sexta-feira, 30 de outubro de 2009
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Moscas podem virar mídia?
Isso te assusta?
Certa feita, me perguntaram: Qual o seu maior medo?
Na hora não respondi.
Pensei... Pensei e conclui: meu maior medo é, no fim, olhar para trás e ver que levei uma vida medíocre. É morrer sem ter feito nada de extraordinário.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Vertigem
Começou esta semana em São Paulo, no Museu de Arte Brasileira da FAAP, a exposição “Vertigem”, dos irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, OSGEMEOS.
A mostra reúne obras que traduzem o cotidiano brasileiro, da periferia urbana ao folclore nordestino, em imagens surrealistas que remontam uma atmosfera de sonho, por meio de cores alegres e personagens melancólicos. As instalações oníricas incorporam carros, barcos e bonecos cinéticos gigantes à pintura de parede em grande escala.
Confira abaixo um pouco da exposição que também passou por Curitiba.
É a arte interagindo “literalmente” com as pessoas.
A exposição vai até o dia 13/12 e a entrada é gratuita.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Obrigado por fumar
Está um bafafá no Congresso Nacional. Estão querendo regulamentar a profissão de lobbista. Hoje, eles levam deputados e senadores para almoçar, jantar, viajar e nada fica registrado. Atravessam a rua e oferecem os mesmos benefícios para ministros e assessores. Assim nascem as leis.
O ministro Tarso Genro afirmou: “O lobby existe sobre o Estado em todas as suas esferas. Não há dúvida de que existem grupos de influência, legítima ou corruptora. O objetivo da regulamentação do lobby é evitar que a proteção de interesses gere um trato desigual”.
Para quem quer saber um pouco mais sobre essa santa profissão, recomendo o filme "Obrigado por fumar".
Nele, Nick Naylor é o principal porta-voz das grandes empresas de cigarros, ganhando a vida defendendo os direitos dos fumantes nos Estados Unidos. Desafiado pelos vigilantes da saúde e também por um senador oportunista, que deseja colocar rótulos de veneno nos maços de cigarros, Nick passa a manipular informações de forma a diminuir os riscos do cigarro em programas de TV. Além disto Nick conta com a ajuda de Jeff Megall, um poderoso agente de Hollywood, para fazer com que o cigarro seja promovido nos filmes. O que ele não esperava era ser "seduzido" por uma repórter e...
Com muita ironia o filme faz, ao mesmo tempo, um raio-x das entranhas da Indústria Tabagista e da Sociedade como um todo.
Twittada
Hoje é aniversário do Presidente Lula, mas quem ganha o presente é você, eleitor!
Prestes a encerrar mais um mandato, nosso saudoso companheiro sopra as velinhas enquanto o Brasil, da marolinha, vai de "vento em popa".
Copa do mundo e Olimpíadas garantidas por aqui; Redução do IPI praticamente garantida até o final do ano; Descoberta de petróleo tão tão profundo; Compra de caças super modernos quase concluída. (teria mais algo que esqueci?)
Isso é o que o governo pode dizer de "positivo". E de negativo?
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Inteligência decadente?
Alguns pensadores (inclusive contemporâneos) defendem a hipótese de que a expressividade da existência humana teve seu ápice na Grécia antiga, especificamente na Grécia pré-clássica. Expressividade entenda-se manifestação artística e intelectual.
De lá para cá, a humanidade vem descendo a ladeira.
Faz sentido. Se pensarmos que na Grécia Arcaica os versos homéricos eram cantados a todos, eram cultura popular e hoje só são lidos por catedráticos, dentro das universidadades.
Eles escutavam as histórias de Aquiles e Ulisses. Nós, assistimos novela e ouvimos pagode.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Publicitários, sigam o exemplo do senhor Carlos!
- Central de defesa do consumir, em que posso ajudá-lo?
- Meu nome é Carlos Alberto Solano de Almeida. Direto ao ponto, senhora: vou meter um processo na Rede Globo.
- Por que senhor, Carlos?
- A moça veio aqui... Ficou mais de uma hora me mostrando gráficos e mais gráficos...
- E então?
- Me convenceu! Eu investi uma bala. Mas paguei pela audiência do programa e eles me colocaram no intervalo!
Lemos?
Ainda na carona da "filosofia de segunda"
No século XIX Nietzsche afirmara:
"No mundo moderno, os leitores não ruminam o texto"
No século XXI eu pergunto:
Temos leitores?
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Sensacional!
Vale a pena conferir esse filme da Coast Yamaha, que está sendo veiculado na Austrália e Nova Zelândia.
