caixa” e tudo mais. O máximo que, de fato faziam, era usar uns termos que eles sequer desconfiavam dos significados.

Eis a pergunta que não quer calar: por que perdurava esse sistema? Porque era interessantíssimo para os grandes conglomerados de comunicação que assim fosse, ora pois. Quanto mais o anunciante gastava em mídia, mas eles faturavam. Então, pra que uma grande idéia? Pra que tirar o chato da TV?
Mas o tempo foi passando e o negócio foi inchando. Chegou uma hora que as comportas não agüentaram e a água vazou. Como um escorpião cercado pelo fogo, a propaganda, como Genésio a concebia, sucumbiu.
Círculo vicioso furado, clientes em falta, negócios falindo. Os arcaicos sistemas de comunicação tiveram que se virar às avessas. E como Darwin previu, os que não se adaptaram foram extintos. Do total de empresas desse ramo, sobraram uns 20%.

E, ainda hoje, cinqüenta anos depois, a insegurança paira no ar. Mas de uma coisa podemos ter certeza: o Genésio pode estar fazendo de um tudo no Paraíso, mas os gráficos pluviométricos de São Pedro, isso ele não faz nem por decreto divino!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Com essa foto dá pra vender o quê?


Quais associações criativas dá para fazer usando essa imagem? Dá para vender qual produto, serviço, marca? Mostre sua criatividade, mande seu post com uma sugestão. Até domingo, a gente publica o anúncio original. Até lá. Abraços!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

16:9

Após lançar novas ferramentas como acompanhar a popularidade dos clipes postados no site e o closed caption, o YouTube agora é o segundo colocado entre os maiores mecanismos de busca do mundo com mais de 2,6 bilhões de buscas/mês, superando o Yahoo.

Além disso, a partir de hoje, 25, todos os vídeos exibidos no site serão no formato widescreen, com 960 pixels. Vídeos de arquivo, que não foram publicados em widescreen, ganharam uma espécie de fundo preto que remete ao formato, para trazer uma impressão visual de similaridade com o novo padrão.

E não para por aí.

O portal de vídeos acrescentou também um recurso interessante de linkagem de vídeos, permitindo que endereços para momentos específicos de um vídeo sejam obtidos, juntamente com comentários inseridos no sistema.

Por exemplo, um usuário insere uma referência a um espaço específico do vídeo: "Gostei muito do que acontece aos 3:12" e prontamente o serviço gera um link para o vídeo na marca exata do tempo.

Para criar um link direto para um trecho de um clipe, basta acrescentar, ao fim da URL, os parâmetros #t=_m_s, onde os símbolos _ são substituídos pelos números referentes aos minutos e segundos de início. 

Com tudo isso, a marca não só facilita a vida dos internautas, como também amplia as possibilidades de gerar receita.

CRISE? Eis um anúncio de oportunidade


Anúncio da agência Babel para a ETEP Faculdades.
Direção de arte: Solon Giovanni
Redação e Dir. Criação: Ricardo Chester
Ótimo texto.

Mais anúncios para a Friends



Conceito óbvio. Visual ok.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Com essa foto a Madison Creative da India vendeu…


Friends. Fraldas para adultos.

Agora as duas melhores idéias, na nossa opinião, foram:

No Cinemark você é Rei.
Tanto conforto que você vai se sentir no trono.
Criação da Gláucia. Parabéns, Gláucia!

Depois de ganhar com o RealPrev,
você pouco ligará para o que as pessoas pensam.

Criação do Telebrás. Boa, Telebrás!

Valeu, galera! Quarta-feira tem outra imagem. Até lá.

Filosofia de segunda

Quem sou eu?

Desde Sócrates, a filosofia vem colocando o homem no centro de seu discurso. Ora é cidadão, ora indivíduo, ora sujeito. Quando o homem olha para si, surgem as questões mais instigantes do pensamento filosófico. Mas, com tantas respostas, vindas de todos os lados, este animal racional já não sabe onde estão os resquícios de sua identidade.
Peço licença, então, para reproduzir um texto de Luiz Fernando Veríssimo que retrata com excelência esse homem contemporâneo multifacetado.

