quarta-feira, 9 de junho de 2010

Mini histórias de Amor - II

– Amor, posso te perguntar uma coisa?
– Depende, Marina. Se a gente for brigar, é melhor não.
– Não... Prometo que a gente não vai brigar... se você responder com sinceridade, né?
– Ok, pode perguntar. Eu prometo ser sincero.
– Tá. A pergunta é simples. Você tem tesão nas minhas amigas?
– Não. Não. Tesão pelas suas amigas? Não mesmo.
– Você tá dizendo a verdade, amor?
– Claro, Marina, estou sendo super sincero.
– Nem na Luana você tem tesão?
– Quem é a Luana mesmo? É aquela sua amiga loirinha, de peito empinado, marquinhas de biquíni, com uma bunda redondinha e uma tatuagem sexy no tornozelo?
– Essa mesmo.
– Olha, tô nem aí pra ela.
– Ufa, que bom. Assim você me deixa aliviada. Quer dizer que você só sente tesão por mim, amor?
– Eu não disse isso...
– Mas se você não tem tesão pelas minhas amigas, ué, você tem por quem? Pelas suas?
– Nada a ver.
– Por quem então?
– Deixa pra lá.
– Já sei, você sente tesão pela minha irmã, né?
– Não.
– Não mente, Rodrigo.
– Não tô mentindo.
– Então, me responde.
– Pela sua mãe.
– Pela minha mãe? Você tá louco?
– Que louco o quê? A Dona Monique é maior enxuta, ela é bem gosto...
– Seu mentiroso...
– Olha, Marina, você prometeu não brigar se eu fosse sincero.
– Mas você foi sincero?
– Fui.
– Sincero uma ova! Que dizer que você não tem tesão pelas minhas amigas? E minha mãe é o quê? Vai dizer que a minha mãe não é minha amiga? Seu mentiroso safado!

6 comentários:

Rodrigo disse...

Olha que safadinho esse Rodrigo. Não foi baseado em fatos reais não, né? rs - Até porque, a Luana é um tesão SIM,e a irmã da Marina,'ôô' delícia.

Abraços
--)

Gláucia disse...

Colaborando com o as Postagens do Raul:

Amor por: Luis Fernando Veríssimo

Ela: Você me ama mais do que tudo?
Ele: Amo.
Ela: Paixão, paixão?
Ele: Paixão, paixão mesmo.
Ela: Mais do que tudo no mundo todo?
Ele: No mundo todo e fora dele.
Ela: Não acredito.
Ele: Faz um teste.
Ela: Eu ou fios de ovos.
Ele: Você, fácil.
Ela: Daqueles com calda grossa, que a gente chupa o fio e a calda escorre pelo queixo.
Ele: Prefiro você.
Ela: Futebol.
Ele: Não tem comparação.
Ela: Você esta caminhando, vem uma bola quicando, a garotada grita “Devolve tio!” e você domina, faz dezessete embaixadas e chuta com perfeição.
Ele: Prefiro você.
Ela: Internacional e Milan em Tóquio pelo campeonato do mundo, passagem e entrada de graça.
Ele: Você vai junto?
Ela: Não.
Ele: Pela televisão se vê melhor.
Ela: Faz muito calor. Aí chove, aí abre o sol, aí vem uma brisa fresca com aquele cheiro de terra molhada, aí toca uma musica no rádio e é uma nova do Paulinho. É Sexta-feira e a televisão anunciou um Hitchcock sem dublagem para aquela noite… e o Itamar está dando certo.
Ele: Você.
Ela: Voltar a infância só pra poder pisar na lama com o pé descalço e sentir a lama fazer squish entre os dedos.
Ele: Você, longe.
Ela: A Sharon Stone telefona e diz que é ela ou eu.
Ele: Que dúvida. Você.
Ela: Cheiro de livro novo. Solo de sax alto. Criança distraída. Canetinha japonesa. Bateria de escola de samba. Lençol recém-lavado. Hora no dentista cancelada. Filme com escadaria curva. Letra do Aldir Blanc. Pastel de rodoviária.
Ele: Você, você, você, você, você, você, você, você, você e você, respectivamente.
Ela: A Sharon Stone telefona novamente e diz que se você se livrar de mim ela já vem sem calcinha.
Ele: Desligo o telefone.
Ela: Fama e fortuna. A explicação do universo e do mercado de commodities, com exclusividade. A vida eterna e um cartão de credito que nunca expira.
Ele: Prefiro você.
Ela: Uma cerveja geladinha. A garrafa chega estalando. No copo, fica com um quarto de espuma firme. O resto é ela, só ela, dizendo “Vem”.
Ele: Hummm…
Ela: Como, hummm? Ela ou eu?

…. Silêncio de 5 segundos …

Ele: Qual é a marca?
Ela: Seu cretino!

Arthur Dib disse...

Sensacional!

Me lembrou uma de um amigo, o Pekeno.

Vale o click.

http://literatofonia.blogspot.com/2010/03/fones-de-ouvido.html

abraços!!

Raul Otuzi disse...

Ah, Gláucia, o LFV é covardia!!!
Beijo!

Gláucia disse...

ENTÃO VAMOS DE FERNANDO PESSOA?

Amor – Poema de Fernando Pessoa


O amor quando se revela
Não se sabe revelar
Sabe bem olhar pra ela
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar

Mas quem sente muito cala
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala
Fica só inteiramente.

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar
Já não terei que contar-lhe
Porque lhe estou a falar.

Fernando Pessoa

Abração Raul!

Raul Otuzi disse...

Perfeito, Gláucia, perfeito.

Abração!