Democracia totalitária
Ainda bem que vivemos num país democrático, comemoram muitos.
Mas, quantos destes já pararam para pensar: o que é, de fato, a democracia?
Etimologicamente: democracia origina-se do grego. Demos significa povo e cratos, força, poder, por conseguinte, governo. O dicionário moderno não foge à origem da palavra: regime de governo onde o poder de tomar importantes decisões políticas está com o povo. De fato, na Grécia Antiga era assim. Os cidadãos em praça pública tomavam as decisões que diziam respeito à pólis. Política e Ética eram indissociáveis. Logo, governar, necessariamente, visava o bem comum.
Óbvio que eram outros tempos; as cidades eram infinitamente menores. Mas, será por isso, que nem resquícios desse sistema chegaram até nós? Enriquecemos a questão ao analisarmos algumas sociedades indígenas contemporâneas ainda não contaminadas pela cultura branca (principalmente a Xingu). Lá, o chefe não manda (na acepção que temos do termo). O cacique é aquele que conhece a história, a cultura, as tradições, e transmite isso ao seu povo. É o grande mediador de conflitos. Não dá ordens porque não há delegação de poder. Sem delegação de poder não há repressão. Sem repressão não pode haver dominação de um grupo por outro grupo, ou de um indivíduo por outro. Isso aponta na direção das utopias: uma sociedade que não precisa ter poder. E proporciona uma vivência para nós quase inimaginável: alguém nascer e morrer sem receber uma ordem sequer. O índio, na força de sua cultura, é um ser absolutamente auto-suficiente. Sabe fazer tudo de que precisa para viver – plantar, caçar, pescar, sabe fazer sua casa, fazer seu instrumento, fazer seus objetos de adorno, sua rede, sua esteira, sua canoa. Nasce e morre sem depender de ninguém para nada. A informação é aberta; o que um sabe todos podem saber. Ninguém se apropria da informação para transformá-la em poder. Em suma: o que há é a democracia do consenso.
O filósofo francês Jean Jaques Rousseau, ainda no século XVIII nos alertou quanto à ameaça corruptiva da “civilização”.
Discursivamente, para Rousseau, no princípio de tudo, havia uma sociedade que mal se percebia. Ao “chegar” a civilização, começa-se a divisão em famílias e criam-se os afetos. Estes, por sua vez, geram o sentimento de posse, fazendo com que uns se destaquem em relação ao todo. O sentimento de superioridade do homem sobre os outros seres vivos e sobre outros homens faz com que ele adquira consciência de si e comece a sua transformação do “natural” ao “social”, pervertendo assim a sua natureza.
O homem civilizado regula-se pelo amor próprio. Ao contrário, o homem natural de Rousseau guia-se pelo amor de si (disposição voltada para a preservação do ser singular) e pela comiseração (repulsa natural ao sofrimento de qualquer ser vivo especialmente o humano). A desigualdade social, então, é iniciada no movimento de apropriação da natureza pelo homem. Nesse momento, faz-se necessário o Estado (governo) para conter a instabilidade. Mas, ao invés de resolver, funda-se a sociedade política que perpetua a dominação do rico sobre o pobre (crítica à monarquia absolutista de sua época).
Obviamente não se deve tomar em sentido cronológico nem literal o problema filosófico de Rousseau. O que ele propõe com seu sistema é um resgate da natureza humana. Mas de maneira alguma suscita uma volta ao homem natural. Ele pensa numa civilização racional e moral que realize a natureza do homem. Um sistema fundado na Vontade Geral, que projete o Eu Comum da humanidade. Vontade geral não como sinônimo de vontade da maioria (já que esta pode ser o somatório de vontades individuais). Vontade geral tendo como pressupostos a comiseração e o amor de si.
Vivemos hoje num país onde, quando muito, prevalece o somatório das vontades individuais.
Talvez encontremos algumas saídas argumentativas: a “democracia” brasileira é demasiada jovem. Da Constituinte até hoje, contam-se apenas 21 anos. Não temos parâmetro sequer para nos compararmos conosco mesmo.
Mas, o que dizer da alienação política que assola a nossa nação?
Assistimos aos escândalos que, por sua constância midiática, não mais escandalizam. Exaltamos a honestidade como virtude ao invés de pressuposto.
Aplaudimos os discursos vazios do nosso Presidente que usa e abusa de frases feitas para ludibriar a população mais carente.
Conformamo-nos com programas assistencialistas que transformam o pobre em cárcere da esmola.
Observamos inertes à demolição ideológica do “partido dos trabalhadores” em detrimento à eleição presidencial, cabendo até conivência e apoio a antigos desafetos políticos.
Aceitamos o solapamento da liberdade com a obrigatoriedade do voto.
Etc. Etc. Etc.
Não. Definitivamente não vivemos numa democracia de fato. O que temos é uma democracia representativa com mofo nas entranhas. Um sistema manco no qual os representantes ainda dependuram. Uma política que flerta muito mais com o totalitarismo do que com a liberdade.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Filosofia de segunda
sábado, 29 de agosto de 2009
Aprecie sem moderação
Rolou na última quinta-feira a exposição coletiva da qual eu fiz parte no Ateliê Ubirajara Júnior em Ribeirão Preto. Foram selecionados 5 trabalhos de 5 "aspirantes a artistas".
Acredito que, além do vinho e dos petiscos, mais coisas foram apreciadas:
"Sem título"
Acrílica sobre tela
"O homem nas concepções temporais"
Acrílica sobre tela
"Sensações"
Acrílica sobre tela
"Presente"
Acrílica e colagem sobre tela
"Nós"
Óleo sobre tela
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Twittada
Não tenho nada contra escrever em 140 caracteres. O que não se pode limitar é o pensamento.
Cinematólogo
Vi no programa Zoom da TV Cultura o projeto Cabine Celular realizado por Daniel Bacchieri e Thiago Carnevale e gostei muito. Cinema, tecnologia e redes socias andando lado a lado para pulverizar críticas e elogios à sétima arte.
Comercial Ford Fusion. Vale só pela música ou o conceito é bom?
Música: Back in Black do ACDC.
Conceito: "Quem dirige o novo Ford Fusion fez por merecer."
terça-feira, 25 de agosto de 2009
E os reclames, como estão?
A discussão sobre a relevância e a eficácia das redes sociais continua fervilhando , mas os velhos comerciais ainda estão "comendo solto" na TV aberta. Então, analisemos o que está no ar por estes tempos.
A primeira proposta é lançarmos olhos sobre o vt da Antactica Sub Zero. Será que o ator global venderia uma escada boa de subir ou um faca boa para cortar?
Ok. É engraçado, é irreverente. Mas numa época em que a aproximação entre marcas e pessoas torna-se latente, o conceito da Intel "nossos ídolos não são como os seus ídolos" é, no mínimo, questionável.
Comprovado? Por quê?
O cientista estereotipado (careca, barbudo e de óculos), pede gentilmente que as crianças que se encaixarem nas características citadas por ele dêem um passo à frente. As crianças o fazem e, do nada, entra a locução "comprovado". A questão nem é a qualidade do comercial (que por sinal é deplorável), mas a coerência (ou a falta dela) no texto.
O conceito "não se reprima" é de um chocolate delicioso? De um pudim de doce de leite?
Não! É de uma bagaça light. E o pior: mandando eu seguir meus intintos. É de doer!
E ai? Concorda? Discorda? Em termos?
Mete bronca e aproveita pra indicar mais comerciais geniais.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Toca Raul!
Hoje, 21 de agosto, faz 20 anos que o trem das 7 levou o maluco beleza.
Raul Seixas tem milhares de fãs clubes e ainda inspira multidões. No entanto, a maioria conhece somente as músicas que chegaram às paradas. Vale a pena sair do "mainstream" do Raul e conhecer o lado B do poeta anarquista.
Abaixo a múscia "Gospel" de 1974, censurada pela ditadura:
O que será, será?
Hoje, no caminho para a agência, passei por mais 2 postos de combustíveis que estão sendo construídos.
Ribeirão está se transformando na cidade dos butecos e dos postos de combustíveis. É um a cada esquina.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
O que inspira no cinema?