Nesta altura da vida já não sei mais quem sou. Vejam só que dilema!!!
Na ficha da loja sou CLIENTE, no restaurante FREGUÊS, quando alugo uma casa INQUILINO, na condução PASSAGEIRO, nos correios REMETENTE, no supermercado CONSUMIDOR.
Para a Receita Federal CONTRIBUINTE, se vendo algo importado CONTRABANDISTA. Se revendo algo MUAMBEIRO, se o carnê tá com o prazo vencido INADIMPLENTE, se não pago imposto SONEGADOR. Para votar ELEITOR, mas em comícios MASSA, em viagens TURISTA, na rua caminhando PEDESTRE, se sou atropelado ACIDENTADO, no hospital PACIENTE. Nos jornais viro VÍTIMA, se compro um livro LEITOR, se ouço rádio OUVINTE. Para o Ibope ESPECTADOR, para apresentador de televisão TELESPECTADOR, no campo de futebol TORCEDOR. Se sou botafoguense, SOFREDOR. Agora, já virei GALERA. (se trabalho na ANATEL sou COLABORADOR ) e, quando morrer... uns dirão... FINADO, outros .... DEFUNTO, para outros ... EXTINTO, para o povão ... PRESUNTO. Em certos círculos espiritualistas serei ... DESENCARNADO, evangélicos dirão que fui ...ARREBATADO.
E o pior de tudo é que para todo governante sou apenas um IMBECIL !!! Como brasileiro, ... se me passo por PATRIOTA, na verdade sou ....IDIOTA !!!

E pensar que um dia já fui mais EU.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Escrito na cidade


Lisboa


Buenos Aires


São Paulo

Written on the City é um site que mostra pichações em diversos lugares do mundo.

"Alguém está tentando lhe dizer algo. Eles não conhecem você, mas isso não importa. Eles disseram algo, escrito em algum lugar de uma cidade qualquer, porque crêem que sua mensagem é importante".

Vale o clique. Apesar da pichação ser politicamente incorreta é uma forma de expressão que, muitas vezes, tem sim poesia e beleza.

Fonte: kuat.com.br

Com essa foto dá pra vender o quê?


Quais associações criativas dá para fazer usando essa imagem? Dá para vender qual produto, serviço, marca?

Mostre sua criatividade, mande seu post com uma sugestão. Até domingo, a gente publica o anúncio original. Até lá. Abraços!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A amizade é o melhor remédio


Hunter "Patch" Adams, um médico norte-americano, nascido em 1945, se tornou conhecido mundialmente por sua metodologia inusitada no tratamento a enfermos.

Após passar por problemas familiares, Patch chegou à conclusão que o papel do médico é cuidar, com muito amor e carinho, dos doentes, olhando em seus olhos e sorrindo.

Atualmente Patch e sua trupe de palhaços viajam pelo mundo espalhando alegria, através de sua conduta excessivamente feliz e apaixonada pelos pacientes, o que é uma excelente forma de prevenir e tratar muitas doenças.

Dentre seus principais projetos estão o Instituto Gesundheit, fundado em 1972 e os livros “House Calls: how we can heal the world a visit at time” e “Gesundheit!: Good Health is a Laughter Matter ”. Este último inspirou o filme “Patch Adams - O Amor é contagioso”.

Hoje, esta metodologia é praticada por diversas organizações em todo o mundo.

No Brasil temos alguns grupos como “Os Doutores da Alegria” e a “Cia do Riso”, que realizam um excelente trabalho, pautado pela criatividade, no qual a alegria se transforma no remédio que mantém os pacientes com vontade de viver.

Indico os filmes “Patch Adams - O Amor é contagioso” e "Doutores da Alegria".

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Mais anúncios para Wonderbra


Sutiã decotado que levanta os seios e seduz.
Considerado o "produto do século" pela Vogue americana.

domingo, 16 de novembro de 2008

Com essa foto a Publicis de Paris vendeu...


