Um texto é como uma mulher. Quanto mais difícil, mais instigante.
terça-feira, 31 de março de 2009
Beijo e sexo são coisas que não existem
Através da indicação de um amigo, conheci o Blog de Gustavo Gitti, que trata sobre relacionamentos lúcidos.
Confira abaixo uma parte do texto interessantíssimo escrito por ele.
Ela na ponta dos pés. Ele avançando o peito. Ela sem entender como ele imobilizou suas duas mãos com apenas um braço. Ele pressionando o abdômen, colando as pernas, travando o pescoço, puxando o cabelo. Ela asfixiada, querendo ao mesmo tempo fugir e ser pega. O que fazem suas bocas, línguas e lábios, isso não importa.
Onde começa o beijo? Quando os lábios se tocam ou quando os pés se levantam? Em que ponto o sexo acaba? Quando ele joga a camisinha no lixo do banheiro ou quando se despedem após o café da manhã? Em qual momento o beijo vira sexo? Eles ficaram ou eles transaram? Se há penetração, é esse o critério? E o sexo oral? É um beijo mais interessante, um melhor uso da boca, ou apenas uma preliminar ao sexo?
Infelizmente não são apenas os adolescentes que pensam sob tais categorizações. Muitos homens encaram suas relações como se fossem moleques aprendendo a beijar. Eles colocam fronteiras e depois, claro, tem dificuldade de ultrapassá-las. Primeiro o beijo, depois tocar o corpo inteiro, depois o sexo. Por imaginar um momento distinto para o beijo, ficam ansiosos (”Qual o melhor momento para avançar?”). Porque supõe que o sexo começa e termina, não sabem o que fazer quando brocham.
O melhor beijo é aquele que não se beija
Às vezes o homem (ou a mulher) quer beijar, mostrar serviço, exibir aquela técnica tailandesa de chupar a língua que leu há anos em um artigo sobre 9 tipos de beijo. Ele quer fazer algo. Antes, porém, ele espera o momento e se move em direção ao beijo. Sua ansiedade o impede de experimentar várias possibilidades. Por exemplo, o que aconteceria se agisse como se o beijo já tivesse acontecido? Ou, se no momento certo para o beijo, não beijasse e seguisse se relacionando noite adentro?
Quem já entendeu que beijo é uma coisa que não existe deixa a energia subir e sempre se surpreende quando o beijo acontece. No primeiro encontro, uma peça de teatro no SESC Avenida Paulista e depois uma longa conversa no Paris 6. No segundo, samba de gafieira, salsa, bolero e forró no Buena Vista Club. A noite inteira colados, suando juntos, às vezes com os lábios a 2 centímetros, mas nenhum beijo. No terceiro encontro, chegam no apartamento dele depois de algumas horas no bar Anhanguera. Quando o beijo acontece, ambos sabem que aquilo que não é um beijo. Ora, beijo seria se tivesse acontecido no segundo encontro. Agora é tarde demais…
O melhor beijo é o que se improvisa quando duas bocas param entreabertas a mílimetros de distância. Beijo respirado. Línguas, lábios e dentes… não. Dos pés aos cabelos, nós beijamos mesmo é com o corpo todo.
O texto na íntegra você confere aqui.
Semana Nietzsche - trecho 1
"Eis a fórmula da felicidade: um sim, um não, uma linha reta, uma meta..."
Durante essa semana, trarei frases agudas e provocativas do grande filósofo alemão.
Friedrich Nietzsche nasceu numa família luterana, na Alemanha, em 1844 e faleceu em 1900.
Nietzsche quis ser o grande “desmascarador” de todos os preconceitos e ilusões do gênero humano, aquele que ousa olhar, sem temor, aquilo que se esconde por trás de valores universalmente aceitos, por trás das grandes e pequenas verdades melhor assentadas, por trás dos ideais que serviram de base para a civilização e nortearam o rumo dos acontecimentos históricos.