Por Lucas Otuzi
Nada como um bom filme. Claro, não existem unanimidades, mas o cinema aparece como uma das diversões favoritas das grandes massas. Roteiros bem escritos, atuações emocionantes, fotografia perfeita, enquadramento, figurino, cenografia... ufa, um bom filme parece um quebra-cabeça, onde essas peças se encaixam e formam as obras que nos encantam e inspiram há muito tempo.
Opa, inspiração? Sim, claro! Somos publicitários, criativos, revolucionários (com moderação), temos no cinema uma grande fonte de referências (repita comigo: referência sim, chupada não).
Bons roteiros nascem de boas ideias, a matéria-prima de nosso trabalho. Filmes realmente bons surpreendem, mexem com a nossa imaginação, nos fazem viajar, nos tiram da realidade (nem que seja por alguns preciosos minutos). Grandes concepções visuais deslumbram, derrubam queixos e enchem os olhos. “Uau, que cena, que iluminação, que fotografia”.
Apesar de ser um redator convicto confesso: sou um apaixonado pela estética, pelo visual. A primeira vez que eu assisti “Sin City”, logo na primeira cena, tela em PB, apenas o vestido da personagem em um vermelho profundo... imagine um anúncio com esse cuidado gráfico, com esse bom gosto... uma verdadeira obra de arte comercial.
Ok, voltemos a realidade, muitas vezes (a maioria delas) não temos a menor estrutura para fazer algo de proporções cinematográficas. E eu pergunto: e daí? Será que a nossa criatividade não nos permite captar a essência do cinema e traduzi-la em um anúncio... sem foto, sem orçamento, mas cheio de inspiração? Será que as botas na árvore do “Peixe Grande”, com aquelas cores características, não dariam origem a uma ótima campanha?
E a ideia de colocar uma parte do filme como anime, ou desenho animado japonês, bela sacada de “Kill Bill”, altamente adequado ao tema, criativo, diferente, fora do lugar comum.
Cinema é uma das maiores fontes de inspiração publicitária que eu conheço. Boas ideias fazem belos filmes e grandes campanhas, sem reclamações, cheias de inspiração.
Referências cinematográficas visuais:
Peixe Grande e suas Maravilhosas Histórias (Big Fish) – Tim Burton – 2003
Sin City (Sin City) – Robert Rodriguez – 2005
300 – Zack Snyder – 2006
V de Vingança (V for Vendetta) – James Mc Teigue – 2006
Dogville – Lars Von Trier – 2003
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain – Le fabuleux destin d'Amélie Poulain – Jean-Pierre Jeunet – 2001
Kill Bill – Quentin Tarantino – 2003
O Clã das Adagas Voadoras (House of Flying Daggers – colocar o título original em chinês é sacanagem) – Zhang Yimou – 2004
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Surfe cor-de-rosa
Mídias sociais são uma mania?
Não. Pelo menos é o que quer mostrar Erik Qualman. Ele reuniu num vídeo vários argumentos que provam a importância da "social media" para a comunicação e, claro, promovem seu novo livro "Socialnomics".
Alguns números são impressionantes:
1. Midias sociais ultrapassaram o pornô como atividade número 1 da web.
2. 1 em 8 casais casais casados nos EUA no ano passado se conheceram através de uma rede social.
3. Números de anos para atingir 50 milhões de usuários: Radio (38 anos), TV (13 anos), Internet (4 anos), iPod (3 anos)…Facebook adicionou cerca de 100 milhões de usuários em menos de 9 meses… iPhone apps bateram 1 bilhão em 9 meses.
4. Se o Facebbok fosse um país seria o 4° maior do mundo.
5. 80% das empresas usam o LinkedIn como ferramenta prioritária para encontrar novos empregados.
via simviral e updateordie
Com essa foto dá pra vender o quê?
Quais associações criativas essa foto inspira? Mande sua sugestão.
Semana que vem, a gente publica o anúncio original. Até lá.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Artista guerrilheiro
Banksy, o grafiteiro mais famoso e misterioso do mundo, por mais paradoxal que possa parecer, está com uma exposição no Bristol Museum em Londres até o final de agosto.
O artista já foi censurado várias vezes. Um exemplo aconteceu em Bristol: um grande mural, com pouco mais de 7 metros de comprimento seu foi coberto de tinta por funcionários contratados pela prefeitura da cidade para lidar com pichação.
Característico para um homem que mantém sua identidade secreta, a exposição é marcada pelo mistério. A mídia, vereadores locais e até mesmo funcionários do museu só souberam do projeto um dia antes de ficar pronto para a abertura.
“Esta é a primeira exposição que faço que o dinheiro dos contribuintes será usado para pendurar as minhas imagens em vez de ser para as limpar”, comentou Banksy em declarações à BBC.
Banksy vs Bristol Museum (trailer):
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
EBP 2009 – parte 4
Como parte de um assunto muito discutido hoje em dia, vários são as vertentes sobre inovação.
Somente no final do debate é que o assunto enriqueceu de fato, mas aí já era tarde demais.
Dentre as minhas anotações destaco duas frases MUITO interessantes de Pedro Porto:
- A inovação tem muito mais a ver com o que se desaprende.
- O dessaber faz aparecer o inesperado.
Segundo ele, essa questão de desaprender hoje é a bandeira da Santa Clara.
Após o debate, procurei o Igor Puga e o Pedro Porto e, separadamente, perguntei a eles:
- A inovação hoje não está muito mais vinculada a verdade do que a novidade?
O Igor disse que sim e que esperava que o debate abordasse justamente isso.
Pedro também concordou e completou dizendo que a verdade deveria ser uma premissa, que os produtos deveriam ser bons, que as empresas deveriam ser sinceras, mas que nem sempre é assim.
E você, o que pensa sobre inovação?
Globo versus Record
Não para de passar na Globo. No site do jornal da Globo está:
"Edir Macedo é acusado de comandar uma quadrilha que desviava dinheiro da Igreja Universal. Promotores de São Paulo acusam o fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, e mais nove pessoas de enriquecimento pessoal às custas da instituição religiosa"
E aí? Há limite entre a notícia e a parcialidade?
Ei, vamos criar um movimento!!
Agora é assim, virou moda. Toda e qualquer campanha publicitária precisa provocar engajamento, fazer com que as pessoas lutem em torno de uma causa. Acho um tanto quanto exagerado. Lógico que quando a propaganda consegue envolver as pessoas desse modo consegue ser muito mais convincente e memorável. No entanto, não acredito que toda ação de comunicação seja passível de: “galera, iuuuuuurru, vamos criar um movimento.”
Às vezes o que temos que fazer é uma simples troca de coleção. Uma campanha que vai durar 4 dias e pronto. Que tem o objetivo de desovar o estoque do cliente. Como nesse caso, com tão pouco tempo/verba vamos conseguir fazer com que as pessoas se sintam tocadas a espalhar nossa mensagem? Que tenham vontade de compartilhá-la entre seus entes mais queridos?
O que acontece é que nós, publicitários, damos muito mais importância à propaganda do que ela realmente tem. Achamos que as pessoas ficam comentando - nas mesas de bares, em suas conversas de família, em seus encontros amorosos, - a maravilhosa ação de comunicação que criamos em uma rede social. Ou o supercomercial de 30” que inventamos com tanto zelo e capricho.
Não é bem assim. O ser humano só passa pra frente, só viraliza o que é interessante. Ninguém vai entrar em um site ou blog e participar, colaborar, enviar para seus amigos apenas porque há um botão que pede isso. Agora se for algo que claramente lhe dê um vantagem, que tenha a ver com a marca anunciada e que tenha uma boa ideia por trás... aí é uma outra história.
Tenho a impressão de que com esse negócio de ‘engajamento’ a torto e a direito, estamos criando cada vez mais propaganda para publicitários e cada vez menos para gente comum.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
EBP 2009 - parte 3
Como blogs podem contar grandes histórias para grandes marcas
O que é propaganda?
1- arte servindo ao capitalismo;
2- marketing da interrupção;
3- o preço que as empresas pagam por não serem originais;
Foi com essas três definições que Raphael Vasconcellos, diretor de criação da agênciaclick, começou sua exposição. Citou empresas que não são reféns de propaganda; que não necessitaram dela para construir suas marcas. Os exemplos já estão gastos, mas lá vão dois: Google e Iphone.
