A mulher da sua vida
Um dia você acorda e descobre que ela não é a mulher da sua vida, que o encanto acabou, que tudo não passou de um lamentável engano, que apesar dos bons momentos passados juntos, foram apenas bons momentos, nada além disso, nenhum futuro à vista. Descobre que o tempo acaba com qualquer relação e que a rotina é um saco. Olhando para ela dormindo, corpo nu estirado na cama, descobre imperfeições antes não notadas, uma gordurinha ali, uma celulitizinha acolá, e que os peitos dela não são tão firmes, nem o cabelo tão sedoso. E descobre que de manhã, cabeça fresca, as coisas são mais claras do que de noite, 5 doses de uísque depois. E suspira.
E descobre que a relação acabou mesmo. E que agora é contar para ela. E é só descobrir como. E nesse dilema, ouve o celular tocar e uma voz do outro lado, histérica:
— Onde você está? Você tem mulher, sabia?? Onde passou a noite??? Com quem???? Seu desgraçado...
E depois de desligar conclui, sorriso nos lábios, que a mulher da sua vida deve existir sim, você só não sabe onde mas, tudo bem, um dia você acha. Afinal, o gostoso de tudo isso é que a procura continua.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
minúsculos contos do nosso dia-a-dia
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Apita o árbitro
Somando modernidade e nostalgia, o museu é interativo e proporciona aos visitantes uma viagem inesquecível que conta a história do esporte mais popular do país.
Com funcionamento apenas nos dias em que não houver jogos no estádio, o Museu, com
Dentro do museu há ainda auditório, sala de exposições, bar, loja de souvenirs, além de jogos interativos.
Os responsáveis pela museografia foram a diretora de cinema e cenógrafa Daniela Thomas e o arquiteto Felipe Tassara.
Apesar do alto investimento (R$ 32,5 milhões), a iniciativa da prefeitura paulistana e do governo do estado, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, tenta preservar uma jóia pouco valorizada por nós, brasileiros: memória.
Armani faz celular inspirado nas luzes de Tóquio
Em plena era iPhone, o estilista italiano Giorgio Armani se inspira nas luzes de neon de Tóquio e projeta o novo modelo da Samsung, o Night Effect, com foco no público jovem, apaixonado por música.
Com menos de 12 mm de espessura, o aparelho é equipado com leds nas laterais que produzem iluminação nos tons vermelho, verde ou azul toda vez que o usuário recebe ou realiza chamadas, possui câmera de 3 megapixels, funciona como tocador de música e suporta os formatos de vídeo MPEG4, H.263, H.264 e WMV. Um dos destaques do produto é sua tela colorida de 2,2 polegadas do tipo AMOLED, que permite a visualização do conteúdo de qualquer ângulo.
Segundo o próprio Armani, os consumidores de sua marca gostam da vida noturna e saem quando as luzes da cidade iluminam as ruas. "Existe uma energia depois que anoitece que é muito Emporio Armani. Elegância com modernidade, assim como o Night Effect", comenta o criador. O lançamento será em novembro, na Europa. Ainda não há previsão para sua chegada ao Brasil.
Essa mistura (moda + comunicação) é muito interessante, principalmente pra nós, publicitários, que buscamos novas tendências.
Filosofia de segunda
Crueldadades lógicas
1- Inúmeras são as vezes que utilizamos a expressão “se Deus quiser” para algo que desejamos muito ou “Deus quis assim” referindo-nos a um acontecimento passado, recaindo numa espécie de conformismo.
Mas, logicamente, incorremos num erro de raciocínio ao invocar o nome divino.
Quem quer de fato alguma coisa quer por uma necessidade. Quem necessita, é carente de algo. Um ser carente, necessariamente é finito. Então, das duas uma: ou esse Deus para o qual clamamos é mortal como nós ou ele sequer ouve aos nossos apelos.
2- Onipotente é aquele ser que tudo pode. Deus, segundo o que consta, é onipotente. Então, se fosse imputada a Deus a tarefa de criar uma pedra a qual Ele fosse incapaz de levantar, o que Ele faria?
3- Kant, filósofo alemão do século XVIII, renuncia a possibilidade de um conhecimento absoluto. Seríamos incapazes de conhecer as coisas em si, a essência dos objetos e das pessoas.