Wonderbra.

Agora as duas melhores idéias, na nossa opinião, foram:

Chame atenção pelos motivos certos. Use Acnase.
Criação da Letícia. Parabéns, Letícia!

Olhe para onde você realmente quer.
Salonpas. Alívio para dores musculares e torcicolo.
Criação do Chuck Norris Junior. Boa, Juninho!

Valeu, galera! Quarta-feira tem outra imagem. Até lá.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Conto mais

Lições do português

Hoje pela manhã bateu aquela saudade dos tempos de colégio. Nostalgia gratuita que, vez por outra, alimenta uma ilusão semi-esquecida. Goma de mascar embaixo da cadeira, lápis no chão para contemplar a calcinha da professora, baladas no pátio embaladas ao som do Di Georgio e as aulas de português. Ah! Como eu gostava das aulas de português. Sempre admirei o que as palavras podiam mostrar, mas o fascínio maior era por aquilo que elas escondiam; que diziam sem dizer.

Apropriando-me da “parte pelo todo”, posso garantir que grandes lições foram e são ensinadas, mas não necessariamente aprendidas.
Um dos equívocos mais comuns cometidos mesmo por alunos aplicados no passado diz respeito aos verbos. Amar, por exemplo. Somente conjugado no presente do indicativo, afirmativo, na primeira pessoa do singular. E sempre questionado em terceira. Cisma de que haja de fato essa terceira pessoa? Bem provável.

A transferência de atributos que este verbo vem sofrendo é, no mínimo, curiosa. Eu amo virou eu possuo. Te amo é você me pertence. Pessoas se tornaram objetos: diretos quando usados explicitamente e indiretos quando uso é dissimulado. Tudo para que o tal verbo não seja conjugado no pretérito, ainda mais no perfeito, que de perfeito nada tem.
Já o verbo respeitar é um tanto quanto paradoxal. Apesar de estar na pauta de muitas discussões, é inconjugável na maioria das situações.
Em conflito, está o modo imperativo: não vai! Vou sim! Volta aqui! Volto nada! A conseqüência deste discurso é uma acentuada desobediência à concordância. A voz reflexiva até tenta consertar. Em vão. A ativa toma o lugar da passiva e vice-versa e o que resta é o silêncio cortante da incoerência.

O vocativo, antes esquecido e amparado pelas vírgulas, agora passeia soberano pela boca de quem ordena: Fulano, chega! Cicrano, pára!
As coordenadas não têm mais vez. Foram engolidas pelas subordinadas. Subordinação que não se restringe apenas às orações, ramificando-se para os pronomes possessivos, os adjetivos mal empregados e, principalmente, para o sujeito, antes simples, agora composto. E, muitas vezes, por um fenômeno lingüístico, composto e oculto ao mesmo tempo. E essa regência imposta, sequer o Professor Paschoali é capaz de compreender.
Nem mesmo a conotação poética de algumas frases tais como “você é tudo para mim” ou “você é uma rosa”, consegue remendar erros interpretativos da vida afetiva. As figuras de linguagem, exceto a hipérbole e a metáfora, parecem ter se rebelado contra a coesão, derivando-se assim tempos e os modos primitivos, vigentes nesse tipo de envolvimento.

Se seguissem às orientações do velho Aurélio, alguns preceitos já seriam concebidos de forma diferente. Segundo ele, relacionamento é a ligação afetiva condicionada por uma série de atitudes recíprocas.
Reciprocidade. Liberdade. Sufixos iguais, palavras complementares numa relação.
E como a língua portuguesa condena o didatismo exato, a verborragia aí de cima pode ser interpretada como convir ao leitor.

O efeito axe


Gosto muito desse anúncio para a Axe. É do ano passado também. Criação da Lowe MENA, dos Emirados Árabes.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Arrume uma namorada





Campanhas para a Axe (o efeito axe) sempre rendem peças memoráveis. São idéias brilhantes para exaltar o maravilhoso poder de sedução do desodorante. Essa campanha aqui é da Lowe Bull de Johannesburgo. Uma das mais premiadas de 2007. Sensacional.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Com essa foto dá pra vender o quê?