Mesmo com toda essa conversa sobre redes sociais, continua valendo a máxima: a melhor ação é ter um bom produto. Além do mais, é preciso pertinência; estão usando de um modo desmedido e gratuito. Por outro lado, não se pode ficar preso a meios, porque a mídia de massa não entrega mais.
Um dado relevante: 8% das vendas do “Linea”, carro da Fiat foram iniciadas pelo blog institucional. Isso mostra que precisamos investir e valorizar os pequenos grupos e as mensagens mais pessoais, mais focadas. Hoje, ou você é o link da mensagem ou conhece alguém que é.
A palestra anterior, conduzida pela VP de planejamento da Fischer America, restringiu-se, basicamente, a estabelecer os limites entre branding e propaganda. Uma pergunta da excelentíssima mediadora Renata Bokel resumiu bem o espírito da palestra e, principalmente, das grandes empresas de comunicação: “Hoje em dia, com o consumidor tendo cada vez mais poder, o que as instituições devem fazer para blindar as suas marcas?”
Blindar, pergunto eu. É! Enquanto a agência dela despejava em nossos programas televisivos fantásticos reclames de uma ou outra marca de cerveja, o Obama incentiva o uso e a aplicação de sua marca em diversas plataformas e ambientes.
Raphael afirmou que o erro está em colocar fronteiras, como nesse caso entre branding e propaganda. Citou a Aple que, com o simples ato de inverter sua logomarca na tampa dos notebooks fez uma grande ação de branding. Citou também o case “Fiat mio” que está sendo desenvolvido pela agênciaclick. Um projeto ambicioso que pretende lançar na feira do automóvel de São Paulo do próximo ano, o primeiro carro feito em Creative Commons, ou seja, “construído” pelos consumidores. Tudo on line.
O Fiat Mio segundo eles: “É um projeto participativo, onde vamos reunir todas as suas ideias sobre o futuro dos carros para criar um imenso bloco. Este bloco será a matéria prima de onde vamos extrair um grande projeto para as próximas gerações”.
Mais em http://www.fiatmio.cc/
Enfim, o que os blogs têm a ensinar às marcas?
O jogo de ping pong. As marcas precisam estabelecer esse diálogo, pois a comunicação de via única não funciona faz tempo.
Com essa foto a Lowe Honduras vendeu...
Agora a melhor ideia, na nossa opinião, foi:
PS3, uma forma mais criativa de brincar com seu filho.
Criação de um Anônimo. Valeu!
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
EBP 2009 parte 2
Continuando a postagem do Matheus, abaixo um pouco do que foi dito em 2 apresentações:
1- Como um blog pode ajudar sua carreira - Carlos Merigo (Brainstorm #9), Rafael Ziggy (Simviral), Luiz Jerônimo (Tarja Preta)
Hoje em dia existem muitos blogs. Pra se diferenciar não dá pra ficar replicando informação, tem que haver conteúdo original, posts que realmente adicionem algo à vida dos leitores. Antes de postar algo devemos pensar: que informação estou passando?
Os grandes blogs têm maior responsabilidade quanto ao conteúdo. O grande desafio é ser responsável sem, contudo, perder a autonomia.
Tem que prevalecer o bom senso, já que fazemos uma espécie de jornalismo sem sermos jornalistas.
Aí fica a pergunta: um blog original é aquele que repassa notícia com a opinião do editor?
O que é conteúdo original, genuíno?
2- Comunicação ontem e hoje - Marcelo Tas (blog do Tas)
O Blog Catarro Verde foi o divisor de água que evidenciou o início da força dos blogs:
Em 2001, ele deu um furo jornalístico: para defender-se sobre a fraude dos painéis eletrônicos de votação do Senado, Antonio Carlos Magalhães plagiou um discurso de Afonso Arinos, de 1954.
Até então nenhum grande jornal havia publicado o fato. No dia seguinte a postagem, a notícia era capa de todos os jornais. Porém a maioria sequer citou a fonte da informação.
Ontem nós usávamos meios como: rádio, TV, telefone, toca-disco, toca-fita, jornal. Hoje temos a internet (blogs, redes sociais), a TV digital, o blue-ray, o jornal digital, a rádio digital entre outros. Temos o poder da escolha.
Até 2007, 70% da audiência do blog do Tas vinha da home do UOL. Hoje, esse número é de apenas 20%, sendo que o Twitter é responsável por 35% de audiência. (como usar o twitter é outro ponto a se discutir).
A função mais importante de um blog é OUVIR. Aprender com a sua audiência, estreitar o diálogo, tornar o relacionamento o mais pessoal possível. É isso que os grandes meios não conseguem. Aí está o segredo.
Fiquei um pouco aliviado pelo Tas ter mudado o conteúdo de sua palestra, pois já havia assistido a duas idênticas. E você, o que acha sobre o que foi dito?
terça-feira, 11 de agosto de 2009
EBP 2009
Sábado rolou o EBP em Sampa. O Rony e eu estivemos por lá e, de hoje até sexta vamos dar umas pinceladas sobre o evento.
Como assim? O troço bombando, todo mundo falando disso e o cara vem falar que morreu? Explicou: morreu enquanto caixinha, enquanto disciplina, enquanto ferramenta.
O que estamos discutindo aqui hoje, na Europa e nos USA já é passado, já foi superado.
Ilustrou: a Agência do Ano de Cannes 2009 foi a DM9. Bacana. Brasil bem na fita.
Mas, como é feita a eleição? Simples: a agência que soma mais pontos em TV, Outdoor, Rádio e Press é a melhor. Genial. Isso talvez explique porque o Brasil não teve uma campanha sequer no short list de TITANIUM, a categoria mais desejada de Cannes.
DM9. A agência do ano da propaganda velha.
Ele ironizou dizendo que num futuro próximo deverá haver apenas uma categoria em Cannes, pois as mídias não funcionam mais separadamente. Hoje em dia, só integrado. Citou o case “Best Job in the World”, que ganhou em Cyber e PR, e que poderia ter abocanhado algo em “Integrated” e “Titanium”. A cada ano fica mais difícil categorizar uma boa campanha. Isso é uma maravilha!
As marcas vêm enxergando que, para obter bons resultados, precisam fazer comunicação que pareça o menos possível com propaganda.
Hoje, é preciso suscitar uma causa, criar um movimento. Foi isso que a Doritos fez na Argentina com o projeto “slow dancing” que convocava os jovens a dançarem músicas lentas, pois só assim conseguiriam se aproximar das pessoas do sexo oposto.
O coração da campanha era digital. O suporte, analógico. O que acontece é que, muitas vezes, as agências do Brasil fazem o contrário: o offline como principal e, para mostrar que são modernas e antenadas, fazem depois o digital (um hot site, uma ação em rede social, etc.). A ordem, nesse caso, muda totalmente o resultado.
Outro case que Tripolli mostrou foi o da Zuji. Uma agência de viagens australiana de “baixo custo” que foi pega em cheio no inicio da crise econômica. A saída mais fácil seria fazer anúncios e comerciais de TV vomitando as menores tarifas e blá, blá blá. Mas não. Embasada pelo conceito “Faça os feriados acontecerem”, ela começou a fabricar latas de feijão. Isso mesmo. Fabricava e vendia a 10 centavos. Se o consumidor não tinha dinheiro para as viagens porque precisava dele para comprar coisas essenciais, por que não facilitar para que eles tivessem estes produtos?
Utilizavam as embalagens para divulgar o motivo pelo qual criaram produtos baratos: para que as pessoas economizassem e pudessem curtir uma viagem com a Zuji.
Depois, ainda veio a Pasta de Dentes Zuji, o papel higiênico e muitos outros produtos.
Finalizou dizendo:
Há pouco tempo, a ordem da criação era: Grande Ideia. Filme, impresso. On line (se possível).