O máximo que conseguiríamos seria captar através dos sentidos o objeto que nos é apresentado. Portanto, vemos não o objeto em si, mas a representação que nós criamos desse objeto. Seguindo essa linha de raciocínio, quando declaramos amor a outra pessoa, nada mais estamos fazendo do que amando uma imagem que nós criamos daquela pessoa; amando a nós mesmos. No limite, o amor ao outro seria puro egoísmo.
4- Tudo o que adentra a linha temporal está fadado ao fim. Assim, no exato instante da concepção do seu filho, você condena-o à morte.
Pisque menos
sábado, 27 de setembro de 2008
Com essa foto a Fallon de Singapura vendeu...
Solução para lentes de contato P2.
Título: Pisque menos. Assina: P2. Mais conforto para os olhos.
Agora de todas idéias postadas, a melhor (na nossa opinião) foi:
Casa da Sela.
O conforto vem a galope.
Criação do Cowboy do Asfalto. Valeu, Cowboy!
Valeu, galera!
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Assunto do dia
iPhone 3G finalmente chega ao Brasil
Blog da hora
Pra quem gosta de suspense, adrenalina e muito sangue, indico o blog Terra Morta. No estilo Resident Evil, o blog já é sucesso na rede. Vale a pena conferir.
Celulite. Assumir ou combater?
Para um mesmo problema, dois comportamentos diferentes.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Escute seu corpo
Em janeiro deste ano, desbravando a Europa, fiquei fascinado com o Peugeot 207, que até então nem se cogitava por aqui. Meses depois, finalmente ele chegou, para alegria de “muitos”.
A campanha publicitária de lançamento no Brasil deixou muita gente boquiaberta, explorando nossos sentidos e emoções de maneira inovadora e inusitada. Criada pela agência Loducca e produzida pela Hungry Man, o filme nos mostra a cadência dos bateristas dando vida aos batimentos cardíacos, o trabalho ritmado das artérias representadas pelos ciclistas, o sentido da visão através dos grandes globos oculares, a reação do cérebro aos estímulos causados pela presença do 207 e a captação de imagens da coluna vertebral.
Confesso que no início, apesar de ter gostado do VT, eu não havia entendido todas estas performances, porém, após pesquisar a respeito, simpatizei ainda mais com a criação da Loducca, que por sinal está sendo veiculada em toda a América Latina. Agora, após o burburinho de lançamento, começou a ser veiculado o desdobramento: um VT com a gaaata da Flávia Alessandra. Pra mim, apesar da beleza global da moça e dos traços marcantes do carro, a Peugeot/Loducca pisaram na bola, voltando para a mesmice do varejo.
Pra finalizar, a inspiração européia, ao som de “The Marcels – Heartaches”.
Teoria de Quinta
Nunca diga eu te amo para uma mulher, se você nunca a viu chorando
Não dá pra falar que ama uma mulher, se você nunca viu o choro dela. Mas choro de felicidade não vale, não tem graça nenhuma. A expressão no rosto dela pouca muda. O que vale de verdade é quando o choro é doído.
Só depois de ver uma mulher chorando é que você pode dizer com todas as letras, sem medo de errar, eu te amo. Antes nunca. Para não correr o risco de ser chamado de mentiroso. Ou canalha. Ou mero aproveitador.
Eu, por exemplo, na minha vida de solteiro cometi vários desses deslizes. Dizia eu te amo antes de contemplar as lágrimas de minha pretensa amada caindo. Quanta decepção! Tem mulher que chora tão feio, mas tão feio que dá vontade de chorar junto. É um berreiro, um escândalo, um abrir de boca que dá medo.
Em contrapartida, tem mulher que chora com tanta delicadeza que desperta uma tremenda ternura masculina. O desejo, nesses casos, é outro: é um querer cuidar, proteger e botar no colo. Enxugar seu rosto com o próprio rosto ou delicadamente com o polegar, ao som de beijos doces e palavras de incentivo. Como gritos de guerra de uma torcida organizada:
— Não chora. Não chora.
Ou:
— Chora, meu bem. Pode desabafar, faz bem.
