segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O dia em que pedi demissão

Comecinho de fevereiro de 2009. A crise mundial estava chegando e ganhando corpo no país. Havia muita incerteza. A insegurança e o medo eram a tônica de todas as conversas que versavam sobre futuro, economia, sonhos.

Não que eu estivesse alheio a tudo isso. Mas minha decisão estava tomada. Em busca de mais autonomia, de construir uma agência de comunicação em que eu acreditasse realmente, eu iria pedir demissão. Meu destino era a Abelha Rainha, composta por Matheus Arcaro e Rony Neves. Uma agência pequena, no entanto com uma energia criativa que poucas vezes senti ao longo de minha carreira. Eu estava bem confiante.

Era uma segunda-feira e acordei ansioso, com aquela sensação gostosa de poder encontrar novas possibilidades dali pra frente. Cheguei à Etco Ogilvy por volta das 9 da manhã. Pouco tempo depois, fomos chamados para uma reunião. Toda a agência estava presente. O assunto era uma nova conta que foi ganha por nós. Eu fazia parte da equipe que havia trabalhado nesse job. Recebi os cumprimentos, outros também, aconteceram as palmas de praxe e subimos para a sala da criação.

Haveria outra reunião, agora só com as pessoas que tinham participado da campanha vencedora. Foi a deixa que eu esperava. Falei para o chefe que precisava falar com ele. Depois a gente se fala, ele me disse. Eu, de bate pronto e com o ar sério que a ocasião exigia, respondi: - Tem que ser agora.

Nós nos fechamos na sala dele e em menos de meia hora eu disse que estava me desligando da empresa. Ele quis saber o porquê e eu fui rápido e objetivo: estava saindo para montar a minha agência. Não dei brecha para mais nada. Agradeci. E tirei duzentas toneladas das costas.

Dez minutos depois eu estava sentando em frente à mesa do diretor geral e disse praticamente o mesmo para o figura. Em seguida juntei minhas coisas, me despedi de todos, peguei o carro e liguei o som. Nesse momento, uma frase ótima do Luis Fernando Verissimo me veio à cabeça:
“Todo homem tem o direito de escolher a sua própria biografia.”

Oxalá.

No próximo texto, eu conto tudo sobre o dia em que perdi meu pai.

6 comentários:

Fernanda Rosa disse...

Coragem e determinação sao palavras que nos ecaminham para o sucesso!!

M a r c e l disse...

Vale repetir aqui o que o Raul perguntou quando me conheceu. "Você está feliz?!"
Com certeza hj ele está muito feliz...!

Fernanda Rosa disse...

"Fazer o que você gosta é liberdade. Gostar do que você faz é felicidade." Frank Tyger
Boa sorte raul!

Markito disse...

nem esperou eu voltar de férais po!

RezinhaPrado disse...

qdo não se está mais satisfeito onde está pedir demissão é nascer de novo!
boa sorte nos novos rumos!
^.^

Anônimo disse...

e deixou saudade....