Quais as associações possíveis para essa imagem? A inspiração é óbvia? Dá para vender qual produto, serviço, marca?

Mostre sua criatividade, mande seu post com uma sugestão. Até domingo, a gente publica o anúncio original. Até lá. Abraços!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A-T-I-T-U-D-E

O All Star, um modelo de tênis fabricado pela Converse, surgiu por volta de 1917 nos Estados Unidos, e hoje inspira milhares de jovens em todo o mundo.

Em 1923, Charles "Chuck" Hollis Taylor (conhecido mais tarde como o "Embaixador do Basquete”), se aproximou da empresa Converse visando aprimorar seus calçados e, consequentemente, seu jogo. Surgia então o All Star Chuck Taylor (primeiro tênis desenhado para o basquete).

Anos mais tarde o calçado começou a ser difundido por bandas como Ramones e, em seguida, por artistas e pela mídia, tornando-se popular devido, principalmente, por ser simples, barato e de bom gosto.

Em 2003 a Converse foi comprada pela Nike.

Hoje o All Star Chuck Taylor é vendido em mais de 144 países, e representa acima de tudo, atitude. 

Abaixo 2 excelentes comerciais de All Star:



Obs: É impressão minha ou já ouvimos a música do segundo vídeo em algum comercial de refrigerante?

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Filosofia de segunda

Desce?

Hoje tratarei de um tema polêmico: o binômio Deus-Diabo.
Mas não uma polêmica gratuita, do tipo sensacionalista, já que a filosofia não se presta a isso. De fato o assunto é controverso e, justamente por isso, merece a mais profunda reflexão.

Já adianto que não sou contra qualquer religião ou manifestação de fé.
Ao contrário, acredito em Deus e em sua força divina. Mas, sob a perspectiva lógica, cabem alguns questionamentos sobre o que aprendemos no catecismo.

Suponhamos que, como prega a Igreja Católica, haja o Céu e o Inferno.

Segundo as Escrituras, somente adentrariam ao paraíso as almas sem pecado, ou melhor, aquelas que, enquanto emolduradas pelo corpo, conduziram o mesmo com justiça.

Já as almas que não se portaram de acordo com os preceitos religiosos, queimariam eternamente sob a tutela do Demônio.
No Velho Testamento há indicações sobre a origem do Satanás, que seria uma criação de Deus, um anjo governante chamado Lúcifer, com grandes poderes.
Mas o orgulho levou Lúcifer a se rebelar contra o Todo Poderoso (Isaías 14:12-14; Ezequiel 28:12-15).
Torcido pelo pecado, Lúcifer é transformado em Satanás, que quer dizer “inimigo” ou “adversário”.

Analisando outros trechos do Livro Sagrado, encontramos algo mais ou menos assim: “Estejam preparados, pois nunca se sabe a hora da chegada do ‘ladrão’. Para os que não estiverem, haverá choro e ranger de dentes.”

Ora, se o Diabo é inimigo de Deus e somente são enviadas ao inferno as almas que não atuaram de acordo com as leis divinas, porque o Satanás haveria de fazer sofrer aqueles que agiram contra o seu inimigo?
Se assim fosse, não seria o demônio um aliado de Deus, um carrasco que executa as ordens de seu superior?

Ficam as questões abertas ao debate.

domingo, 9 de novembro de 2008

Mais anúncios para a Happy Dog




Faz os filhotes crescerem muito mais.

Com essa foto a McCann-Erickson de Frankfurt vendeu...


Happy Dog. Ração canina.
Conceito: "makes puppies grow big."

É, essa foto não causou muita inspiração não. Foram pouquíssimas sugestões.

Agora as três melhores idéias, na nossa opinião, foram:

Colgate Simply White. Um amarelinho mancha toda a sua imagem.
Criação do Plínio Arnaldo. Parabéns, Plínio!