Vale o clique
segunda-feira, 30 de março de 2009
Com essa foto foi criado um anúncio para...
Caddy Van da Volskwagen. Conceito: Você já corre muitos riscos no trabalho. Assina: Caddy Van com airbags e ABS.
Agora a melhor ideia, na nossa opinião, foi: "De um simples anti-ácido a Isordil." Genéricos é com a Ultrafarma!
Criação do Lima Duarte. É isso aí, Lima. Grande global!
Quarta-feira tem outra imagem. Abraços!
Filosofia de segunda
A resposta à sua vida.
Hoje meu texto será mais breve, porém não menos reflexivo.
Pensando em Aristóteles, que concebia o homem como um ser desejante e que almeja a todo instante a felicidade, ocorreu-me trazer os seus conceitos para colocar em xeque o modelo de vida dos nossos dias.
Uma linha de raciocínio é suficiente para exemplificarmos como os valores da nossa época estão distorcidos. Segundo Aristóteles, a meta do homem é a felicidade (em seu sentido profundo). Logo, ela deve ser sempre um fim, nunca um meio. Ninguém diria: eu quero ser feliz para ter muito dinheiro. Diria: quero ter muito dinheiro para ser feliz. Então, desse pressuposto, inicia-se uma covarde surra do Ter sobre o Ser. Para alcançarmos a felicidade, trabalhamos duro a vida toda para ter e ter. Mas o que temos nunca é suficiente e sempre frustrados, sempre querendo mais, a felicidade se afasta de nossas possibilidades até chegarmos ao ponto de acharmos utópico esse estado de espírito.
Eis que no fim da jornada vital, após décadas de labuta, olhamos para trás e perguntamos finalmente a nós mesmos: conseguimos?
Infelizmente, para a grande maioria, a resposta é negativa.
Então reflita. Está valendo a pena? Mesmo que para você a hora da pergunta final esteja distante (como isso é relativo!), comece a pensar na resposta. Aproveite, pois é o percurso que faz a resposta pender ou para o sim ou para o não.
E, ao contrário de um exame ou de uma prova, para essa pergunta, não há recuperação.
sexta-feira, 27 de março de 2009
Semana Sêneca - trecho 4
Deve-se aprender a viver por toda a vida e, por mais que tu talvez te espantes, a vida toda é um aprender a morrer.
Sexta poltrona
Toda sexta, a partir de hoje, daremos dicas de filmes para que vocês se deleitem no fim de semana. Obviamente, o critério de escolha é, de certo modo, arbitrário, pois leva em consideração somente as nossas experiências. De qualquer forma, o intuito não é listar os melhores filmes e sim, indicar, conforme nosso estado de espírito do dia, um bom filme que, na medida do possível, escapa das amarras hollywoodianas.
O filme de 1988, baseado no polêmico best-seller homônimo de Nikos Kazantzakis, foi considerado herético pela Igreja Católica, já que enfatiza o conflito entre o messias predestinado por Deus ao sacrifício na cruz e o homem comum e prático que ambiciona constituir família e desfrutar de uma vida serena e tranqüila no mais absoluto anonimato.
Vale a pena.
quinta-feira, 26 de março de 2009
Semana Sêneca - trecho 3
Vivestes como se fôsseis viver para sempre, nunca vos ocorreu que sois frágeis, não notais quanto tempo já passou; vós o perdeis, como se ele fosse farto e abundante, ao passo que aquele mesmo dia que é dado ao serviço de outro homem ou outra coisa seja o último. Como mortais, vos aterrorizais de tudo, mas desejais tudo como se fôsseis imortais.
Ouvirás muitos dizerem: “Aos cinqüenta anos me refugiarei no ócio, aos sessenta estarei livre dos meus encargos.” E que fiador tens de uma vida tão longa? E quem garantirá que tudo irá conforme planejas?
quarta-feira, 25 de março de 2009
Truco!