Por isso, só diga eu te amo depois de ter apreciado o choro feminino. Só quando vê uma mulher chorando é que você pode medir o quanto liga para a dor dela. E, principalmente, o quanto ela continua bonita.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Com essa foto dá para vender o quê?
Com essa foto dá pra vender o quê?
Com a foto do Hitler e mais 8 fotos históricas a F/Nazca vendeu...
Se a gente fosse viver nossa vida de novo, a gente viveria tudo igual. Não mudaria nada.
Hitler continuaria existindo. Perseguindo e matando absurdamente milhões de judeus.
A barra de direção de um carro de fórmula 1 continuaria tirando a vida do genial Ayrton Senna.
A fome e a mais pura miséria continuariam transformando povos em quase nada.
Os jovens americanos seguiriam celebrando a paz e a liberação dos costumes em um festival regado a sexo, drogas e rock and roll.
O homem continuaria sendo o maior inimigo do homem.
A aids continuaria surgindo de surpresa e protagonizando milhões de mortes agonizantes.
Grandes gênios da cultura pop permaneceriam morrendo estupidamente de overdose.
Os americanos continuariam se metendo em guerras que não são suas e o mundo vendo pasmado inocentes morrendo.
Não mudaria nada porque o nosso papel na história não é mudar os fatos. É contar a verdade. Sem mudar uma vírgula.
terça-feira, 23 de setembro de 2008
O tempo inspira. Comerciais bons e outros nem tanto
Abaixo dois exemplos de comercias que utilizam o tempo (ou a falta dele) como mote de campanha.
O primeiro é um clássico para a Ikea, loja sueca especializada em vendas de móveis de baixo custo. Sensacional! O segundo é para o lançamento do Chevrolet Captiva. Básico, básico.
O mesmo apelo, duas abordagens completamente diferentes. Eis o resultado:
ESCRITÓRIO, DIA.
Vemos a foto da mãe com os dois filhos. A foto está do lado de um computador, que acaba de ser desligado pelo pai. Ele pega o paletó e se prepara para ir embora. Os colegas do escritório observam-no com inveja. Até que um deles se levanta e começa a aplaudi-lo. Então todo mundo começa a fazer o mesmo. O homem vai passando pelos corredores do escritório, sendo saudado e aplaudido. Enquanto isso uma música toca: “I go home, oh yes”. Ele levanta os braços e dá tchau. Vemos o relógio de parede. São 3 e 10 da tarde.
O homem sai do escritório e uma mulher corre ao encontro dele. Entra o lettering sobre a imagem: Se custa menos, você pode trabalhar menos.
Os dois se abraçam. Outro lettering: Bem-vindo à vida depois do trabalho.
Assina: Ikea. Viva sua vida, ame sua casa.
Vou repetir o conceito: Se custa menos, você pode trabalhar menos. Genial!
Agora vejam este:
Depois de uma série de imagens que mostra o dia atribulado de um executivo, finalizando com ele pegando o seu Captiva na garagem e andando com o carro pela cidade, entra o locutor: O tempo é igual para todo mundo. A diferença é o que você faz com ele.
Chevrolet Captiva. Um carro feito para o seu tempo.
Nada demais. Um comercial de carro como tantos outros.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Filosofia de segunda
2008: política ou politicagem?
Inspirado pela teoria de quinta do Raul nas vésperas das eleições e navegando pelo mar da crise política, resolvi propor uma reflexão sobre a origem e a essência da POLÍTICA.
A palavra política é de origem grega, oriunda de polis.
Polis, a cidade-estado grega, surge por volta do século VI a.C rompendo com a tradição aristocrata vigente até então. Cidade esta não como conjunto de edifícios, ruas e praças, mas sim como espaço cívico, uma comunidade organizada, formada pelos cidadãos (politikós) pertencentes ao sistema de normas racionais.
O surgimento da polis é um elemento profundamente original na história das civilizações e fundamental para a origem da própria filosofia.
Com a polis, estabelece-se a distinção entre esfera pública e privada. A existência humana passa a ser concebida numa dimensão partilhada (eu existo como homem público, em prol do bem comum). As decisões passam a ser tomadas em processos abertos, em debates na ágora. A palavra passa a ser fundamental e cria-se um profundo vínculo entre logos (razão) e política.
