Aconteceu há um ano e foi um grande alívio. Acordei em uma segunda-feira e me sentei desolado na beirada da cama, sem a mínima vontade de sair para trabalhar. Devo ter ficado uns dez minutos ali. Matutando. Fiz uma breve retrospectiva da minha carreira. Vislumbrei como eu estaria em um futuro próximo. Na verdade, eu estava em busca de motivação para tomar banho, me arrumar, pegar o carro e sentar em frente ao computador com uma campanha para criar.
O único motivo que encontrei foi financeiro. Não havia mais nada. É, não foi difícil decidir que eu tinha que sair do meu emprego.
A EtcoOgilvy, empresa em que eu trabalhava, é a maior agência de publicidade do interior do Brasil. Por ter a conta do Magazine Luiza seu faturamento é alto. Eu tinha 12 anos de casa, um salário bacana, uma posição estável, um cargo de liderança, mas não estava feliz. A agência estava esquisita. Eu estava esquisito. Faltava tesão. Faltava autonomia. Faltava perspectiva. Faltava entrosamento. Estávamos trabalhando de forma desordenada e massacrante. Muitas horas extras, nenhuma recompensa, reconhecimento zero.
Eu me sentia um estranho no ninho e resolvi que era hora de mudar. Não, não pedi demissão naquele dia. Talvez fosse o mais correto a fazer. No entanto, naquela época tinha uma campanha a ser criada: a inauguração do Magazine Luiza na cidade de São Paulo. 50 lojas seriam abertas em um único dia. Algo grandioso. Aquilo poderia me trazer a motivação de volta (nem que fosse por um tempo). Seria bom participar e então sair em grande estilo. Pensando nisso, estabeleci que após a campanha eu pediria demissão. O problema é que eu teria que esperar alguns meses.
Foi complicado, tive que ter paciência e me segurar em vários momentos, mas valeu a pena. O comercial da campanha que eu ajudei a criar foi finalista do Profissionais do Ano da Rede Globo e ganhou Ouro no Prêmio Voto Popular da Revista About.
Participar da criação dessa campanha foi o que me incentivou a ficar na agência por 6 meses do dia em que decidi pedir demissão. Sem isso, eu não conseguiria. Não teria por que lutar. Também não seria justo. Nem comigo e nem com a empresa. Estar pela metade em um lugar não é bom para ninguém.
Na semana que vem, eu conto tudo sobre o dia em que pedi demissão.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
O dia em que decidi pedir demissão
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2 comentários:
Raul,
Continue contando... vou acompanhar suas pequenas histórias!
Érica
Não estar 'inteiro' em um lugar, em uma situação, é ruim mesmo. Não rola.
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