Hoje: Grande Ideia. Engajamento. Mídia.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
os 100 mais
Para finalizar, a lista mais polêmica da Bravo!: as 100 mais da MPB
1- Carinhoso (Pixinguinha / João de Barro)
2- Águas de Março (Tom Jobim)
3- João Valentão (Dorival Caymmi)
4- Chega de Saudade (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
5- Aquarela do Brasil (Ary Barroso)
6- Tropicália (Caetano Veloso)
7- Último Desejo (Noel Rosa)
8- Asa Branca (Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira)
9- Construção (Chico Buarque)
10- Detalhes (Roberto Carlos / Erasmo Carlos)
11- As Rosas Não Falam (Cartola)
12- Samba do Avião (Tom Jobim)
13- Vingança (Lupícinio Rodrigues)
14- Garota de Ipanema (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
15- Alegria, Alegria (Caetano Veloso)
16- Desafinado (Tom Jobim)
17- A Mesma Rosa Amarela (Capiba / Carlos Pena Filho)
18- Ai, Que Saudades da Amélia (Ataulfo Alves / Mário Lago)
19- A Flor e o Espinho (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito / Alcides Caminha)
20- Domingo no Parque (Gilberto Gil)
21- Eu Te amo (Chico Buarque / Tom Jobim)
22- Feitio de Oração (Noel Rosa / Vadico)
23- Retrato Em Branco e Preto (Tom Jobim / Chico Buarque)
24- O Mundo é um Moinho (Cartola)
25- E o Mundo Não Se Acabou (Assis Valente)
26- A Volta do Boêmio (Adelino Moreira)
27- Diz Que Fui Por Aí (Zé Kéti / Hortêncio Rocha)
28- Leve (Carlinhos Vergueiro / Chico Buarque)
29- Trem das Onze (Adoniran Barbosa)
30- Baby (Caetano Veloso)
31- Eu Sei Que Vou Te Amar (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
32- Marina (Dorival Caymmi)
33- Rosa (Pixinguinha / Otávio Souza)
34- A Banda (Chico Buarque)
35- Feitiço da Vila (Noel Rosa / Vadico)
36- Panis et Circenses (Caetano Veloso / Gilberto Gil)
37- O Bêbado e o Equilibrista (João Bosco / Aldir Blanc)
38- Exagerado (Cazuza / Ezequiel Neves / Leoni)
39- Foi um Rio Que Passou Em Minha Vida (Paulinho da Viola)
40- Iracema (Adoniran Barbosa)
41- Nervos de Aço (Lupícinio Rodrigues)
42- Luiza (Tom Jobim)
43- Ronda (Paulo Vanzolini)
44- Assum Preto (Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira)
45- Acabou Chorare (Moraes Moreira / Galvão)
46- Dois pra Lá, Dois pra Cá (João Bosco / Aldir Blanc)
47- Sinal Fechado (Paulinho da Viola)
48- Folhetim (Chico Buarque)
49- Insensatez (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
50- Ouro de Tolo (Raul Seixas)
51- Drama de Angélica (Alvarenga / M.G. Barreto)
52- Aquarela Brasileira (Silas de Oliveira)
53- Volta por Cima (Paulo Vanzolini)
54- O Que é que a Baiana Tem? (Dorival Caymmi)
55- Chão de Estrelas (Silvio Caldas / Orestes Barbosa)
56- É Hoje (Didi / Maestrinho)
57- Descobridor dos Sete Mares (Michel / Gilson Mendonça)
58- A Noite do Meu Bem (Dolores Duran)
59- Como Nossos Pais (Belchior)
60- Folhas Secas (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito)
61- Lábios que Beijei (J. Cascata / Leonel Azevedo)
62- Valsinha (Vinicius de Moraes / Chico Buarque)
63- Eu e a Brisa (Johnny Alf)
64- Jura (Sinhô)
65- Luar do Sertão (João Pernambuco / Catulo da Paixão Cearense)
66- Corta-Jaca (Chiquinha Gonzaga)
67- Manhã de Carnaval (Luiz Bonfá / Antônio Maria)
68- Odeon (Ernesto Nazareth / Vinicius de Moraes)
69- Minha Namorada (Carlos Lyra / Vinicius de Moraes)
70- No Rancho Fundo (Ary Barroso / Lamartine Babo)
71- O Samba da Minha Terra (Dorival Caymmi)
72- Ouça (Maysa)
73- Se Eu Quiser Falar Com Deus (Gilberto Gil)
74- Senhor Cidadão (Tom Zé)
75- O Que Será (Chico Buarque / Milton Nascimento)
76- Se Você Jurar (Ismael Silva / Newton Bastos / Francisco Alves)
77- Todo o Sentimento (Cristóvão Bastos / Chico Buarque)
78- Como Uma Onda (Lulu Santos / Nelson Motta)
79- Carcará (João do Vale / José Candido)
80- Mania de Você (Rita Lee / Roberto de Carvalho)
81- Felicidade (Lupícinio Rodrigues)
82- As Pastorinhas (João de Barro / Noel Rosa)
83- Nego Dito (Itamar Assumpção)
84- Rios, Pontes e Overdrives (Chico Science)
85- Cidade Maravilhosa (André Filho)
86- O Vira (João Ricardo / Luli)
87- Olhos nos Olhos (Chico Buarque)
88- Balada do Louco (Arnaldo Baptista / Rita Lee)
89- O Teu Cabelo Não Nega (Lamartine Babo / Irmãos Valença)
90- Com Que Roupa? (Noel Rosa)
91- Sampa (Caetano Veloso)
92- As Curvas da Estrada de Santos (Roberto Carlos / Erasmo Carlos)
93- Brasileirinho (Waldir Azevedo / Pereira da Costa)
94- Você Não Soube Me Amar (Evandro Mesquita / Ricardo Barreto / Guto / Zeca Mendigo)
95- Disparada (Geraldo Vandré / Theo de Barros)
96- Óculos (Herbert Vianna)
97- Tico-Tico no Fubá (Zequinha de Abreu / Aloysio Oliveira)
98- Clara Crocodilo (Arrigo Barnabé / Mário Lúcio Côrtes)
99- Cruzada (Tavinho Moura / Márcio Borges)
100- Cantiga de Amigo (Elomar)
domingo, 9 de agosto de 2009
O dia em que perdi meu pai
Sempre pensei em escrever sobre a morte de meu pai. Nunca tive coragem até então. Eu queria escrever para homenageá-lo, deixar registrado o quanto o amo, o quanto ele foi importante para mim. Mas faltava força. Eu fujo da dor. Eu tinha 19 anos quando ele se foi. Exatamente metade da minha vida agora. Só depois de 19 anos e no dia dos pais, eu estou conseguindo fazer um texto a respeito. E confesso, eu queria que ficasse bonito, à altura das coisas que ele me ensinou.
Era 22 de novembro de 1990 e só de lembrar me dá um arrepio por todo o corpo. Foi de longe o pior dia da minha vida. Meu pai estava no hospital e talvez tivesse que amputar a perna porque tinha diabetes e uma ferida teimava em não cicatrizar. Acho que a possibilidade da perda o fez desistir da vida. Ele era muito altivo para aceitar aquilo. Não sei se estava certo, mas eu o entendo. Perfeitamente.
Na época, eu trabalhava na Casa do Ventilador e estava em cima do telhado para passar os fios que seriam usados para instalar o ventilador de teto na casa de um cliente nosso. De repente, do nada, senti um mal-estar tremendo. Foi tão estranho... o calor era insuportável, no entanto aquele mal súbito não foi por causa do clima estupidamente quente. Foi porque de algum modo eu pressenti o que estava acontecendo. Era 16h30, a hora exata em que (fiquei sabendo depois) meu pai faleceu.
Desci zonzo do telhado, terminei o trabalho com muito custo e voltei para a empresa. Assim que cheguei, meu chefe disse que minha irmã tinha ligado e pedido para eu não demorar. Não demorar na-da. Não foi preciso dizer mais nenhuma palavra, saí correndo com os olhos embaçados, enquanto rezava.
Quando dobrei a esquina da minha rua, vi um táxi sendo descarregado com as roupas de meu pai. Como doeu! Aquela imagem me estraçalhou. Foi a cena mais triste que já vi. Juro. Se eu tinha alguma esperança de não ter acontecido nada com meu pai, ela tinha acabado ali. A porta do táxi aberta, as calças e camisas sendo entregues... o silêncio. Não quis falar com ninguém. Não precisava. Eu sabia de tudo. Fui direto para o meu quarto e chorei, desabei, chorei, desabei.
