segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Filosofia de segunda

Crueldadades lógicas

1- Inúmeras são as vezes que utilizamos a expressão “se Deus quiser” para algo que desejamos muito ou “Deus quis assim” referindo-nos a um acontecimento passado, recaindo numa espécie de conformismo.
Mas, logicamente, incorremos num erro de raciocínio ao invocar o nome divino.
Quem quer de fato alguma coisa quer por uma necessidade. Quem necessita, é carente de algo. Um ser carente, necessariamente é finito. Então, das duas uma: ou esse Deus para o qual clamamos é mortal como nós ou ele sequer ouve aos nossos apelos.

2- Onipotente é aquele ser que tudo pode. Deus, segundo o que consta, é onipotente. Então, se fosse imputada a Deus a tarefa de criar uma pedra a qual Ele fosse incapaz de levantar, o que Ele faria?

3- Kant, filósofo alemão do século XVIII, renuncia a possibilidade de um conhecimento absoluto. Seríamos incapazes de conhecer as coisas em si, a essência dos objetos e das pessoas.
O máximo que conseguiríamos seria captar através dos sentidos o objeto que nos é apresentado. Portanto, vemos não o objeto em si, mas a representação que nós criamos desse objeto. Seguindo essa linha de raciocínio, quando declaramos amor a outra pessoa, nada mais estamos fazendo do que amando uma imagem que nós criamos daquela pessoa; amando a nós mesmos. No limite, o amor ao outro seria puro egoísmo.

4- Tudo o que adentra a linha temporal está fadado ao fim. Assim, no exato instante da concepção do seu filho, você condena-o à morte.

6 comentários:

Anônimo disse...

Esse é o tipo de lógica funde-cuca. Quanto mais a gente pensa, mais se confunde.

Anônimo disse...

Deus pode tudo. A questão é se ele quer ou não fazer algo.

Arthur Dib disse...

Falae, patao...
ta mto massa o blog.
Filosofia de segunda é a melhor coisa q eu tenho pra fazer no trampo. (apensar de estar postando na terça).

no item 3, vc cita Kant. Os outros itens sao "pensamentos" seus ou tb sao transcricoes?

se me permite comentar:
1- nao sei se quem quer de fato algo, quer apenas por necessidade... pode ser por desejo, ambição, ganancia... (mto comum hj em dia), concorda?

2- é uma boa pergunta: o que Ele faria?
mas, eu pergunto: a quem caberia imputar essa tarefa a Deus?

3- "seriamos incapazes... essencia dos objetos..." ok.
com relacao a amar outra pessoa... realmente, criamos uma imagem dela... mas nao necessariamente é reflexo da nossa imagem...

4- perfeito comentario...
acho q vou fazer fasectomia...
hauahuhua

abracao ae, pato.
Sucesso procê!!!

vamo difundi o trem aqui...

Arthur Dib disse...

Ops... Vasectomia...

Matheus Arcaro disse...

Grande Arthur!
Fico muito feliz com a sua participação no BLOG.

Quanto as suas considereções, tenho algumas observações:

No item 3 Kant só dá o respaldo (impossibilidade de conhecer a coisa em si) para uma conclusão minha, pessoal.

Não se trata de um reflexo de uma auto imagem como você colocou, mas sim uma criação nossa acerca da pessoa amada.
Se bem que, se é impossível conhecer as coisas em si, não podemos sequer nos conhecer, mas só temos acesso a uma imagem que nós fazemos de nós mesmos.

Quanto ao item 1, não se trata de necesidade em termos vulgares. E mesmo que fosse nas bases colocadas por você, seria uma necessidade para quem deseja. Talvez não para quem analise de fora.
Portanto Deus,para ser perfeito, não pode querer e nunca poderá querer.

Já o item 2 é uma brincadeira lógica. Mas se alguém pudesse desafiar a Deus, sem dúvida seria o "coisa ruim" ahahahhaha.

Abraços, meu irmão!

Arthur Dib disse...

o, indio...
mto bem replicado...

era só uma questao de interpretacao...
huahauah

sucesso!