A criaçao é da Clemenger BBDO Adelaide.
Clap, clap, clap.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Filosofia de segunda
Informação X Conhecimento
Há algum tempo o jornal “O Estado de São Paulo” anda veiculando um comercial (ver aqui) no qual o argumento de venda é a distinção entre conhecimento e informação. A diferenciação, em si, é pertinente. No entanto, cabe um aprofundamento na questão. Para isso, recorro a um pensador do século XVII, John Locke .
A teoria do conhecimento de Locke, exposta na obra “Ensaio sobre o Entendimento Humano” é empirista, ou seja, para ele todo conhecimento é, fundamentalmente, derivado da experiência sensível. O objetivo inicial da obra é, na verdade, político: expurgar o poder absolutista vigente na Inglaterra. O absolutismo era alicerçado no inatismo (que defendia que algumas idéias nasciam com os homens, gravadas na mente). Os soberanos, então, governavam por uma “concessão divina”; eram legítimos herdeiros daquele que criou o universo. “A mente humana é uma folha em branco, preenchida ao longo do tempo com a experiência”, afirmava Locke. Nessa perspectiva, todos nascem iguais. Demonstrado que o conhecimento deriva da experiência, o absolutismo alicerçado no inatismo cai por terra.
Entrando na questão do conhecimento propriamente dito: refutado o inatismo no início da obra, Locke vai mostrar como se dá o aprendizado, ou seja, como ocorre a passagem das impressões particulares para as idéias gerais e abstratas. São 5 passos:
1- Os sentidos recolhem o material que vai formar idéias particulares.
2- O entendimento vai se familiarizando com as impressões particulares decorrentes dos sentidos.
3- As idéias familiarizadas são alojadas na memória.
4- Para recuperar as idéias na memória, rotulam-se as mesmas, ou seja, emprega-se um nome aos conceitos (daí a importância da linguagem. Ela é o meio pelo qual as idéias exteriorizam-se).
5- Abstrai-se e criam-se nomes gerais, universais, que todos (ou quase todos) são capazes de entender.
A definição lockiana de conhecimento é: “percepção do acordo e conexão ou desacordo e oposição entre as minhas idéias”. O conhecimento é interno ao sujeito. É a capacidade de relacionar ou constatar o desacordo entre idéias. A informação (este não é um termo contemporâneo de Locke) é exterior. Pode virar ou não conhecimento.
Que benção! Se a informação pode virar conhecimento e vivemos na era da Sociedade da Informação, a possibilidade de conhecimento é grande, né? Não é bem assim. Recorramos novamente ao “Ensaio sobre o Entendimento Humano”. Locke nos fala de 3 graus de conhecimento:
Primeiro, o intuitivo que consiste na comparação imediata entre duas idéias, sem, portanto, necessidade de mediação. Mas não é sempre que conseguimos comparar sem mediação. Então surge o conhecimento demonstrativo, racional, que consiste na intermediação entre duas idéias para que haja a ligação. A matemática é um exemplo. Por fim, temos o sensitivo, que é a percepção das coisas particulares, limitado pelos próprios órgãos sensoriais. Este, só é válido para aquele momento. “Não é possível fazer-se ciência nesse grau de conhecimento”, diz Locke.
A informação está nesse grau.
A Sociedade da Informação não é, necessariamente, benéfica. Ao contrário, pode ser um obstáculo ao conhecimento. Conhecimento é um processo interno. É a possibilidade de aplicar o aprendido a outras situações, generalizar.
Conhecimento é “digestão”. Mas, hoje em dia, mal comemos uma informação, já temos outra sobre a mesa. Vorazes, devoramos. Engordamos, mas não estamos nutridos.
Repassar informação! Eis o que a maioria das escolas faz. Pressionadas pela necessidade de aprovação no vestibular, enxergam os alunos como “sacos” de depósito de conteúdo. Não ensinam a pensar, a fazer as conexões (como Locke aponta ainda em 1690).
Dicionários contemporâneos colocam conhecimento e informação como sinônimos. E, algumas pessoas tomam um pelo outro. “Menina, você não viu isso hoje no jornal?”, perguntam indignadas. Viram papagaios. Reproduzem o que ouvem ou lêem.
Voltando ao Estadão. O comercial é todo pautado pela oposição entre conhecimento e informação. Vejamos algumas colocações:
“Se hoje informação é de graça, qual o valor do conhecimento?”
Visão estritamente mercantil. Conhecimento, aqui, é mercadoria. O valor cognitivo seria aumentado pela gratuidade da informação. Que beleza!