Os gregos antigos tratam a política como um valor e não como um simples fato, considerando a existência política como finalidade superior da vida humana.
Aristóteles, que viveu nesse contexto, define o homem como um animal político. “Fora da polis, ou o homem é uma besta ou um deus.” A importância da reflexão política é tamanha na filosofia aristotélica que ele critica textualmente o direito à cidadania aos que trabalham; notadamente em trabalhos manuais. Segundo ele, quem necessita trabalhar para sobreviver está fadado a uma existência mecânica, incapaz, portanto de refletir acerca de um tema tão relevante.
Para Platão, a cidade ideal é governada por filósofos que têm como interesse o bem geral da polis e estes não seriam remunerados por isso. Antagonicamente, a cidade injusta, é aquela na qual o governo está nas mãos dos proprietários, que lutam por interesses econômicos particulares. (Alguma relação com política contemporânea?)
Ao longo da história há inúmeros autores e fatos que contribuíram para a formação do pensamento político. No século XIV, contemplamos Maquiavel, que em sua célebre obra, O príncipe, desmistifica a teologia política de sua época e inaugura o pensamento político moderno. No século XVIII a Revolução Francesa confronta as forças do regime Absolutista e estabelece a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão como síntese das aspirações racionais contra as formas tradicionais de autoridade e referência para Constituições de vários países. Mais tarde, Karl Marx critica a economia política e a cria o socialismo (que inclusive seria implantado equivocadamente na Rússia a partir de 1917).
Imbuídos de um sentimento de cidadania (no sentido grego da palavra) e orientados por grandes pensadores, podemos revolucionar o panorama político, a começar, combatendo essa politicagem: demagogia, propostas vazias, pobreza de debates de idéias, ataques pessoais e, principalmente, o analfabetismo político.
A tenda do circo midiático está armada. E nós, eleitores, estamos no centro do picadeiro. Até quando?
domingo, 21 de setembro de 2008
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Seus pés vão dar frutos
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Teoria de Quinta
A propaganda eleitoral é a suprema celebração do bizarro
O que eu vou escrever aqui não é nenhuma novidade. Todo mundo sabe. Todo mundo comenta. A propaganda eleitoral é um desfile sem fim dos mais estranhos tipos, aberrações e esquisitices humanas. O homem leopardo é fichinha perto da criatividade (?) e da sem-vergonhice dos candidatos para chamar a atenção dos seus eleitores. Mas uma coisa eu tenho que admitir: os caras são empreendedores, não poupam esforços para aparecer.
Não vou nem entrar no mérito da propaganda na TV, que mais parece um programa humorístico grotesco, tão bom quanto aqueles extintos quadros da dupla ET e Rodolfo no Domingo Legal. Vou me ater somente ao marketing de guerrilha. Andando por Ribeirão Preto já me deparei com diversas ações tresloucadas: dos tradicionais bandeiraços a um desfile de pessoas na feira segurando estandartes de um candidato. Era uma verdadeira procissão. Só faltaram os cânticos.
E as ações não param por aí. Tem gente que passeia de moto com uma gaiola na garupa, tem gente que mandou fazer um bonecão de olinda com a cara do candidato, tem quem fez jingle funk e bota pra tocar em uma altura insuportável, tem gente que anda com um carro de boi. Bizarro. Bizarro. Bizarro. Brincam com a nossa paciência. Levam a sério somente a máxima do diferencie-se a qualquer custo.
Pena. Acredito ser apenas mais um reflexo da lamentável credibilidade que a política tem em nossas vidas. Com tudo isso, a cada eleição que passa, eu fico mais descrente, mais desiludido e com menos vontade de votar. Serei só eu?
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Natura Naturé. Merece ser proibido?
Criado pela agência PeraltaStrawberryFrog, o comercial da Natura Naturé reuniu 15 crianças de vários Estados para contarem a origem das águas. Eu acho o filme divertido, bacana e com um fundo educativo. A mensagem é dirigida às mães.
Mas, para atingir seu público-alvo, exibe crianças. Esse recurso não passaria pelo projeto de lei 5921/2001 que, se for aprovado no Congresso, proíbe a presença de crianças em qualquer peça publicitária, com exceção de campanhas de utilidade pública.