Descobri naquele dia que o corpo humano é capaz de produzir, literalmente, um mar de lágrimas.
Feliz Dia dos Pais, Sr. Raul. Te amo absurdo.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
os 100 mais
Hoje, ao invés de indicar 1 filme na coluna "sexta poltrona", listo os 100 melhores filmes do cinema mundial segundo a Revista Bravo!
01- CIDADÃO KANE (1941) Direção: Orson Welles
02 - O PODEROSO CHEFÃO (1972) Direção: Francis Ford Coppola
03 – SINDICATO DE LADRÕES (1954) Direção: Elia Kazan
04 – UM CORPO QUE CAI (1958) Direção: Alfred Hitchcock
05 – CASABLANCA (1942) Direção: Michael Curtiz
06 – OITO E MEIO (1963) Direção: Federico Fellini
07 – LAWRENCE DA ARÁBIA (1965) Direção: David Lean
08 – A REGRA DO JOGO (1939) Direção: Jean Renoir
09 – O ENCOURAÇADO POTEMKIN (1925) Direção: Sergei Eisenstein
10 – RASTROS DE ÓDIO (1956) Direção: John Ford
11 - CANTANDO NA CHUVA (1956) Direção:Gene Kelly e Stanley Donen
12 – CREPÚSCULO DOS DEUSES (1950) Direção: Billy Wilder
13 – PERSONA (1966) Direção: Ingmar Bergman
14 – O MENSAGEIRO DO DIABO (1955) Direção: Charles Laughton
15 - 2001 – UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO (1968) Direção: Stanley Kubrick
16 – OS SETE SAMURAIS (1954) Direção: Akira Kurosawa
17 – O LEOPARDO (1963) Direção: Luchino Visconti
18 – TAXI DRIVER (1976) Direção: Martin Scorsese
19 – ERA UMA VEZ EM TÓQUIO (1953) Direção: Yasujiro Ozu
20 – FITZCARRALDO (1982) Direção: Werner Herzog
21 - ACOSSADO (1959) Direção: Jean-Luc Godard
22 – JULES ET JIM (1962) Direção: François Truffaut
23 – O CONFORMISTA (1970) Direção: Bernardo Bertolucci
24 – EM BUSCA DO OURO (1925) Direção: Charles Chaplin
25 – METRÓPOLIS (1926) Direção: Fritz Lang
26 – O SÉTIMO SELO (1956) Direção: Ingmar Bergman
27 – A AVENTURA (1960) Michelangelo Antonioni
28 – AMARCORD (1973) Direção Federico Fellini
29 – VIRIDIANA (1961) Direção: Luis Buñuel
30 – NOIVO NEURÓTICO, NOIVA NERVOSA (1977) Direção: Woody Allen
31 – O NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO (1915) Direção: D.W. Griffith
32 - APOCALYPSE NOW (1979) Direção: Fracis Ford Coppola
33 - ERA UMA VEZ NO OESTE (1968) Direção: Sérgio Leone
34 – ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE (1956) Direção: George Stevens
35 – PSICOSE (1960) Direção: Alfred Hitchcock
36 – O MARTÍRIO DE JOANA D’ARC (1928) Direção: Carl Theodor Dreyer
37 – TOURO INDOMÁVEL (1980) Direção: Martin Scorsese
38 – OLYMPIA (1938) Direção: Leni Riefenstahl
39 – O FALCÃO MALTÊS (1941) Direção: John Huston
40 – DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL (1964) Direção: Glauber Rocha
41 – DR. FANTÁSTICO (1964) Direção: Stanley Kubrick
42 – ROMA, CIDADE ABERTA (1945) Direção: Roberto Rossellini
43 – A DOCE VIDA (1960) Federico Fellini
44 – CHINATOWN (1974) Direção: Roman Polanski
45 – A FELICIDADE NÃO SE COMPRA (1946) Direção: Frank Capra
46 - ...E O VENTO LEVOU (1939) Direção: Victor Fleming
47 – TEMPOS MODERNOS (1936) Direção: Charles Chaplin
48 – A UM PASSO DA ETERNIDADE (1953) Direção: Fred Zinnemann
49 – O SACRIFÍCIO (1986) Direção: Andrei Tarkovski
50 – LARANJA MECÂNICA (1971) Direção: Stanley Kubrick
51 - A GENERAL (1927) Direção: Buster Keaton
52 – O HOMEM ELEFANTE (1980) Direção: David Lynch
53 – O MÁGICO DE OZ (1939) Direção: Victor Fleming
54 – QUERELLE (1982) Direção: Rainer Werner Fassbinder
55 – A PRIMEIRA NOITE DE UM HOMEM (1967) Direção: Mike Nichols
56 – MORTE EM VENEZA (1971) Direção: Luchino Visconti
57 – A ÚLTIMA SESSÃO DE CINEMA (1971) Direção: Peter Bogdanovich
58 – OS BONS COMPANHEIROS (1990) Direção: Martin Scorsese
59 – BLADE RUNNER – O CAÇADOR DE ANDRÓIDES (1982) Direção: Ridley Scott
60 – A MALVADA (1950) Direção: Joseph L. Mankiewicz
61 – NOSFERATU (1922) Direção: Friedrich W. Murnau
62 – O ÚLTIMO TANGO EM PARIS (1972) Direção: Bernardo Bertolucci
63 – LADRÕES DE BICICLETA (1948) Direção: Vittorio de Sica
64 – ASAS DO DESEJO (1987) Direção: Wim Wenders
65 – PULP FICTION – TEMPO DE VIOLÊNCIA (1994) Direção: Quentin Tarantino
66 – REPULSA AO SEXO (1965) Direção: Roman Polanski
67 – CRIMES E PECADOS (1989) Direção: Woody Allen
68 – UMA RUA CHAMADA PECADO (1951) Direção: Elia Kazan
69 – BUTCH CASSIDY E SUNDANCE KID (1969) Direção: George Roy Hill
70 – OS IMPERDOÁVEIS (1992) Direção: Clint Eastwood
71 – PATTON – REBELDE OU HERÓI? (1969) Direção: Franklin J. Schaffner
72 – TUDO SOBRE MINHA MÃE (1999) Direção: Pedro Almodóvar
73 – UM LUGAR AO SOL (1951) Direção: George Stevens
74 – UM ESTRANHO NO NINHO (1975) Direção: Milos Forman
75 – AMOR À FLOR DA PELE (2000) Direção: Wong Kar-Wai
76 – HIROSHIMA, MEU AMOR (1959) Direção: Alain Resnais
77 – KAOS (1984) Direção: Irmãos Taviani
78 – BRAZIL – O FILME (1985) Direção: Terry Gilliam
79 – QUANTO MAIS QUENTE MELHOR (1956) Direção: Billy Wilder
80 – CIDADE DE DEUS (2002) Direção: Fernando Meirelles
81 – OS HOMENS PREFEREM AS LOIRAS (1953) Direção: Howard Hawks
82 – UM CÃO ANDALUZ (1928) Direção: Luis Buñuel
83 – LOS ANGELES – CIDADE PROIBIDA (1997) Direção: Curtis Hanson
84 – PIXOTE – A LEI DO MAIS FRACO (1981) Direção: Hector Babenco
85 – BEN-HUR (1959) Direção: William Wyler
86 – FANTASIA (1940) Produção: Walt Disney
87 – SEM DESTINO (1969) Direção: Dennis Hopper e Peter Fonda
88 – DOGVILLE (2003) Direção: Lars Von Trier
89 – O IMPÉRIO DOS SENTIDOS (1976) Direção: Nagisa Oshima
90 – UM CONVIDADO BEM TRAPALHÃO (1968) Direção: Blake Edwards
91 – A LISTA DE SCHINDLER (1993) Direção: Steven Spielberg
92 – GUERRA NAS ESTRELAS (1977) Direção: George Lucas
93 – O PÂNTANO (2000) Direção:Lucrecia Martel
94 – CABARÉ (1972) Direção: Bob Fosse
95 – OPERAÇÃO FRANÇA (1971) Direção: William Friedkin
96 – KING KONG (1933) Direção: Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack
97 – AS INVASÕES BÁRBARAS (2003) Direção: Denys Arcand
98 – FARGO (1996) Direção: Joel e Ethan Cohen
99 – M.A.S.H. (1970) Direção: Robert Altman
100 – LAVOURA ARCAICA (2001) Direção: Luiz Fernando Carvalho
E ai? Como anda a sua cultura cinematográfica?