Trata-se do baralho redondo (como não pensei nisso antes) que você leva de brinde ao comprar 12 latinhas de Skol nas lojas de conveniência dos Postos Shell da cidade de São Paulo.
Pelo que fiquei sabendo a promoção termina esse mês.
Mais uma ação da marca que cada vez mais nos encanta.
Sensacional.
Com essa foto dá pra vender o quê?
terça-feira, 24 de março de 2009
Semana Sêneca - trecho 1
Durante essa semana, portanto, transcreverei alguns trechos dele. Começo com esse:
"Pode haver algo mais estúpido que o modo de ver de alguns - falo daqueles que deixam de lado a prudência. Ocupam-se para poder viver a vida, gastando-a! Fazem seus planos a longo prazo; no entanto protelar é do maior prejuízo para a vida: arrebata-nos cada dia que se oferece a nós, rouba-nos o presente ao prometer o futuro. O maior impedimento para viver é a expectativa, a qual tende para o amanhã e faz perder o momento presente."
Sêneca foi um dos mais célebres escritores e intelectuais do Império Romano. Sua obra literária e filosófica, tida como modelo do pensador estóico durante o Renascimento, inspirou o desenvolvimento da tragégia na dramaturgia européia renascentista.
Com essa foto a JWT, Paris vendeu...
O'Cedar Cera líquida Conceito: "Protege a madeira."
Agora a melhor ideia, na nossa opinião, foi a da Gláucia. Parabéns, Gláucia!
Pra bater de frente você precisa ter argumentos. VEJA sua melhor opção de revista.www.abril.com.br
Amanhã, tem outra foto. Valeu!segunda-feira, 23 de março de 2009
Filosofia de segunda
O medo da morte.
A definição de Aristóteles é clássica: o homem é um animal racional. A proposição traz em si inúmeros desdobramentos, dentre eles: o homem é o único animal que tem consciência de estar vivo. Forçosamente, tem consciência que vai morrer. Convive permanentemente com a companhia dessa dama. E, para muitos, esse fardo é demasiado pesado. Se hierarquizássemos os medos do homem, a morte, com certeza, estaria no cume. Perguntarmos o motivo parece óbvio, mas não é.
O que nos aflige: o fim ou o desconhecido?
Suponhamos, por força de exercício, que, a partir de agora, não haja mais morte. Você, leitor, viverá eternamente. Como se daria isso? Não envelheceríamos? Chegaríamos a um estágio de crescimento e pararíamos? Para que faríamos agora isso ou aquilo se pudéssemos fazer depois, daqui uns dois milhões e oitocentos mil anos?
A calamidade que seria a “ausência” da morte é explorada com maestria pelo escritor José Saramago em “As intermitências da morte”.
Voltando à mortal realidade.
A maioria das pessoas tem medo até de falar sobre o assunto. “Falar de coisa ruim, atrai coisa ruim”. No entanto, não se dão conta que 90% do que assistem nos noticiários da TV é sobre morte. Eis o paradoxo: o tema está banalizado sem sequer ser discutido.
Abordemos, então, com certa profundidade. Suponhamos por um minuto que Deus não exista. Que a morte seja o fim, como pensava, por exemplo, Epicuro que, para alicerçar seu hedonismo, dizia que nada seria tão forte a ponto de perturbar a alma de um homem sábio, nem mesmo a morte, já que esta não existia para o individuo, visto que, quando chegava, o homem já não era. Vida e morte jamais coexistiam. O homem nunca encararia sua própria morte. Portanto não haveria o que temer.
Sem Deus, sem a recompensa da vida eterna, homem teria motivo para agir bem?
A maioria pensa como um dos personagens de Irmãos Karamazov de Dostoievski: “Se não há Deus, tudo é permitido”.
Daí, muitos pensadores reconhecem a necessidade de entidades metafísicas, mesmo que alguns destes admitam que estas sejam criações humanas. São úteis à manutenção da ordem. Para Kant, ao contrário, não há necessidade de divindades para o bem agir. A razão seria o único instrumento necessário para isso. Aliás, sequer haveria possibilidade de afirmações sobre algo fora do binômio tempo-espaço, como Deus, alma, etc.