É justo? Você tiraria o comercial do ar?
terça-feira, 16 de setembro de 2008
3 blogs bacanas
Semanalmente vou postar aqui alguns blogs que descubro e acabo visitando sempre. Começo com esses três. Bons exemplos de branding. Repare nos nomes.
Blog de um redator da Fischer e sua gangue. É divertido, dinâmico e inspirador.
Veja aí se estou mentindo: www.curtoegrosso.com/
Blog da Elisa Quadros e Valeria Semeraro, duas redatoras de Vitória. O nome é provocativo, os textos são bacanas, pena que demora para atualizar.
Mas vale o clique: www.redatorasdemerda.blogspot.com/
Blog do Luciano Marino, um irrevogável marqueteiro de Cuiabá.
Bem escrito, atualizado sempre, muito bom. Conheça: www.louconaopublicitario.blogspot.com/
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Filosofia de segunda
Fora de seu contexto de criação, a filosofia de determinado pensador pode facilmente ser distorcida e um conceito rico torna-se uma imbecilidade num instante. Mas, contando com o bom senso dos leitores, resolvi destacar alguns aforismos de épocas distintas para que cada um, com a sua subjetividade, possa refletir e tirar suas conclusões. Ou não.
Um pouco de filosofia inclina a mente do homem para o ateísmo, mas profundidade em filosofia traz de volta as mentes das pessoas para a religião.
Francis Bacon
O homem não é a soma do que tem, mas a totalidade do que ainda não tem, do que poderia ter.
Jean Paul Sartre
Não quero ser um gênio. Já tenho problemas suficientes ao tentar ser um homem.
Albert Camus
Quando vemos um gigante, temos primeiro de examinar a posição do sol e observar para termos certeza de que não é a sombra de um pigmeu.
Friedrich Novalis
Raramente conhecemos alguém de bom senso, além daqueles que concordam conosco.
François La Rochefoucauld
Todos amam os bons, mas exploram-nos. Todos detestam os maus, mas temem-nos e obedecem-lhes.
Vittorio Buttafava
O poeta faz-se vidente através de um longo, imenso e sensato desregramento de todos os sentidos.
Arthur Rimbauld
A política foi primeiro a arte de impedir as pessoas de se intrometerem naquilo que lhes diz respeito. Em época posterior, acrescentaram-lhe a arte de forçar as pessoas a decidir sobre o que não entendem.
Paul Valéry
O medo é o pai da moralidade.
Friedrich Nietzsche
A sociedade é composta por duas grandes classes: aqueles que têm mais jantares que apetite e os que têm mais apetite que jantares.
Sébastien-Roch Chamfort
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Cruzada dos blogs
Navegando pela web encontrei um desafio interessante. As revistas Coquetel, em parceria com a agência Frog, desenvolveram a "Cruzada dos Blogs", um jogo de palavras cruzadas com temas referentes a notícias, vídeos, gírias e tudo mais que foi destaque na web nos últimos tempos. O desafio inovador já virou mania entre os blogueiros. Vale a pena conferir aqui.
A nova versão do jogo será lançada em breve. Você pode enviar sugestões de temas relativos a web e ganhar prêmios (aqui).
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
O bom e velho rock and roll inspira
Breaking all the Rules - Peter Frampton
Hoje na agência estávamos conversando sobre a importância das músicas nos comerciais. Foi quando eu me lembrei das célebres campanhas para os cigarros Hollywood, o sucessso. Tudo bem que misturar fumo com saúde é meio esquisito, mas a combinação poderosa de imagens de esportes radicais com um som pulsante, arrebatador era irresistível.
Deu saudade. Se você for dessa época, veja o vídeo para relembrar. Se não for, boa viagem.
Sessão nostalgia pura.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Um pouco da inspiração de Renato Russo
Renato Manfredini Junior tornou-se Renato Russo inspirado no iluminista suíço Jean-Jacques Rousseau e no filósofo inglês Bertrand Russel.
Adotar o Russo em seu sobrenome foi a maneira que Renato encontrou de homenagear as duas personalidades que mais admirava.