Com essa foto dá pra vender o quê?
Quais associações criativas essa imagem inspira? Manda aí.
Semana que vem nós publicamos o anúncio original.
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Criação do Arthur Dib. Valeu, Dib.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
os 100 mais
A segunda lista é "100 Livros Essenciais da Literatura Brasileira"
1. Memórias Póstumas De Brás Cubas, Machado De Assis
2. Dom Casmurro, Machado De Assis
3. Vidas Secas, Graciliano Ramos
4. Os Sertões, Euclides Da Cunha
5. Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa
6. A Rosa Do Povo, Carlos Drummond De Andrade
7. Libertinagem, Manuel Bandeira
8. Lavoura Arcaica, Raduan Nassar
9. A Paixão Segundo G.H., Clarice Lispector
10. Macunaíma — O Herói Sem Nenhum Caráter, Mário De Andrade
11. Lira Dos Vinte Anos, Álvares De Azevedo
12. O Tempo E O Vento, Erico Verissimo
13. Morte E Vida Severina, João Cabral De Melo Neto
14. Vestido De Noiva, Nelson Rodrigues
15. Serafim Ponte Grande, Oswald De Andrade
16. Crônica Da Casa Assassinada, Lúcio Cardoso
17. Os Escravos, Castro Alves
18. O Guarani, José De Alencar
19. Romanceiro Da Inconfidência, Cecília Meireles
20. Triste Fim De Policarpo Quaresma, Lima Barreto
21. São Bernardo, Graciliano Ramos
22. Laços De Família, Clarice Lispector
23. Sermões, Padre Vieira
24. As Meninas, Lygia Fagundes Telles
25. Sagarana, Guimarães Rosa
26. Nova Antologia Poética, Mário Quintana
27. Navalha Na Carne, Plínio Marcos
28. A Obscena Senhora D, Hilda Hilst
29. Nova Antologia Poética, Vinícius De Moraes
30. Brás, Bexiga E Barra Funda, Antônio De Alcântara Machado
31. Paulicéia Desvairada, Mário De Andrade
32. I-Juca Pirama, Gonçalves Dias
33. Baú De Ossos, Pedro Nava
34. A Vida Como Ela É, Nelson Rodrigues
35. A Alma Encantadora Das Ruas, João Do Rio
36. Estrela Da Manhã, Manuel Bandeira
37. Obra Poética, Gregório De Matos
38. Gabriela, Cravo E Canela, Jorge Amado
39. Marília De Dirceu, Tomás Antônio Gonzaga
40. Claro Enigma, Carlos Drummond De Andrade
41. Mar Absoluto, Cecília Meireles
42. Malagueta, Perus E Bacanaço, João Antônio
43. O Pagador De Promessas, Dias Gomes
44. Noite Na Taverna, Álvares De Azevedo
45. Romance D’a Pedra Do Reino E O Príncipe Do Sangue Do Vai-E-Volta, Ariano Suassuna
46. Bagagem, Adélia Prado
47. Viva O Povo Brasileiro, João Ubaldo Ribeiro
48. Memórias De Um Sargento De Milícias, Manuel Antônio De Almeida
49. Cartas Chilenas, Tomás Antônio Gonzaga
50. Canaã, Graça Aranha
51. Memórias Sentimentais De João Miramar, Oswald De Andrade
52. A Coleira Do Cão, Rubem Fonseca
53. Espumas Flutuantes, Castro Alves
54. Um Copo De Cólera, Raduan Nassar
55. A Estrela Sobe, Marques Rebelo
56. Poema Sujo, Ferreira Gullar
57. Lucíola, José De Alencar
58. O Ateneu, Raul Pompéia
59. Fogo Morto, José Lins Do Rego
60. O Quinze, Rachel De Queiroz
61. Seminário Dos Ratos, Lygia Fagundes Telles
62. Invenção De Orfeu, Jorge De Lima
63. Terras Do Sem Fim, Jorge Amado
64. Broquéis, Cruz E Souza
65. O Encontro Marcado, Fernando Sabino
66. A Moreninha, Joaquim Manuel De Macedo
67. Morangos Mofados, Caio Fernando Abreu
68. O Ex-Mágico, Murilo Rubião
69. O Picapau Amarelo, Monteiro Lobato
70. As Metamorfoses, Murilo Mendes
71. Harmada, João Gilberto Noll
72. Ópera Dos Mortos, Autran Dourado
73. O Cortiço, Aluísio Azevedo
74. A Escrava Isaura, Bernardo Guimarães
75. 200 Crônicas Escolhidas, Rubem Braga
76. O Vampiro De Curitiba, Dalton Trevisan
77. O Coronel E O Lobisomem, José Cândido De Carvalho
78. Os Ratos, Dyonélio Machado
79. O Analista De Bagé, Luis Fernando Verissimo
80. Febeapá, Stanislaw Ponte Preta
81. O Homem E Sua Hora, Mário Faustino
82. Catatau, Paulo Leminski
83. Os Cavalinhos De Platiplanto, José J. Veiga
84. Avalovara, Osman Lins
85. Eu, Augusto Dos Anjos
86. O Que É Isso, Companheiro?, Fernando Gabeira
87. O Braço Direito, Otto Lara Resende
88. Quarup, Antonio Callado
89. A Senhorita Simpson, Sérgio Sant’anna
90. Tremor De Terra, Luiz Vilela
91. Zero, Ignácio De Loyola Brandão
92. Galvez, Imperador Do Acre, Márcio Souza
93. Viva Vaia, Augusto De Campos
94. Galáxias, Haroldo De Campos
95. Inocência, Visconde De Taunay
96. Poesias, Olavo Bilac
97. O Tronco, Bernardo Élis
98. O Uraguai, Basílio Da Gama
99. Juca Mulato, Menotti Del Picchia
100. Contos Gauchescos, João Simões Lopes Neto
E ai? Quantas dessas obras tupiniquins você mandou pra "caxola"?
O que inspira na palestra de Washington Olivetto?
Por Eduardo Cavalheiro – direto do ENLARP 2009, Encontro de Redatores de Publicidade de Paraty
“Como foi que eu vim parar aqui hoje”. Esse era o título do único slide projetado durante a palestra que durou 3 horas, um tempo que não foi suficiente para cansar ninguém, nem mesmo o palestrante, que ficou o tempo todo sentado e narrou sem pressa a biografia do mais emblemático publicitário do Brasil.
Para quem já viu uma palestra de Olivetto ou leu “Na Toca dos Leões”, algumas coisas perdem um pouco daquele encanto do ineditismo. Mas o magnetismo dele é o mesmo. Ouvir este senhor, em qualquer contexto, é uma puta experiência.
Ele não é músico, cineasta, escritor, fashionista ou artista plástico, mas vive e conhece tudo isso com uma desenvoltura que assusta. Um cara que aos 17 anos era amigo de Caetano e toda galera do tropicalismo. Que concebeu a identidade do mais célebre Corinthians. Que compôs com Tom Zé e é consultado por André Midani e Boni. Que combina uma camiseta da “Puta Madre” com calça e sapato social pretos sem o menor pudor. Por tudo isso, ele transcendeu o publicitário e faz parte da história do Brasil, assim como suas campanhas.
Hoje ele é um cartola, distante da criação publicitária, que segundo ele, está em crise no mundo todo, sem brilho e sem verdade. Com base nisso, perguntei a ele sobre uma perspectiva de futuro: “Andy Warhol disse que no ano 2000 todos teriam 15 minutos de fama, mas o que temos são sucessivos 5 minutos de vulgaridade. Eu penso que como tudo na vida, uma hora vem a ressaca, e aí depois a coisa pega um novo rumo, mais saudável.”