Bom momento para abordarmos a idéia infantilóide que traçamos de Deus. Se Deus é eterno, obviamente não existe no tempo. Passado, presente e futuro são a mesma coisa para Ele conforme afirmava Agostinho, um dos pilares do cristianismo. Agostinho afirmava ainda que quem interpretasse literalmente a Bíblia não estava apto a discutir assuntos teológicos. Outro ponto: Deus não pode ser matéria como os corpos, já que toda matéria é corruptível. E mais: Deus não pode querer, visto que quem deseja, é carente de algo, portanto incompleto e finito. A expressão “Se Deus quiser” ou “Deus quis assim” não fazem o menor sentido lógico.
Platão se não o primeiro, foi pensador antigo mais original ao abordar a imortalidade da alma. Para muitos estudiosos, o sistema filosófico platônico é sustentado pela morte, já que Platão cindiu o mundo em duas realidades: uma perfeita, o mundo das idéias e outra, imperfeita, o mundo sensível, este que vivemos. Se almejamos o conhecimento, temos que ascender às idéias e, para isso, não podemos ficar presos ao corpo. Daí, a máxima de Nietzsche (1844-1900): “o cristianismo é o platonismo das massas".
Ainda no que tange a religiosidade, a morte do Papa João Paulo II, me fez cair numa armadilha lógica. Acompanhem comigo: o que o cristão mais almeja é alcançar a vida eterna. Em teoria, não há pessoa na Terra que a mereça mais do que o representante máximo da Igreja. Logo, o choro na morte do Papa pode ser interpretado por duas vias: ou falta de fé ou egoísmo, posições que contrariam a doutrina cristã.
Heidegger (1888-1976), filósofo existencialista, dá ênfase ao sentimento de angústia do homem diante da morte. A angústia da morte é algo que altera tão radicalmente o homem que o transforma em existente, o único ser autêntico, o único ser individual, o único ser realmente mortal.
O ponto-chave da filosofia da existência é seu conceito de tempo. A tradição pré-existencialista imaginava o tempo como algo anterior e posterior ao homem, visto que este nasce e morre "no meio do tempo". No existencialismo, considera-se a impossibilidade do homem imaginar um tempo em que ele não esteja presente — tanto no passado como no futuro — para daí deduzir que não faz sentido falar sobre o tempo como algo fora e independente do homem.
A imortalidade, como vimos, não seria a solução para a angústia. Não se a concebermos de maneira literal. Agora, se a enxergamos como o que de você será lembrado, as possibilidades se alargam. Temos exemplos: o herói trágico grego, com sua coragem nas batalhas. O escritor, o filósofo, o músico, o artista com suas obras. Num terreno mais cientifico e ao mesmo tempo acessível a todos, com a nossa descendência, que levará adiante parte de nós.
Diante dessa discussão alguns levantam a questão: mas se é certo o fim, temos mais é que aproveitar a vida. Mas o que significa isso? A resposta para essa pergunta daria outro longo texto. Por hora, fiquemos com o senso comum: aproveitar a vida é desfrutar de tudo o que ela nos pode oferecer. Estes concluem então que o mais sensato é beber, sair, transar, etc. Claro que isso é essencial. O problema é quando a vida resume-se a isso. Voltando à primeira frase: o homem é um animal racional. O único. O que o diferencia dos demais. E, não aproveitar esse diferencial que o capacita para estudar, argumentar e, principalmente refletir, é reduzir o homem a sua animalidade. No limite: homem e gado no mesmo degrau evolutivo.
quinta-feira, 19 de março de 2009
Mesmo sabor, zero açúcar.
Estreou esse mês nas telinhas europeias o novo comercial da coca cola zero "The Morning After".