Customização de veículos comerciais. Se o seu negócio não é vender tinta branca, está na hora de pensar em divulgar melhor a sua marca.
Criação doTarcísio Manzan de Mello. Boa, Tarcísio!

Omo Multi Ação. Acaba com todo tipo de mancha. Até as quase imperceptíveis.
Criação da Lika. Valeu, Lika.

Valeu, galera! Quarta-feira tem outra imagem. Um pouco mais inspiradora. É o que esperamos. Até lá.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

"Eu era novo e tinha medo de perguntar."


Cartaz sobre segurança do trabalho criado pela Grey de Melbourne. O que eu tenho a dizer?
Comunicação salva. Literalmente.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Teoria de Quinta

A Internet salvou a propaganda da morte

A propaganda é chata. É senso comum. Abusiva e intrusiva, em sua maioria, a propaganda interrompe sem mais nem menos programas de TV, de rádio, matérias de jornal e de revista para divulgar mensagens pouco interessantes, pouco divertidas.

A Internet começou a mudar isso. Ok, o primeiro passo foi o controle remoto da TV, que proporcionou maior liberdade de escolha aos telespectadores. Comercial sem graça? Zap, nele! Hi, fora! Hi, fora! Mas nada se compara ao poder que a internet deu ao consumidor.

Antes passivo e impotente, mero receptor de slogans, de jingles, de “compre aqui, meu produto é melhor e mais barato”, o consumidor literalmente ganhou o controle e passou a ter poder nas mãos. O poder da informação, o poder da opinião.

Graças à Internet, o consumidor agora tem acesso a mundo de conteúdo. E participa, colabora, interage. E toda essa opinião se espalha. A propaganda, com isso, sentiu que precisava se reinventar. As antigas fórmulas de sucesso, o antigo jeito de conversar unilateralmente, não fazem mais sentido para as marcas. Porque hoje os consumidores buscam o diálogo, dão a sua opinião abertamente em sites, blogs, redes sociais ou em comunidades como o Orkut. E desdenham tudo o que é comunicação ruim.

A propaganda ganhou nova vida. O publicitário foi salvo pela internet porque foi desafiado a pensar novamente, foi desafiado a criar novos meios de ganhar o coração das pessoas. Ser publicitário hoje não significa somente ler anuários de propaganda e se alimentar da própria cultura (?) da profissão. É preciso abrir o leque, abrir a kbça, ser mais inteligente. É preciso ser mais artista, entreter e inspirar pessoas.

Bendita, Internet!

Para o meu amigo, Matheus Flandoli.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Com essa foto dá pra vender o quê?


Quais as associações possíveis que a imagem desse caminhão inspira? Dá para vender qual produto, serviço, marca?

Mostre sua criatividade, mande seu post com uma sugestão. Até domingo, a gente publica o anúncio original. Até lá. Abraços!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Outro anúncio para o Zoo de Buenos Aires


Criação da Saatchi & Saatchi da Argentina, comunicando a chegada dos cangurus ao zoológico. Simples e sensacional.

Red Bull inspira?

Como uma bebida energética sem álcool, extremamente ácida e de paladar estranho, se tornou um sucesso de vendas em mais de 140 países?

 

A resposta? Boa embalagem, ótima distribuição e um excelente trabalho de comunicação.

Criada pelo empresário austríaco Dietrich Mateschitz, para estimular o cérebro de pessoas submetidas a um grande esforço físico, a Red Bull reserva cerca de 35% de seu faturamento para investimentos em comunicação, a qual se caracteriza por ser muito inovadora, criativa e agressiva.

A marca do touro vermelho surgiu com o posicionamento "Red Bull revitaliza o corpo e a mente" e o slogan "Red Bull te-dá asaaaas".

Os jovens e o esporte foram os símbolos eleitos pela marca para caracterizar a sua imagem e veiculá-la em campanhas publicitárias.

Como nesses dois grandes universos se encontram perfis diferentes de consumidores, a solução encontrada foi concentrar os esforços de comunicação nos esportes radicais e nos jovens que se identificam com riscos e desafios.