Bertrand Russel criou dez princípios como forma de conduzir a sua vida. Daí vem muito do pensamento que Renato expressava em suas músicas. Veja:
O DECÁLOGO DE BERTRAND RUSSEL
1. Não tenha certeza absoluta de nada.
2. Não considere que valha a pena proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.
3. Nunca tente desencorajar o pensamento, pois com certeza você terá sucesso.
4. Quando você encontrar oposição, mesmo que seja de seu marido ou de suas crianças, esforce-se para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois uma vitória dependente da autoridade é irreal e ilusória.
5. Não tenha respeito pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem achadas.
6. Não use o poder para suprimir opiniões que considere perniciosas, pois as opiniões irão suprimir você.
7. Não tenha medo de possuir opiniões excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.
8. Encontre mais prazer em desacordo inteligente do que em concordância passiva, pois, se você valoriza a inteligência como deveria, o primeiro será um acordo mais profundo que a segunda.
9. Seja escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentar escondê-la.
10. Não tenha inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Filosofia de segunda
Felicidade: à venda nas melhores butiques
Há tempos, praticamente desde o início da filosofia, a felicidade é analisada e discutida sob várias perspectivas.
O que é; como alcançá-la e a possibilidade de atingi-la, são algumas das questões inerentes ao tema.
Sócrates, cinco séculos antes de Cristo, acreditava que o propósito da vida humana era o alcance da felicidade. Esta somente seria possível mediante a um complexo processo dialético que passava pelo conhecimento, aproximando assim a felicidade da sabedoria.
Aristóteles, alguns anos mais tarde, pensava possível a felicidade, mas com muito trabalho. O meio para atingi-la seria a virtude que o homem possui naturalmente, o autoconhecimento.
Para Epicuro (341aC – 270aC), fundador do hedonismo, o prazer contínuo seria a chave de uma vida feliz, que poderia ser traduzido não por qualquer prazer (indulgência sexual, comida, bebida, bens). Ao contrário, o prazer que faz bem à alma, estaria numa vida simples, justa e virtuosa. Na moderação, na leitura e introspecção – o prazer do sábio – que tem controle de si mesmo.
A ambição seria a grande vilã da felicidade, pois, segundo Epicuro, esse sentimento de insaciedade conduziria o homem a buscar incessantemente mais do que o necessário para viver bem.
Sêneca (4aC – 65dC) dizia que o ser humano seria feliz se renunciasse aos padrões de referência de sua sociedade. “É preciso atentar para não seguir tal como ovelha o rebanho, porque, não sabendo para onde ir, vai-se para onde as outras se dirigem”.
Schopenhauer, no século XVIII, afirmava que a felicidade seria apenas uma interrupção da dor e do sofrimento constantes que as aparências geram. E, mesmo sendo fugaz, só seria possível, quando houvesse desapego e renúncia ao mundo.
Para ele, o homem “normal”, que procurava a felicidade fora dele mesmo, estaria sempre incompleto. Ora compraria casas de campo ou carros, ora daria festas ou faria viagens e ostentaria grande luxo, justamente porque procura nas coisas de todo o tipo uma satisfação que é volátil.
Recentemente, A New Economic Fundation, com o objetivo de medir o grau de felicidade das pessoas, fez uma pesquisa e criou o índice Planeta Feliz.
No total, 178 países se classificaram pelos critérios: comparação entre a expectativa de vida, sentimento de alegria e quantidade de recursos naturais consumidos no país.
A surpresa: os primeiros colocados foram países latino-americanos que costumam povoar as últimas posições de qualquer lista econômica. O primeiro lugar ficou com o desconhecido Vanuatu, um arquipélago no Oceano Pacífico, que vive de pesca e agricultura. Os países mais ricos do mundo, como USA (150º) e França (129º) ocuparam as últimas posições, devido ao consumo desenfreado que destrói o ambiente e não é capaz de deixar seus cidadãos felizes.
Hoje, a felicidade, como que num processo de vulgarização, passeia gratuitamente pela boca das pessoas.
Talvez, a propaganda, que tem tratado de maneira leviana um tema tão relevante, tenha contribuído para isso.
Cabe-nos, primeiro como seres humanos, a reflexão sobre nossas próprias condutas. Segundo, como profissionais da comunicação, rever a abordagem desse e de outros temas. Após séculos de pensamento, não podemos reduzir a felicidade a uma frase convidativa abaixo de uma logomarca.