Criado pela agência dinamarquesa Grey Copenhagen, o filme é bem no estilo 007.
O resultado você confere abaixo.
Na verdade este vídeo é continuação da campanha abaixo, lançada em 2006 com o conceito "sua vida como você não esperava".
"Break Up"
"Supermarket"
Teoria de quinta
A educação no Brasil pode ser salva por uma ideia
Ontem no Jornal da Globo assisti a uma reportagem sobre a má qualidade do ensino público. Nada de novo. Infelizmente. Já estamos cansados de nos deparar com notícias sobre a baixa remuneração dos professores, a falta de preparo e motivação do corpo docente, a ausência quase total de estrutura nas escolas. Uma pena. Mas só lamentar não basta.
O que podemos fazer de concreto para mudar essa situação? Seja como professor universitário, seja como cidadão, eu me sinto profundamente impelido a tomar uma atitude que ajude de fato a melhorar a educação do país. Confesso, entretanto, que não sei por onde começar. Estou sem inspiração. Talvez porque o tema seja delicado e difícil demais para mim. Talvez porque eu não mergulhe de cabeça no assunto. Talvez porque...
Bem, será que ser voluntário, amigo da escola é o bastante? Será que montar um blog para fiscalizar os nossos governantes sobre suas ações para desenvolver a educação é o suficiente? Não sei. Na real, penso que teria que ser algo de maior impacto, de maior eficácia. Alguém tem uma ideia? Posso estar sendo romântico, mas acredito, ainda, que a educação no Brasil pode ser salva por uma ideia. Uma grande e transformadora ideia.
quarta-feira, 18 de março de 2009
Com essa foto dá pra vender o quê?
terça-feira, 17 de março de 2009
Zona fechada
Foi lançado recentemente o curta-metragem “Closed Zone”.
Criado por Yoni Goodman, o mesmo diretor de “Waltz with Bashir”, ganhador do Globo de Ouro como Melhor Filme Estrangeiro, o filme, de 90 segundos, fala sobre o bloqueio na fronteira da Faixa de Gaza, que viola a liberdade de ir e vir dos 1.4 milhões de moradores locais.
Lembremos que os moradores da Faixa de Gaza são SERES-HUMANOS que só desejam criar seus filhos, viver suas vidas, realizar seus sonhos.
segunda-feira, 16 de março de 2009
Filosofia de segunda
Criança, a alma do negócio.
Semanas atrás publiquei um artigo "a criatividade em cena" que colocava em discussão o dualismo tela (tv/internet) e criatividade. Despois, veio o teaser da agência Abelha Rainha que colocava em xeque a propaganda, sua credibilidade e suas artimanhas. Hoje, me deparei com um interessantíssimo documentário sobre a influência da propaganda (mais especificamente na televisão) sobre a infância.
Eis a sua sinopse:
"Por que meu filho sempre me pede um brinquedo novo? Por que minha filha quer mais uma boneca se ela já tem uma caixa cheia de bonecas? Por que meu filho acha que precisa de mais um tênis? Por que eu comprei maquiagem para minha filha se ela só tem cinco anos? Por que meu filho sofre tanto se ele não tem o último modelo de um celular? Por que eu não consigo dizer não? Ele pede, eu compro e mesmo assim meu filho sempre quer mais. De onde vem este desejo constante de consumo?" Este documentário reflete sobre estas questões e mostra como no Brasil a criança se tornou a alma do negócio para a publicidade. A indústria descobriu que é mais fácil convencer uma criança do que um adulto, então, as crianças são bombardeadas por propagandas que estimulam o consumo e que falam diretamente com elas. O resultado disso é devastador: crianças que, aos cinco anos, já vão à escola totalmente maquiadas e deixaram de brincar de correr por causa de seus saltos altos; que sabem as marcas de todos os celulares mas não sabem o que é uma minhoca; que reconhecem as marcas de todos os salgadinhos mas não sabem os nomes de frutas e legumes. Num jogo desigual e desumano, os anunciantes ficam com o lucro enquanto as crianças arcam com o prejuízo de sua infância encurtada. Contundente, ousado e real, este documentário escancara a perplexidade deste cenário, convidando você a refletir sobre seu papel dentro dele e sobre o futuro da infância.
