Por Eduardo Cavalheiro – direto do ENLARP 2009, Encontro de Redatores de Publicidade de Paraty
A primeira palestra do encontro de redatores foi um ensaio de stand up, com gracejos típicos de um professor de cursinho. Nada contra o uso do humor, mas neste caso, o palestrante gastou seus 57 minutos falando das excentricidades e manias dos diretores de arte com quem trabalhou até o momento, tudo para justificar o título da palestra: “diretores de arte são de outro planeta”. Os slides apresentavam fotos de se parceiros de trabalho, enquanto narrava alguma história muito engraçada de sua vida profissional.
Medeiros insistia na idéia de que os diretores de arte pensam diferente, são intuitivos, enquanto redatores são os pragmáticos, e tem seus desktops e mesas de trabalho sempre organizados. Que redatores são objetivos e puxam os diretores de arte para o chão de volta.
Essa foi toda a contribuição de Flávio Medeiros: reforçar estereótipos fantasiosos, que não correspondem à realidade de um mercado que clama por criativos que não se limitem a pensar como redatores ou diretores de arte. No fim, Flávio pediu palmas para “os caras” com quem trabalhou, e que provavelmente, são a melhor coisa que ele tem para dizer sobre o seu trabalho.
Saio da sala inspirado a pensar sobre como é fácil se tornar obsoleto para o ofício da criação. Não deixar de aprender é fundamental, mas desaprender percepções e idéias equivocadas é questão de sobrevivência. Sem isso, é fácil virar caricatura de publicitário.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
O que inspira na palestra de Flavio Medeiros – redator e diretor de criação da Heads - RJ?
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5 comentários:
Acredito que uma palestra desse tipo interesse a universitários.
Mas para quem é profissional pouco acrescenta.
Então Maurício, aí eu te pergunto: interessa que universitários assimilem este tipo de opinião? Que pensem em redatores e diretores de arte como personagens de livro de auto ajuda?
Assimilar esse tipo de opinião não. Mas pelo menos eles poderiam gostar das histórias engraçadas que o cara contou. Já os profissionais não. Acham tudo isso enfadonho.
Então fera, eu penso que a galera universitária que gasta uma grana que não tem (mesmo ficando em albergue, Parati sai caro), viaja 6, 10 horas para prestigiar um evento com essa pompa toda, merece algo além disso. Em tempos de faculdade, ficava p. da vida quando chegava no Fest UP em São Paulo numa baita expectativa, e o que eu via eram palestrantes passando rolo de filmes. Não é o propósito de um evento como esse, ou pelo menos não deveria ser.
Eu particularmente acho mais preocupante do que enfadonho, porque são caras como esse que ajudam a perpetuar o lado folclórico de nossa profissão.
Abraço.
Acho que o lado folclórico da nossa profissão é válido. O que não é valido é uma palestra sem conteúdo relevante como essa que você assitiu.
Abraço tb.
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