“Conhecimento é difícil de achar.” Eis uma definição brilhante! O conhecimento não é “achável”. Como vimos, é um processo interno do sujeito.
Jornal, seja ele qual for, não traz em si o conhecimento. Mas se, por ventura, um trouxesse, todos trariam. Ilustro com manchetes desse domingo (18/09/09):
Estadão on line: “PM busca traficantes e corpos em quatro morros da zona norte do Rio”
Folha on line: “Mais inocentes podem ter morrido no Rio, diz PM”
Para usar como argumento de venda a distinção entre conhecimento e informação, ou a agência de publicidade do Estadão sabia que o jornal não fornece conhecimento e foi imoral, ou (o que é mais provável) só tinha informação e não conhecimento sobre o conhecimento.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Putz! Como não pensei nisso antes?
Juliana Uchôa e Bruno Oppido, da F Nazca, criaram um anúncio um tanto quanto inusitado, para lançar a nova linha de lavadoras da Electrolux.
Clap, clap, clap.
Vale a pena o clique
Através de indicações, conheci um trabalho muito bacana produzido pela Death Master Produções, para o clipe "Now I'm Brokem", da banda Lifetimes.
A direção é de Dherelynn Roth.
Produção independente.
Ribeirão Preto na cena.
Ajude o clipe a ser veiculado na MTV. Clique aqui e vote.
A magia do futebol
Como explicar toda a emoção de um País, que atravessa uma grave crise política, pelo simples fato de seu selecionado nacional se classificar para a copa do mundo de futebol?
terça-feira, 13 de outubro de 2009
A viagem
Essas quatro horas e meia vão custar mais a passar do que jogo de tênis da segunda divisão, pensei ao dar partida no carro. E o pior nem era isso. O pior era chegar. Confraternização de família é tudo igual. O padeiro da esquina é mais íntimo do que metade dos que estão na festa. É tia trocando nome de sobrinho. É prima que engravida antes do tempo. É a rodinha de cá falando mal da de lá e a de lá fofocando sobre a de cá. O inferno “terrestrizado”.
Mas eu dirigia com cara de satisfeito. Afinal, era a primeira vez que saíamos “em família”. Ao meu lado, Marcela corrigia as provas de seus alunos do período da manhã. Buraco na pista e zero virava nove. Um calor dos infernos, mas ela teimava em manter o vidro fechado. “Senão estraga o penteado, amor”. O pai dela, Seu Agemiro, farda impecável como sempre, apontava as coordenadas com um olho na pista, outro no mapa de ponta cabeça. “Em frente, meu rapaz” repetia de minuto em minuto, como se brotasse uma bifurcação a cada quilômetro. Atrás de mim e ao lado do comandante a sogrona, dona Geni. Sogrona sem eufemismo. A velha devia pesar para lá de cem.
“Volta, volta. Isso. Deixa nessa estação, Rodrigo.”
“Quando te vê...”
“ E os meus olhos ficam sorrindo...”
“ E pelas ruas vão te sentindo.”
“Seguindo, papai. E pelas ruas vão te seguindo.”
“Cuida da sua vida, Marcela.”
O que fiz para merecer isso? O ponteiro maior do relógio não tinha sequer completado a primeira volta!
Aturdido, não percebi a fila de carros no pedágio. Tive que frear bruscamente. Algo tocou o meu calcanhar. Ao olhar para baixo, subiu um gelo pela espinha. Maldito Lúcio. Eu não queria ter saído ontem, mas ele insistiu. “Deixa de frescura, Rodrigo. A gente fica só um pouquinho. A Marcela nem vai desconfiar. Amanhã você só viaja à tarde!” A sandália vermelha atrás do meu pé era a prova cabal. Estava encrencado, enrolado, enrascado e todos os “ados” e “idos” aplicáveis. E se ainda tivesse aprontado! Mas não. Vou pagar por um crime que não cometi. Dizia mamãe sabiamente: “Papagaio come milho e periquito leva a fama”. Eu tentei tirar o corpo na hora de ir embora da boate, mas o Lúcio insistiu. De novo. “É só uma caroninha. Nada mais do que seis quarteirões, meu irmão! Vai deixar a moça a pé a essa hora da madrugada? Deixei os dois na casa dela. Ela. Uma pessoa que nem o nome eu sabia ia me ferrar bonito!
Voltei a mim com a Marcela me estendendo um lenço de papel.
“ Nossa, amor! Que suadeira é essa?"