Abaixo, na íntegra, dividido em 5 partes:
segunda-feira, 9 de março de 2009
Filsofia de segunda
Vaticano apóia excomunhão.
Esse título não foi extraído de um livro didático de história medieval.
Aconteceu semana passada, no Brasil, mais especificamente em Pernambuco. O arcebispo de Olinda, dom José Cardoso Sobrinho, excomungou as pessoas envolvidas num aborto: os médicos que realizaram a cirurgia e a mãe da menina, que autorizou. Se o fato se resumisse a isso, a decisão do bispo, ainda que discutível, seria justificável dentro dos preceitos católicos. Mas a menina em questão tinha nove anos de idade, estava grávida de gêmeos e corria sérios riscos de vida. E mais: os filhos que esperava eram oriundos de um estupro cometido pelo padrasto que, aliás, violentava-a desde os seis anos de idade.
O bispo, em várias oportunidades, tentou justificar-se. Numa delas, disse:
“De acordo com as leis de Deus, a Igreja condena todos os pecados. Homicídio é pecado. Roubo, assalto e estupro também são, mas não tão graves como o aborto”.
Cabe a pergunta: quem hierarquizou esses delitos?
O Código de Direito Canônico prevê desde 1983 nove casos para a pena de excomunhão:
1- Profanação das espécies sagradas;
2- Violência física contra o Papa;
3- Absolvição por um sacerdote do cúmplice do pecado da carne;
4- Consagração ilícita de um bispo sem mandato pontifical;
5- Violação direta do segredo da Confissão;
6- Apostasia;
7- Heresia;
8- Cisma;
9- Aborto.
Peguemos um desses casos para analisarmos. Heresia, por definição, é uma linha de pensamento que não esteja de acordo com a Igreja. Uma doutrina contrária à Verdade revelada por Cristo. É uma falta gravíssima e, portanto, passível de excomunhão. O assassinato, por sua vez, não.
Mas convenhamos. Colocar em xeque um ensinamento da mãe Igreja é infinitamente mais grave do que matar um simples homem. Afinal, morrer, todos vamos. O assassinato é somente um adiantamento da lei natural.
A legislação brasileira autoriza o aborto em vítimas de estupro até a 20ª semana de gravidez, sem autorização judicial. Mas o bispo retruca:
“Nós, ministros da Igreja Católica, temos obrigação de proclamar a lei de Deus. Nesses casos, os fins não justificam os meios, e a lei humana contraria a lei de Deus, contra a morte”.
Ele afirma que as leis de Deus são mais importantes que as leis dos homens, mas está preso a um pedaço de papel que diz que ao aborto cabe a excomunhão, sem analisar o contexto, a situação. Por essas e por outras, a Igreja afasta-se cada vez mais do mundo contemporâneo e corrobora com a diminuição drástica do número de seus fiéis.
Apesar de não acreditar, estou prestes a concluir que dom José é a encarnação de um dos sanguinários inquisidores da Idade Média. Ou, no mínimo, aquele que coagiu Copérnico e o fez “voltar atrás” quanto à sua teoria heliocêntrica. Dom José Cardoso Sobrinho presta um desserviço a humanidade, fazendo perpetuar os dogmas da fé e o pior, obscurantismo da ignorância.
sexta-feira, 6 de março de 2009
Para o Dia da Mulher
Como parte das comemorações do Dia da Mulher, começa hoje no SESC Ribeirão Preto, às 20h30, a Exposição Divas e Marias, com pinturas do artista Ubirajara Júnior.