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Se a liberdade inspira, eis nosso maior inspirador
D. Pedro I, após muita pressão da corte de Lisboa, exigindo seu retorno para Portugal para que pudessem recolonizar o Brasil, entrou definitivamente para nossa história ao dizer ao povo que “fico” e, meses depois, em 7 de setembro de 1822, declarar a independência do Brasil e se tornar nosso imperador.
Agora, nas vésperas de comemorar mais um ano de liberdade, nós, brasileiros, necessitamos urgentemente de outro corajoso “Pedrão”, que nos liberte da violência, da corrupção, do descaso. Quem sabe esse herói não precise de uma “mãozinha” nossa, nas eleições de outubro, por exemplo.
Viva o Brasil!
Para se inspirar... ou não
“É muito melhor ousar coisas difíceis, conquistar triunfos grandiosos, embora ameaçados de fracasso, do que se alinhar com espíritos medíocres que nem desfrutam muito nem sofrem muito, porque vivem em uma penumbra cinzenta, onde não conhecem vitória nem derrota.”
Theodore Roosevelt - ex-Presidente dos EUA
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Teoria de Quinta
A correria é a culpada de tudo
Correria, a maior vilã do universo. Inimiga da qualidade de vida, da perfeição, da alegria. A correria é a culpada por você não ter tempo para os amigos. É a culpada por você não conversar mais em família, não prestar atenção em quem você gosta. É a culpada por você estar sempre atrasado, atrás de algo que nem sabe direito o que é. A correria é a culpada por você não viver a vida, não aproveitar o dia. A correria é a culpada pelo erro, pelo stress e até pela ejaculação precoce. É a culpada por você ver menos filmes, ouvir menos músicas, ler menos livros, do que gostaria.
A correria é a culpada pelo briefing mal feito, pela criação meia-boca, pela mídia mal executada, pela apresentação tosca. A correria é a culpada por campanhas chatas, sem brilho nenhum.
- Não deu tempo. Eu tinha três jobs para entregar. Com essa correria, foi o que deu pra fazer.
A correria emburrece o homem. Deixa o cotidiano cinza.
Sabemos disso faz tempo, mas não fazemos nada. Não paramos. Não diminuímos o ritmo. Não diminuímos a marcha. Continuamos correndo, vivendo de modo insano. Por quê? Talvez por comodismo, meio de vida, quem sabe? Talvez porque se algo não sair bem, se algo der errado, teremos ao nosso lado um infalível bode expiatório:
- A culpa não foi minha. Foi da correria.
Lição de vida
Ontem, assisti uma entrevista no programa do Jô e resolvi compartilhar essa experiência. Dona Anna Variani, uma brasileira de coração, nascida na Itália, aos 98 anos, é lúcida, bem humorada e dirige seu "fuca" (como ela mesma diz) pelas ruas da cidade. Se não bastasse, cuida de idosos, às vezes até 20 anos mais jovens que ela, em duas casas de repouso.
Vale a pena conferir essa entrevista (mesmo essa versão editada).
São pessoas como ela que nos perguntam nas entrelinhas de suas ações: Que valor temos dado à vida?
Inspiração pura, dona Anna.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
A web agora é Chrome
A Google mais uma vez nos inspira, lançando o Google Chrome, um novo browser em código aberto com o objetivo de melhorar a navegação na internet, baseado na simplicidade e na sofisticação. Possui uma barra combinada de pesquisa e de endereços, separadores que funcionam de forma autônoma e informações sobre os sites mais visitados, pesquisas mais recentes.
A novidade que me impressionou mais foi que cada aba do navegador será um processo separado, facilitando o gerenciamento de uso de CPU e memória, eventualmente maximizando o aproveitamento de CPUs multicore, e evitando que uma aba voraz prejudique (mais do que o necessário) o desempenho das demais abas.
O download pode ser feito no site da Google.
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Inspirando a criação
Por Matheus Flandoli
Planejamento de Ativação da B/Ferraz
Quando falamos do papel do planejamento dentro do processo criativo, a primeira coisa que ouvimos é que esse profissional é o responsável pelo briefing criativo.
