As façanhas do ontem
Que colorem o hoje
Desbotarão o amanhã.
Se é circular o que existe,
Como ousas rotular?
O muro que protege
É o mesmo que separa.
A cruz que promete
É aquela que nos para.
Ao anoitecer, Apolo é Dionísio;
Da guerra, um instante: armistício.
Bacanal, a olhos virgens, é romaria.
Madalena, alterego de Maria.
Peçonhenta, a fruta
Pesada de culpa,
Minha, sua.
Nossa! Multa,
Caiu sobre Newton.
Sei que
O que não era é.
O que era não é.
Que sei?
(Matheus Arcaro)
quarta-feira, 9 de junho de 2010
SUSSURROS CÍCLICOS
Assinar:
Postar comentários (Atom)
8 comentários:
Pra te falar a verdade, só lembrei de evangélicos um pouco exagerados enquanto lia o seu texto.
Falta-te referência literária, hein, meu amigo anônimo.
Falta-te referência literária, hein, meu amigo anônimo.
Como ousas me rotular?
Se na noite que escrevo,
sou nada além do nada?
E penso que o que leio é nada,
sem referência ou potencial
de criação.
Tudo que aprendo
e que hoje me parece delicioso de utilizar,
amanhã destrói meu ser,
à omeçar pela frustração de já o ter.
Meus pensamentos fixam e
me concebo como deus de mim mesmo,
esta mesma inteligência que me liberta,
me prende em uma moral também cíclica,
que deixa a verdade da simplicidade à distância.
Sim, eu sou do ébrio, do breu e do frio,
tenho o sol como amante e a lua como mãe,
Sou dois, três. Nenhum rótulo.
Como ousas me rotular?
Belo texto, anônimo.
Como diz o título de um livro do Rubem Alves: Ostra feliz não faz pérola.
Matheus Arcaro
Ê menino Matheus,
penso que boa parte do que pensamos são impressões, opiniões. Apenas isso. Certeza? Isso também é uma impressão, afinal, a realidade é relativa pois se concretiza apenas como uma ideia.
Digo para voc~e que meu texto nunca teve a pretensão de se ruma pe´rola e muito menos foi escrito para impressionar. É apenas para você ler, escrevi na hora, no corpo do "comentário" mesmo, sem revisão.
Quantos às certezas, voc~e está muito inseguro pois um anônimo conseguiu te provocar, mesmo seu texto, segundo minha ideia, sendo bom.
Abraço.
Grande anônimo,
As certezas eu deixo aos tolos. Estes fazem bom proveito delas, congelando-se em seus mini-mundos.
Insegurança, não acredito ser um defeito (ou virtude) meu.
Assim sendo, provoquemo-nos!
menino Matheus,
concordo, deixemo-nos às provocações. Acho até divertido, é raro encontrar boas excitações. Quanto ao mini-mundo, está na tela de um computador, cujo hábito de utilizar, nós, ambos tolos, compartilhamos.
Abraço,
Postar um comentário