O folder de divulgação explica: “As mulheres desta série apontam para um questionamento. Estão isoladas de qualquer contexto “no escuro” o que pode lhes garantir isenção de interferências externas e, portanto, uma identidade definida. O que as diferencia? O que se esconde por trás de cada uma? Que identidade, afinal, nos mostram ou querem nos mostrar? Enfim são mulheres comuns, que encontramos à nossa volta, cada uma um universo, uma história. Cada uma traz em si uma Diva e uma Maria.”
Ubirajara Junior nasceu em 25 de dezembro de 1962 em Belém, PA, mas desde a infância mora em Ribeirão Preto, SP. Bira, como é carinhosamente chamado, é um artista dos mais talentosos e versáteis, domina diversas técnicas como xilogravura, desenho, escultura, pintura e aquarela. Atua como professor e orientador de artes em instituições como Oficina Cultural Sesc, em RP, e, em cidades da região. Tem também participação em inúmeras mostras e exposições coletivas e individuais, acumulando vários prêmios ao longo de sua trajetória. Saiba mais: http://www.galeriamalivillasboas.com.br/site/artistas/eliana-rulli-2
A visitação vai até o dia 29 de março, de terça a sexta, das 13h30 às 21h30. Sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30. É grátis. É inspiradora. É imperdível.
Para quem não sabe, o SESC Ribeirão fica na Rua Tibiriça, 50.
terça-feira, 3 de março de 2009
10 frases que viraram anúncios. Ou vice-versa
Do livro: "É só propaganda," de Ercílio Trajan.
Entre o mar e a montanha, o melhor é ficar entre o mar e a montanha.
Hotel Montmar - Itanhaém
Sabe o que fazia Einstein, Freud e Thomas Edson serem mais inteligentes que nós? O software deles.
Olivetti
A sociedade pode ser anônima. Você não.
Camisa Wolens
Felizmente, nem tudo termina em pizza.
Esplanada Grill
Você pode mudar sua vida do vinho pra água.
Alcoólicos Anônimos
O tempo só corre a favor dos vinhos.
ItauPrev
Eu odeio oligopólios. E quando souber o que é isso vou odiar mais ainda.
Jornal O Estado de São Paulo
Conversível é um carro que queria ser moto.
Honda
Nossos consumidores constumam enferrujar antes dos nossos calçados.
Timberland
Ele era apaixonado por psicanálise. Mesmo sendo o pai dela.
Freud no Masp
segunda-feira, 2 de março de 2009
Viral de agência
Ontem, enfim, foi revelado quem não acredita em propaganda.
Abaixo o texto publicado na home do site da Abelha Rainha:
Não acreditamos em propaganda. Acreditamos em comunicação real.
Estamos completando um ano de Abelha Rainha com a chegada de um novo sócio. Para celebrar poderíamos fazer um anúncio e pronto. Mas não seria justo com a nossa filosofia.
Então decidimos fazer mais.Criamos o site naoacreditamosempropaganda.com para estabelecer diálogos entre pessoas com opiniões distintas. Nele, os dois lados da moeda: um vídeo argumentando a favor e outro contra a atividade publicitária. Escolhemos esse tema delicado, porque tem tudo a ver com o nosso modo de pensar.
Colocamos em xeque a eficácia da propaganda tradicional e a sua credibilidade. Teve gente que gostou, teve gente que não. No entanto, ninguém ficou indiferente.
Em 18 dias no ar, recebemos 5354 visitas e 318 comentários. Conseguimos provocar uma discussão saudável.
Conseguimos mostrar, um pouco, na prática o que faz a comunicação real: inspira pessoas.Inspiramos reflexões, comentários, atitudes.
Obrigado a todos os que participaram e enriqueceram o debate.
No mais, o que ficou de lição é que as pessoas acreditam sim na força da propaganda. Mas não acreditam totalmente em sua sinceridade. Vale o alerta. Vale fazer cada vez mais campanhas verdadeiras e interativas.
Comunicação real, gente.
Vale o clique: http://www.abelharainha.com/