Mas por que o briefing é tão importante?
Ele é o documento mais importante da agência. São meses de trabalho em uma única página. Ele é a semente da idéia criativa. É o contrato do planejamento com o atendimento, o cliente e a criação. E finalmente, ele é o ponto de referência para o debate com a criação e o cliente na hora que apresentamos uma campanha.
Um briefing criativo tem 3 funções:
- Definir claramente o problema
- Identificar a oportunidade e dar a direção
- Inspirar a solução
Um briefing pode ser o grande causador de problemas ou solução durante o processo criativo. Um briefing ruim cria campanhas ruins em 99,9% (0,01% é um mero acidente). Por outro lado, um bom briefing não garante uma campanha boa, mas existem grandes chances de isso acontecer.
Mas como um planejamento inspira a criação?
Fato é que somos todos criativos, mas criamos barreiras à nossa criatividade no dia a dia. Isso pode acontecer por 3 motivos:
- Hábito
Por ser muito usado, o nosso lado esquerdo do cérebro tende a olhar os problemas de uma forma padrão e comprovada. Por exemplo: "Nós queremos que a nossa marca seja igual a Apple".
- Medo
Quando vemos uma campanha na rua como a de Skol ou a de Twix, ficamos admirados, mas será que você teria coragem de apresentar e aprovar uma estratégia ousada com o risco de perder o emprego caso ela dê errado?
- Ownership
É quando as pessoas têm uma relação muito forte e antigo com a marca. Gente que dedicou muito suor muito tempo e muita energia nela e tem receio de perder o controle com tanta criatividade. São os casos das empresas familiares, por exemplo.
Para livrar a criação dessas barreiras, é estratégico que a criação visualize e experimente a marca, o produto ou serviço. Abuse de imagens, vídeos, entregue o produto real, consiga que o cliente faça demonstrações... só não ocupe mais o tempo deles e o seu do que o necessário.
Lembre-se: Foco e informações relevantes são fundamentais para um bom briefing.
Você deve sentir-se responsável. Não é porque você já passou o briefing para a criação que o trabalho do planejamento acabou e agora você sai correndo. Esteja pronto para dividir e contribuir com idéias à campanha.
Quando ouvir as soluções propostas, lembre-se que a criação provavelmente dedicou bastante tempo para chegar até elas, então veja bem a forma de abordar as críticas, tente entender o caminho que eles percorreram para chegar ali e reconheça que estamos todos do mesmo lado. Acima de tudo, seja construtivo!
Para isso, esteja aberto às idéias, vá com a cabeça aberta, deixe as neuras e as preocupações de fora, trate cada idéia com respeito, sabia se empolgar com as idéias também, empatia e proximidade da criação é a solução para muitos problemas e se necessário, releia um pedaço do brief que diz o que se espera da comunicação.
Veja se o potencial da idéia e questione-se:
- Tem vida longa ou é tática?
- É forte suficiente para inspirar outras ferramentas de comunicação?
- Inspira formatos e parcerias originais?
Lembre-se que as suas reações têm conseqüências. Questionar a estratégia requer um novo briefing. Questionar a idéia requer uma nova campanha. Questionar tom e linguagem requer nova execução. Nunca confunda os três.
Mas acima de tudo isso, aja como parte de um time. Ajude a resolver problemas e não a criar problemas. E tenho dito.
...
Tive o prazer de trabalhar com o Matheus durante um ano na Etco Ogilvy. Durante esse tempo, posso atestar: ele foi um planner altamente inspirador para a criação. Suas idéias estratégicas, originais e desafiadoras foram decisivas para o sucesso das campanhas que colocamos no ar. Visitem o blog dele: http://oanonimocelebre.wordpress.com/
Valeu, Matheus. Obrigado pelo texto.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Filosofia de segunda
Hoje, num exercício sintético, reproduzirei um trecho do pensamento de Charles Sanders Peirce, que alude perfeitamente sobre a importância da linguagem.
"A trama, a urdidura de todo pensamento e de toda investigação é o símbolo, e a vida do pensamento e da ciência é a vida inerente aos símbolos; de modo que é errôneo dizer que uma boa linguagem é importante para o bom pensar, visto que é a própria essência deste."