“Fico nervoso quando pego estrada. Não esquenta.”
Difícil não esquentar. Meu rosto fervia. A imensa subida se aproximava e eu em quinta marcha. Nem por decreto eu tiraria o pé de cima daquela sandália.
“O carro precisa de mais força, meu rapaz”
“Está acelerado, seu Agemiro. Dá para subir. Gasolina ultimamente está custando os olhos da cara”
Antes passar por mão de vaca do que por galinha.O meu arsenal de caras complacentes estava se esgotando quando, por milagre, um acidente na pista. Trânsito lento. Era a minha chance. Atenção dos velhotes e da Marcela voltada para o fato. Abri a porta e soltei discretamente a sandália pelo vão.
Aumentei o rádio. Comecei a cantar.
“Animadinho, hein”
“É o jeito, minha linda.”
Foram dez minutos de alívio. Só podia ser provação! Bati o olho no retrovisor e um dos faróis do carro de trás piscou. E de novo. E de novo. De tão velho, o outro não devia funcionar. E não é que a passageira está sacudindo feito louca a maldita sandália vermelha! Emendei uma terceira ,uma quarta, depois a quinta.
“Que pressa é essa, rapaz?”
Nem me dei ao trabalho de responder. Meia hora de percurso em quinze minutos de relógio e lá estávamos em frente ao salão. Nem sinal do tal carro.
Estacionei. Todos saíram, exceto dona Geni.
“Vamos mamãe”
“Peralá, Marcela, resmungou cabisbaixa a velha. Tirei minha sandália no meio da viagem e não estou encontrando!"
Para ler outros textos meus ou espiar meus quadros, clique aqui.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
A máquina de fazer propaganda
Essa máquina de fazer propaganda vem com tudo programado e automatizado para agradar o cliente.
Pra que contratar uma agência de publicidade se você pode fazer tudo com a incrível Ad-O-Matic?
Se pudéssemos classificar essa animação seria, digamos, uma tragicomédia (principalmente para os publicitários), por que, se pararmos para pensar, essas máquinas existem: somos nós.
Via Brainstorm9
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Assustador?
Ontem assisti um comercial diferente de lanche (pra não dizer esquisito).
Confiram abaixo.
Opiniões?
O X da questão
Profissionalmente, o que é mais importante para você:
Ter prazer e ganhar dinheiro ou ganhar dinheiro e ter prazer?
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Por mais ciência na propaganda
Será que botar mais ciência na propaganda é maléfico? Será que vamos perder a poesia?
Será que a comunicação será ainda mais bunda mole? Previsível? Formatada? Sem graça?
Onde ficaria a emoção nesse caso? Seria o fim da criatividade? A morte do inesperado? Vejamos.
O filósofo brasileiro Olavo de Carvalho (http://www.olavodecarvalho.org/) diz que “ . . . o ser humano só tem três linguagens para dar forma ao que apreende da realidade:
o mito, que expressa compactamente impressões de conjunto;
a ciência experimental, que descreve e explica grupos particulares de fenômenos segundo um protocolo convencional de métodos e aferições;
e a filosofia, que faz a transição entre as duas anteriores.”
Será então a filosofia a solução para todos os nossos problemas? Vou pensar mais a respeito.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Com essa foto dá pra vender o quê?
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Com essa foto a Bleublancrouge, Montreal, Canadá vendeu...
"A noiva de Frankstein"!
Criação da Fernanda Rosa. Parabéns, Fernanda!
Não precisa trocar de corpo para ficar em forma.
Twittada
O Rio de Janeiro acaba de ser escolhido para sediar as olímpiadas de 2016.
É pra comemorar ou pra chorar?
Cuidado, comunicador!
Relendo o post do Raul sobre a ciência na propaganda, lembrei-me do comercial da Smirnoff que começa com a frase "imagine algo que nunca ninguém imaginou".
Propaganda não é ciência, mas temos que tomar muito cuidado com o que colocamos na casa das pessoas ou nas ruas.
Senão corremos o risco de comunicar besteiras monumentais, como por exemplo atribuir ao nosso consumidor uma certa mediunidade.
Twittada
Ontem rolou o Video Music Brasil, em SP. 2 entre todos os prêmios tiveram destaque. Negativo.
Artista do ano: Fresno.
Melhor banda de rock: Forfun.
Fazendo uma conta rápida: se é o público que elege o vencedor e o público da MTV é jovem, logo os jovens, os intitulados "responsáveis" por um mundo melhor, merecem entretudo o governo atual.
O nome do evento deveria mudar para Video Music Besteirol.