Entre as ações imprescindíveis para o sucesso do Red Bull, estão: carros com a logo da bebida circulando em diversos países, promovendo e distribuindo gratuitamente o produto aos jovens; estudantes-chave recrutados para representar a marca nas faculdades; apoio e investimento em vários esportes e na música, e uma webtv, com vídeos, boletins, calendário dos eventos etc.

O resultado não poderia ser melhor, e hoje a marca transmite um estilo de vida.

Como não se inspirar com um dos eventos abaixo?











Além destes, temos o RB Dolomitenmann, o RB Psicobloc, o RB Batalla de los gallos, o RB Road rage, o RB Romaniacs e o RB Upstream. Ufa!

 

Este é o conceito "wildfire" (marcas que despertam o fogo que pega e se espalha), no qual mais do que falar com consumidores, é preciso se dirigir às pessoas.

Para isso as marcas devem oferecer algo útil, que entretenha, divirta, preste serviço e gere simpatia.

Hoje as pessoas estão famintas por conteúdos interessantes, por isso as empresas têm que divulgar, mas não pode ser através da propaganda convencional.

Os comerciais de tv já não funcionam mais.

Marcas como a Nike, a Adidas, a Coca-cola, a Sony e a Nokia, já perceberam isso e tem desenvolvido diversas ações que gerem experiência e conteúdo às pessoas.


segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Filosofia de segunda

O que não inspira a igualdade racial

Está nas manchetes dos principais jornais. Estamos a poucos dias de um momento sem precedentes na história. Um negro pode assumir a presidência da maior potência do mundo.

Mas, pare para pensar. Por que esse feito nos surpreende tanto?

Na antiguidade, entre os gregos, romanos e egípcios não havia o racismo tal como hoje. O que se dava era uma relação entre vencedores e cativos que, muitas vezes, compartilhavam a mesma matriz racial.
No século XV, com a expansão marítima, os europeus chegaram à África, mas, até o século XVIII não houve grandes atritos raciais, já que foram possíveis acordos comerciais entre negros e europeus. No entanto, no início do século XIX, com o desejo de colonizar o continente, os europeus forjaram justificações para infligir aos povos colonizados as suas leis e forma de viver. Uma dessas justificações era baseada na idéia que o negro pertencia a uma raça inferior.

Se regredirmos um pouco na linha temporal e bebermos da fonte dos primeiros filósofos, denominados pré-socráticos, não haveria fundamentação para tal preconceito.
Seis séculos antes de Cristo eles ressaltaram a noção de physis, que pode ser entendida como tudo o que há; princípio do qual surgem e desenvolvem-se todas as coisas.
Então, se a physis é a unidade presente na multiplicidade, ela une tudo o que existe e faz com que tudo seja parte do todo, como poderia o racismo sustentar-se?

Aristóteles, dois séculos mais tarde, hierarquizou as propriedades dos objetos (inclui-se o homem) em essenciais e acidentais. As essenciais, como o próprio nome diz, são a essência dos seres, o que lhes é primordial. As acidentais, como a cor da pele, não são intrinsecamente substanciais.
Logo, sob esta perspectiva o racismo também não teria alicerce.

A biologia nos mostra que a raça é uma subespécie da espécie. Mas, a inversão biológica que atribui mais valor à cor da pelo do que a humanidade tem sido responsável pela distorção do próprio conceito de HOMEM.
Eis uma questão: Será que, como numa corrida de revezamento, não herdamos o bastão da distorção e estamos repassando-o para as futuras gerações ainda mais distorcido?

Semana passada fui a uma palestra intitulada “Racismo: preconceito às avessas?”. Confesso que sai da sala cabisbaixo, com uma enorme culpa sobre os ombros. Meu Deus, eu sou branco!

Eis algumas das palavras da palestrante:
“Eu defendo as cotas, sim. Como pode um negro que levanta às seis da manhã, pega dois ônibus e trabalha doze horas por dia, competir com um branco que tem todo o tempo para estudar?”
Sou um branquelo vagabundo!

