Através da indicação de um amigo, conheci o Blog de Gustavo Gitti, que trata sobre relacionamentos lúcidos.
Confira abaixo uma parte do texto interessantíssimo escrito por ele.
Ela na ponta dos pés. Ele avançando o peito. Ela sem entender como ele imobilizou suas duas mãos com apenas um braço. Ele pressionando o abdômen, colando as pernas, travando o pescoço, puxando o cabelo. Ela asfixiada, querendo ao mesmo tempo fugir e ser pega. O que fazem suas bocas, línguas e lábios, isso não importa.
Onde começa o beijo? Quando os lábios se tocam ou quando os pés se levantam? Em que ponto o sexo acaba? Quando ele joga a camisinha no lixo do banheiro ou quando se despedem após o café da manhã? Em qual momento o beijo vira sexo? Eles ficaram ou eles transaram? Se há penetração, é esse o critério? E o sexo oral? É um beijo mais interessante, um melhor uso da boca, ou apenas uma preliminar ao sexo?
Infelizmente não são apenas os adolescentes que pensam sob tais categorizações. Muitos homens encaram suas relações como se fossem moleques aprendendo a beijar. Eles colocam fronteiras e depois, claro, tem dificuldade de ultrapassá-las. Primeiro o beijo, depois tocar o corpo inteiro, depois o sexo. Por imaginar um momento distinto para o beijo, ficam ansiosos (”Qual o melhor momento para avançar?”). Porque supõe que o sexo começa e termina, não sabem o que fazer quando brocham.
O melhor beijo é aquele que não se beija
Às vezes o homem (ou a mulher) quer beijar, mostrar serviço, exibir aquela técnica tailandesa de chupar a língua que leu há anos em um artigo sobre 9 tipos de beijo. Ele quer fazer algo. Antes, porém, ele espera o momento e se move em direção ao beijo. Sua ansiedade o impede de experimentar várias possibilidades. Por exemplo, o que aconteceria se agisse como se o beijo já tivesse acontecido? Ou, se no momento certo para o beijo, não beijasse e seguisse se relacionando noite adentro?
Quem já entendeu que beijo é uma coisa que não existe deixa a energia subir e sempre se surpreende quando o beijo acontece. No primeiro encontro, uma peça de teatro no SESC Avenida Paulista e depois uma longa conversa no Paris 6. No segundo, samba de gafieira, salsa, bolero e forró no Buena Vista Club. A noite inteira colados, suando juntos, às vezes com os lábios a 2 centímetros, mas nenhum beijo. No terceiro encontro, chegam no apartamento dele depois de algumas horas no bar Anhanguera. Quando o beijo acontece, ambos sabem que aquilo que não é um beijo. Ora, beijo seria se tivesse acontecido no segundo encontro. Agora é tarde demais…
O melhor beijo é o que se improvisa quando duas bocas param entreabertas a mílimetros de distância. Beijo respirado. Línguas, lábios e dentes… não. Dos pés aos cabelos, nós beijamos mesmo é com o corpo todo.
O texto na íntegra você confere aqui.
terça-feira, 31 de março de 2009
Beijo e sexo são coisas que não existem
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4 comentários:
Com apenas um trecho ou o texto inteiro, PUTA QUE PARIU - muito bom! Esse é um daqueles que assinamos embaixo. Aliás, onde é que eu assino?
Parabéns Gustavo pelo ótimo texto e valew Rony por trazê-lo.
Irmãos e irmãs, isso sim é que é entender de um momento, uma experiência alucinógena não uma consumação mecânica. Belo exemplo de que ainda existem cavalheiros por aí.
Um brinde aos homens de classe que não conquistam mulheres e sim A mulher.
tim tim.
Duas palavras: MUITO BOM!
A cada palavra lida parecia que um beijo estava realmente prestes a acontecer... sem contar o final com chave de ouro. Confesso que já me peguei pensando em tudo isso hahaha mas em roda de amigos já chegamos a dizer que sim, o beijo acontece com o corpo todo (e isso foi dito por uma mulher do grupo) rs. Valeu Rony e Parabéns Gustavo. Isso sim inspira!
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