Quem sou eu?
Desde Sócrates, a filosofia vem colocando o homem no centro de seu discurso. Ora é cidadão, ora indivíduo, ora sujeito. Quando o homem olha para si, surgem as questões mais instigantes do pensamento filosófico. Mas, com tantas respostas, vindas de todos os lados, este animal racional já não sabe onde estão os resquícios de sua identidade.
Peço licença, então, para reproduzir um texto de Luiz Fernando Veríssimo que retrata com excelência esse homem contemporâneo multifacetado.
Nesta altura da vida já não sei mais quem sou. Vejam só que dilema!!!
Na ficha da loja sou CLIENTE, no restaurante FREGUÊS, quando alugo uma casa INQUILINO, na condução PASSAGEIRO, nos correios REMETENTE, no supermercado CONSUMIDOR.
Para a Receita Federal CONTRIBUINTE, se vendo algo importado CONTRABANDISTA. Se revendo algo MUAMBEIRO, se o carnê tá com o prazo vencido INADIMPLENTE, se não pago imposto SONEGADOR. Para votar ELEITOR, mas em comícios MASSA, em viagens TURISTA, na rua caminhando PEDESTRE, se sou atropelado ACIDENTADO, no hospital PACIENTE. Nos jornais viro VÍTIMA, se compro um livro LEITOR, se ouço rádio OUVINTE. Para o Ibope ESPECTADOR, para apresentador de televisão TELESPECTADOR, no campo de futebol TORCEDOR. Se sou botafoguense, SOFREDOR. Agora, já virei GALERA. (se trabalho na ANATEL sou COLABORADOR ) e, quando morrer... uns dirão... FINADO, outros .... DEFUNTO, para outros ... EXTINTO, para o povão ... PRESUNTO. Em certos círculos espiritualistas serei ... DESENCARNADO, evangélicos dirão que fui ...ARREBATADO.
E o pior de tudo é que para todo governante sou apenas um IMBECIL !!! Como brasileiro, ... se me passo por PATRIOTA, na verdade sou ....IDIOTA !!!
E pensar que um dia já fui mais EU.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Filosofia de segunda
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Um comentário:
hoje em dia, me olho no espelho e vejo várias pessoas.
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