Eu, particularmente, vejo as cotas como uma manifestação de racismo mais grave do que um “não” numa entrevista de emprego.
É inegável a história de dominação ao qual o povo negro foi submetido e, como providência imediatista, as cotas cumprem um papel de inclusão. Mas, não passam de um remendo histórico.
E, se há cotas para negros, por que não para homossexuais ou deficientes, por exemplo, que são tão vitimas de preconceito quanto os primeiros?
Em relação aos povos indígenas, sobram argumentos. Hoje, o índio é quase uma entidade metafísica. Comemora-se o seu dia nas escolas como cumprimento curricular, as crianças pintam o rosto, se enfeitam com penas. Mas, se uma delas encontrasse um índio de verdade, sairia correndo como se fugisse do saci ou da mula sem cabeça.
Mas orgulhemo-nos! O índio é um ícone do folclore nacional!

Uma criança negra, segundo a palestrante, cresce sem identidade, pois desde cedo, afirmam a ela que seu cabelo é ruim, que seu nariz é largo, que sua boca é feia.
Ou seja, para a palestrante, a falta de identidade de um povo, resultante da opressão cultural e histórica, resume-se a uma questão estética.

Outra colocação da ilustre oradora: a proposta de um alfabeto negro. Ao invés de alfabetizar as crianças com palavras comuns, utilizariam palavras do contexto cultural negro. Por exemplo: E, de elefante, seria substituído por E, de escravo.

Perguntada sobre as eleições nos Estados Unidos, ela respondeu:
“Não sou democrata, mas com certeza votaria em Obama”
“Por quê?”
“Porque ele é negro!”

Argumentos como esses empobrecem uma causa que é justa por direito. Deixam o uno cada vez mais múltiplo.
Não se pode permitir que as pessoas que clamam por igualdade sejam as mesmas que fomentam a segregação.

Ainda na palestra, uma das expectadoras manifestou-se:
“É um absurdo que não haja anjos negros. Na escola em que dou aula, tivemos que pintar de preto um anjinho, para que os alunos negros se identificassem”

O outro palestrante, muito mais sensato, replicou:
“É óbvio que não existem anjos negros. O cristianismo é uma religião que se arraigou na Europa, entre os brancos. Não deve haver anjos negros, como não há deuses africanos brancos.”

Não contente ela voltou a falar:
“A ocidentalização do Cristo, que o deixou loiro e de olhos azuis é uma afronta, já que na região onde ele nasceu, era quase impossível que assim fosse.”

Novamente o palestrante:
“A mim, pouco importa se o Cristo era loiro ou preto. Aliás, prefiro que ele seja loiro. Agora, só não vem empurrar o diabo para o meu lado como costumam fazer.”

Conceitos e exemplos simplistas como os colocados nesta palestra não podem ser o embasamento para um debate que se faz necessário sobre o racismo.

É preciso que as discussões tomem mais profundidade. Que o cerne do problema seja tocado. Senão, ao invés de combater o racismo, estarão o incitando.

domingo, 2 de novembro de 2008

Com essa foto a Saatchi & Saatchi da Argentina vendeu...


Zoo de Buenos Aires.
Conceito: "The kangaroos have arrived."

Agora as três melhores idéias, na nossa opinião, foram:

Dia dos Namorados é De Millus.
Não esqueça. Fêmeas descontentes costumam ficar furiosas.
Criação do Maurício. Parabéns, Maurício!

O que não dá pra fazer na vida real, deixa com a gente.
Studio B. Manipulação de imagem. Quanto mais impossível, melhor.
Criação do Jãoh. Boa, Jãoh!

Cannon Super Zoom. Chegue mais perto. Mesmo.
Criação do Clóvis Roberto. Valeu, Clóvis!

E a menção honrosa vai para...

Enfim, um programa que mostra a intimidade de casais realmente interessantes.
A Família do Rei da Selva. Documentário inédito. Terça, às 22h30, no Natgeo.
Criação do Astrogildo. Valeu, Astrogildo!

Valeu, galera! Quarta-feira tem outra imagem.