No fim, as palmas não cessavam. A maioria de nós ali, não viu a W/ no auge, mas todos sentem a vibração de vossa santidade. Me emocionei. Mesmo não sendo a primeira vez que o via, é provável que seja a última, já que ele está cada vez mais longe da propaganda. Enquanto ele saía do auditório, tomei consciência do privilégio de estar ali. E saí de lá arrebatado, pensando que ser alguém com boas histórias é muito mais interessante (e claro, inspirador) do que ser um bom publicitário.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Os 100 mais
A revista Bravo está relançando alguns exemplares vendidos ano passado com os "100 mais": osmelhores filmes, livros e músicas.
A maioria das listas que fazem é criticada. Dizem que é injusta, que os caras que elencaram estão loucos, etc.
No entanto, a eleição justa ou não, serve de parâmetro para mensurarmos o nosso conhecimento e, porque não o nosso gosto.
A primeira lista é "100 Livros Essenciais da Literatura Mundial"
1. Ilíada - Homero
2. Odisséia – Homero
3. Hamlet – William Shakespeare
4. Dom Quixote – Miguel Cervantes
5. A Divina Comédia – Dante Alighieri
6. Em Busca do Tempo Perdido – Marcel Proust
7. Ulysses – James Joyce
8. Guerra e Paz – Leon Tolstoi
9. Crime e Castigo – Dostoievski
10. Ensaios – Michel de Montaigne
11. Édipo Rei – Sófocles
12. Otelo - William Shakespeare
13. Madame Bovary – Gustav Flaubert
14. Fausto – Goeth
15. O Processo – Franz Kafka
16. Doutor Fausto – Thomas Mann
17. As Flores do Mal – Charles Baudelaire
18. Som e a Fúria – William Faulkner
19. A Terra Desolada – T. S. Eliot
20. Teogonia – Hesíodo
21. As Metamorfoses - Ovídio
22. O Vermelho e o Negro – Stendhal
23. Grande Gatsby – F. Scottt Fitzgerald
24. Uma Estação no Inferno - Arthur Rimbaud
25. Os Miseráveis - Victor Hugo
26. O estrangeiro - Albert Camus
27. Medéia - Eurípides
28. A Eneida - Virgílio
29. Noite de Reis - William Shakespeare
30. Adeus às Armas - Ernest Hemingway
31. Coração das Trevas - Joseph Conrad
32. Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley
33. Mrs. Dalloway - Virginia Woolf
34. Moby Dick - Herman Melville
35. Histórias Extraordinárias - Edgar Allan Poe
36. A Comédia Humana - Balzac
37. Grandes Esperanças - Charles Dickens
38. O Homem Sem Qualidades - Robert Musil
39. As Viagens de Gulliver - Jonathan Swift
40. Finnegans Wake - James Joyce
41. Os Lusíadas - Luís de Camões
42. Os Três Mosqueteiros - Alexandre Dumas
43. Retrato de Uma Senhora - Henry James
44. Decameron - Bocaccio
45. Esperando Godot - Samuel Beckett
46. 1984 - George Orwell
47. Galileu Galilei - Bertolt Brecht
48. Os Cantos de Maldoror - Lautréamont
49. A Tarde de um Fauno - Mallaemé
50. Lolita - Vladimir Nabokov
51. Tartufo - Molière
52. As Três Irmãs - Anton Tcheckov
53. O Livro das Mil e Uma Noites
54. Don Juan - Tirso de Molina
55. Mensagem - Fernando Pessoa
56. Paraíso Perdido - Jonh Milton
57. Robinson Crusoe - Daniel Defoe
58. Os Moedeiros Falsos - André Gide
59. Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis
60. Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde
61. Seis Personagens em Busca de um Autor - Luigi Pirandello
62. Alice no País das maravilhas - Lewis Carrol
63. A Náusea - Jean-Paul Sartre
64. A Consciência de Zeno - Ítalo Svevo
65. Longa Jornada Noite Adentro - Eugene O'Neill
66. A Condição Humana - André Malraux
67. Os Cantos - Ezra Pound
68. Canções da Inocência /C.do Exílio - William Blake
69. Um Bonde Chamado Desejo - Teneessee Williams
70. Ficções - Jorge Luis Borges
71. Rinoceronte - Eugène Ionesco
72. A Morte de Virgílio - Herman Broch
73. As Folhas da Relva - Walt Whitman
74. Deserto dos Tártaros - Dino Buzatti
75. Cem Anos de Solidão - Gabriel García Marques
76. Viagem ao Fim da Noite - Louis-Ferdinand Céline
77. A Ilustre Casa de Ramires - Eça de Queirós
78. Jogo da Amarelinha - Júlio Cortázar
79. As Vinhas da Ira - John Steinbeck
80. Memórias de Adriano - Marguerite Yourcenar
81. O Apanhador no Campo de Centeio - J.D. Salinger
82. Huckleberry Finn - Mark Twain
83. Contos de Hans Christian Andersen
84. O Leopardo - Tomaso di Lampedusa
85. Vida e Opiniões do Cavaleiro Tristam Shandy - Laurence Sterne
86. Passagem Para a Índia - E.M Forster
87. Orgulho e Preconceito - Jane Austen
88. Trópico de Câncer - Henry Miller
89. Pais e Filhos - Ivan Turgueniev
90. O Náufrago - Thomas Bernhard
91. A Epopéia de Gilgamesh
92. O Mahabharata
93. As Cidades Invisíveis - Ítalo Calvino
94. On The Road - Jack Kerouac
95. Lobo da Estepe - Hermann Hesse
96. Complexo de Portnoy - Philip Roth
97. Reparação - Ian MacEwan
98. Desonra - J.M. Coetzee
99. As Irmãs Makioka - Junichiro Tanizaki
100. Pedro Páramo - Juan Rulfo
E ai? Quantos desses você já leu?
A nova propaganda
Ontem estive no Comunica 09, evento realizado pelo Senac São Paulo, cujo tema abordado foi a comunicação feita por meio dos dispositivos móveis discorrendo sobre o processo de digitalização da sociedade e da vida.
Dentre os assuntos discutidos o destaque ficou por conta de 2 temas:
- a relevância nos conteúdos transmitidos pelas marcas;
- como utilizar de maneira eficaz as novas ferramentas da comunicação (redes sociais, móbile e games).
O palestrante foi Luiz Trindade, da iThink, por sinal muito bom.
Abaixo compartilho algumas das anotações que fiz:
- “As novelas estão perdendo audiência para as redes sociais. O orkut virou novela. As pessoas escrevem suas próprias histórias.” – Agnaldo Silva, Rede Globo.
- Compartilhar faz parte da natureza humana. O boca-a-boca sempre existiu. A web o colocou em escala global.
- As pessoas não acreditam nas propagandas. Não nos modelos engessados praticados até hoje. A nova propaganda deve focar o diálogo com as pessoas, a autenticidade e adicionar valor às pessoas.
- As marcas precisam ouvir as pessoas, resolver seus problemas, apresentar soluções, para que então se crie afinidade.
- As empresas devem ouvir seus colaboradores, falar pessoal e diretamente com cada um, engajar.
- Após “convidar” uma pessoa para acessar o site, a marca tem que saber muito bem o que dizer para esta pessoa, quando ela já está lá, navegando. Isso é a presença receptiva.
- Maximizar a experiência de consumo do produto é fundamental.
E pra finalizar, é bom as pessoas que trabalham nos veículos tradicionais começarem a procurar outro emprego. O digital é realidade.
O que inspira nas palestras de Janaína Linhares, Álvaro Novaes e Hiran Castelo Branco?
Por Eduardo Cavalheiro – direto do ENLARP 2009, Encontro de Redatores de Publicidade de Paraty
Durante as 3 primeiras apresentações da tarde, muitos aproveitaram para procurar uma boa cafeteria no centro histórico, ir ao banheiro, beber água, coisas que fazemos durante o show de uma banda qualquer que abre para uma super banda, tipo, Dr. Sin abrindo para o Kiss.
Quem não ficou perdeu a breve apresentação de Janaína Linhares, redatora do interior do Rio de Janeiro, que utilizou um espaço reservado para a exposição de projetos e falou sobre a sua monografia entitulada “do haikai ao slogan”, que explicava como historicamente o texto publicitário se apropriou da linguagem poética, das semelhanças e diferenças entre os dois estilos. Curiosamente, uma jovem desconhecida foi quem apresentou o tema mais adequado à um encontro de redatores publicitários.
Em seguida, Álvaro Novaes, CEO da Arsenal Digital Labs, gastou mais de uma hora falando do novo cenário da comunicação no mundo. Do fechamento dos jornais, do aumento de receitas publicitárias na web, números, estatísticas, e alguns excessos do tipo “a televisão aberta já está morta” – o tipo de opinião que soa no mínimo conveniente. Enfim, tudo aquilo que já ouvimos nos últimos anos, e não impressiona o mais calouro dos universitários.
Hiran Castelo Branco, presidente do clube de criação do Rio de Janeiro, entrou como calhau. Falou menos de 20 minutos, enquanto olhava para a porta principal à procura de um sinal sobre a chegada de Washington Olivetto. Apresentou o troféu Jeca Tatu, concedido aos profissionais da propaganda que contribuíram com algum trabalho que possua forte identificação com a cultura brasileira. E foi só.
E depois de 3 horas sem intervalo, eu tinha menos de 3 linhas de anotações. Vi o resto da página em branco, e me inspirei a desenhar. Fiz um mapinha do centro histórico.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
O que inspira na palestra de Pedro Porto – diretor de interatividade da Santa Clara Nitro?
Por Eduardo Cavalheiro – direto do ENLARP 2009, Encontro de Redatores de Publicidade de Paraty
O carioca radicado em São Paulo comanda a área que desenvolve web, mobile, guerrilha e tudo mais que tem cheiro de novo na propaganda, dentro de uma das agências mais inovadoras do Brasil, além de ser professor da Miami Ad School. A expectativa era grande, e o cara correspondeu, dando um show do que foi para muitos a melhor apresentação do evento.
Pedro deu ênfase à mudança (mais recente) de paradigma na propaganda: marcas não se sustentam mais impactando o consumidor, mas construindo relacionamento, e é daí que surge o termo da moda: engajement, que na prática significa envolver as pessoas.
Pedro perguntou a uma platéia com 300 pessoas quem se lembrava de um anúncio que havia visto na última semana? Som de grilo. E o palestrante provoca: se vocês não se lembram, por que diabos acham que as pessoas devem se lembrar?
A tal mudança está na abordagem, ao invés de pensar na pessoa enquanto consumidor, devemos pensar no consumidor enquanto pessoa. Assim, temos um novo processo que consiste em compreender o que é relevante na vida de quem recebe a mensagem, e com base nisso, encontrar canais para interagir e se manter ao lado do que antes chamávamos de “target”.
A mensuração de resultados passa a ganhar uma importância real, e deixa de ser apenas discurso. Agora, comprometimento com o resultado quer dizer “antes de ir para as ruas, sua campanha deve dizer ao cliente o que ela é capaz de fazer, e depois, você deve monitorar cada instante e cumprir o que prometeu, apresentando números e resultados.
Depois da palestra perguntei a ele como isso era possível. “Todas as métricas estão disponíveis na web, o que não faltam são ferramentas, do Google Analytics até um promotor contratado para ser contador de multidão – e listar as pessoas que assistem a uma ação de guerrilha nas ruas.”
Bati palmas de pé quando acabou, e mais do que inspirado, me senti desafiado a seguir nesse negócio chamado propaganda, vislumbrando um mercado mais maduro e interessante, que começa com a inversão de valores no festival de Cannes, onde o leão mais cobiçado não é mais o de Film, é o Titanium.
Imaginação ou realidade?
Baseado no post de Luciana van Deursen Loew - via Blue Bus
Como utilizar a tecnologia a favor da sua empresa ou da empresa do seu cliente?
A corrida começou, mas hoje em dia são poucos os que enxergam isso de maneira eficaz.
Não basta ter um aplicativo ou uma rede, eles precisam oferecer, de forma genuína, algum serviço as pessoas.
Ninguém mais vê propaganda de graça (apesar de alguns empresários e/ou criativos ainda não terem se dado conta).
A prova disso está no vídeo abaixo.
Este aplicativo para o iPhone foi lançado há apenas 2 semanas e já alcançou 100 mil downloads.
É a marca presente 24 horas por dia no aparelho mais querido das pessoas, oferecendo seu produto de forma rápida e divertida.
O que inspira na palestra de Flavio Medeiros – redator e diretor de criação da Heads - RJ?
Por Eduardo Cavalheiro – direto do ENLARP 2009, Encontro de Redatores de Publicidade de Paraty
A primeira palestra do encontro de redatores foi um ensaio de stand up, com gracejos típicos de um professor de cursinho. Nada contra o uso do humor, mas neste caso, o palestrante gastou seus 57 minutos falando das excentricidades e manias dos diretores de arte com quem trabalhou até o momento, tudo para justificar o título da palestra: “diretores de arte são de outro planeta”. Os slides apresentavam fotos de se parceiros de trabalho, enquanto narrava alguma história muito engraçada de sua vida profissional.
Medeiros insistia na idéia de que os diretores de arte pensam diferente, são intuitivos, enquanto redatores são os pragmáticos, e tem seus desktops e mesas de trabalho sempre organizados. Que redatores são objetivos e puxam os diretores de arte para o chão de volta.
Essa foi toda a contribuição de Flávio Medeiros: reforçar estereótipos fantasiosos, que não correspondem à realidade de um mercado que clama por criativos que não se limitem a pensar como redatores ou diretores de arte. No fim, Flávio pediu palmas para “os caras” com quem trabalhou, e que provavelmente, são a melhor coisa que ele tem para dizer sobre o seu trabalho.
Saio da sala inspirado a pensar sobre como é fácil se tornar obsoleto para o ofício da criação. Não deixar de aprender é fundamental, mas desaprender percepções e idéias equivocadas é questão de sobrevivência. Sem isso, é fácil virar caricatura de publicitário.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Café com arte
O artista Cheeming Boey, da Malásia, lançou uma coleção com 206 modelos de copos de café, de isopor, desenhados à caneta.
Seus temas variam de caricaturas a retratos detalhados e desenhos decorativos inspirados pelo estilo de estampas japonesas.
O dia em que pedi demissão
Comecinho de fevereiro de 2009. A crise mundial estava chegando e ganhando corpo no país. Havia muita incerteza. A insegurança e o medo eram a tônica de todas as conversas que versavam sobre futuro, economia, sonhos.
Não que eu estivesse alheio a tudo isso. Mas minha decisão estava tomada. Em busca de mais autonomia, de construir uma agência de comunicação em que eu acreditasse realmente, eu iria pedir demissão. Meu destino era a Abelha Rainha, composta por Matheus Arcaro e Rony Neves. Uma agência pequena, no entanto com uma energia criativa que poucas vezes senti ao longo de minha carreira. Eu estava bem confiante.
Era uma segunda-feira e acordei ansioso, com aquela sensação gostosa de poder encontrar novas possibilidades dali pra frente. Cheguei à Etco Ogilvy por volta das 9 da manhã. Pouco tempo depois, fomos chamados para uma reunião. Toda a agência estava presente. O assunto era uma nova conta que foi ganha por nós. Eu fazia parte da equipe que havia trabalhado nesse job. Recebi os cumprimentos, outros também, aconteceram as palmas de praxe e subimos para a sala da criação.
Haveria outra reunião, agora só com as pessoas que tinham participado da campanha vencedora. Foi a deixa que eu esperava. Falei para o chefe que precisava falar com ele. Depois a gente se fala, ele me disse. Eu, de bate pronto e com o ar sério que a ocasião exigia, respondi: - Tem que ser agora.
Nós nos fechamos na sala dele e em menos de meia hora eu disse que estava me desligando da empresa. Ele quis saber o porquê e eu fui rápido e objetivo: estava saindo para montar a minha agência. Não dei brecha para mais nada. Agradeci. E tirei duzentas toneladas das costas.
Dez minutos depois eu estava sentando em frente à mesa do diretor geral e disse praticamente o mesmo para o figura. Em seguida juntei minhas coisas, me despedi de todos, peguei o carro e liguei o som. Nesse momento, uma frase ótima do Luis Fernando Verissimo me veio à cabeça:
“Todo homem tem o direito de escolher a sua própria biografia.”
Oxalá.
No próximo texto, eu conto tudo sobre o dia em que perdi meu pai.