sábado, 31 de maio de 2008

Movimento em Branco








Por Rony Neves

Um projeto iniciado há 9 anos por Alfonso Ballestero, Doutor em Poéticas Visuais e Mestre em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, que propõe um percurso sensorial de esculturas, com o objetivo de ultrapassar os limites da simples observação visual, instigando a contemplação poética por outros sentidos.
Ultrapassando as fronteiras do ver, este projeto possibilita a acessibilidade de pessoas com limitações visuais no contexto das artes plásticas e valoriza uma visão holística dos seres humanos.

Produzidas em diversos materiais, as esculturas cuja poética nos remete às formas orgânicas e sensuais, espelhadas pela cor branca - somatória de todas as cores, proporcionam uma experiência estética diferenciada, que conduz o público por meio das diferentes percepções a múltiplas sensações reveladas pelo imaginário único e especial de cada ser.

Em um rápido bate-papo, Alfonso se diz muito satisfeito por perceber que o público está entendendo a mensagem transmitida por ele através das obras e nos revela uma declaração que muito o marcou, feita por uma pessoa com limitações visuais após contato com as esculturas: “Você tem a percepção de ver com os olhos e eu com os dedos, e chegamos ao mesmo lugar”.
Indagado sobre o que o inspirou a realizar este projeto, Alfonso nos diz: “A necessidade de fazer uma obra de arte verdadeiramente universal”.

O projeto Movimento em Branco está em exposição no Sesc São Carlos (www.sescsp.org.br) até 22 de junho.

Sintaxe à vontade

Criado há mais de quatro anos, O Teatro Mágico, que faz uma fusão da música com o circo, o teatro e a poesia, vem ganhando notoriedade, principalmente no cenário independente da arte.
Ontem, numa grande apresentação em Ribeirão Preto, lançou seu novo álbum "2º Ato" que em breve estará à venda.
É do álbum de estréia “sintaxe à vontade”. Vale a pena conferir a descontrução sintática do prelúdio e mais: como essa abordagem lingüística nos inspira a reflletir sobre alguns valores sociais:



Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
a partir de sempre
todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
todo verbo é livre para ser direto ou indireto
nenhum predicado será prejudicado
nem tampouco a crase, nem a frase, nem a vírgula e ponto final!

afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas,
entre vírgulas
e estar entre vírgulas pode ser aposto
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos
sendo apenas um sujeito simples
um sujeito e sua oração
sua pressa e sua prece
que a regência da paz sirva a todos nós... cegos ou não
que enxerguemos o fato
de termos acessórios para nossa oração
separados ou adjuntos, nominais ou não
façamos parte do contexto.
sejamos todas as capas de edição especial
mas, porém, contudo, entretanto, todavia, não obstante
sejamos também a contra-capa
porque ser a capa e ser a contra-capa
é a beleza da contradição
é negar a si mesmo
e negar a si mesmo
é muitas vezes, encontrar-se com Deus
com o teu Deus
sem horas e sem dores
que nesse momento que cada um se encontra aqui agora
um possa se encontrar no outro, e o outro no um
até porque...

tem horas que a gente se pergunta...
por que é que não se junta
tudo numa coisa só?


(Fernando Anitelli)

Pra conhecer um pouco mais do trabalho deles, é só acessar http://www.oteatromagico.mus.br/

sexta-feira, 30 de maio de 2008

De onde ele tira tamanha inspiração?

Ednaldo Pereira é cantor, compositor e galã. Ontem se apresentou no Programa do Jô da rede Globo com seu grande hit bilíngue "What is the Brother".

Assistam o clip dessa estrela e se inspirem.

Caso Ronaldo inspirou campanhas. Novidade?


Por Raul Otuzi

Não é novidade para ninguém, toda vez que acontece algo que se transforma em assunto nacional os publicitários pegam carona e mandam ver anúncios de oportunidade.

O caso Ronaldo é um dos exemplos mais recentes. A Publicis Rio criou para Varilux um anúncio que diz: “Para não levar André por Andréia, use Varilux”, referência a Andréia Albertini, um dos três travestis envolvidos.

Já a W/Brasil criou para a Bom Bril, um anúncio que traz como título: "Não leve gato por lebre. Só Bom Bril é Bom Bril." Uma alfinetada clara na Assolan.

Bom-humor em ambos. E visibilidade garantida. Funciona.


quinta-feira, 29 de maio de 2008

Beber ou dirigir, eis a questão.

Não sei se por implicação legal ou não, o fato é que nas últimas semanas as companhias cervejeiras mudaram o tom do aviso em relação à trágica combinação entre álcool e volante.
A análise que quero propor à discussão é estritamente da linguagem, sequer resvala na legalidade.

Até pouco tempo, o aviso era “Se for beber, não dirija”, que colocava a condição (se) no ato de beber. Já no aviso que está encerrando os comerciais mais recentes“ Se for dirigir, não beba”, ao contrário, a condição está no ato de dirigir, ou seja, se, por acaso, você for dirigir, não beba.

Acredito que, publicitarimante, a sentença agora tenha mais força, pois pressupõe que sem dirigir podemos ficar, mas sem beber, jamais.

Imagens chocantes inspiram fumante a parar?


















Deu em vários noticários:

“O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, lançou nesta terça-feira, dia 27, as novas imagens de advertência para os riscos à saúde causados pelo cigarro das embalagens dos produtos de tabaco.

Pela primeira vez, as fotos e mensagens foram produzidas e selecionadas com base em um estudo. Desenvolvido de 2006 a 2008, este estudo mediu a reação emocional de 212 jovens entre 18 e 24 anos, fumantes e não fumantes, de três faixas de escolaridade (ensino fundamental, médio e superior), divididos igualmente em homens e mulheres.

Foram julgadas as características emocionais das imagens sem referência à sua função de advertência sanitária. As novas imagens foram consideradas mais aversivas, em comparação com as anteriores, aumentando o potencial de gerar uma atitude de afastamento do produto.”

E aí, o que você acha disso? Imagens desse tipo ajudam a combater o fumo?

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Muito prazer!

O que inspira? é um blog de três publicitários que buscam inspiração em tudo o que fazem em suas vidas.

Três caras que buscam inspirar consumidores e, o mais importante, inspirar pessoas. São eles: Matheus Arcaro, Raul Otuzi e Rony Neves.

Matheus Arcaro é redator, filósofo iniciante e, nas horas vagas, escritor e pintor. Ah, é são-paulino também.

Raul Otuzi é redator, professor de criação e redação publicitária. É palmeirense roxo. Não tem horas vagas.

Rony Neves é diretor de arte, bombeiro e DJ. Nas horas vagas, é corinthiano. Timão, ê ô, timão, ê ô…

Três caras que acreditam que, se a necessidade é mãe da invenção, a inspiração é a avó. Mãe de toda criatividade.

Porque a inspiração é a fagulha que acende o desejo de criar. É o ponto de partida para a realização de coisas bacanas. É o que, em essência, faz a transpiração acontecer.

São as pessoas inspiradas que movimentam o mundo.

E de onde vem a inspiração? De diversas fontes. Da palavra, do design, da música, dos sonhos, de uma noite bem ou mal dormida.

Basta ter abertura e sorver as referências, apurar a sensibilidade e o senso de observação. Tudo isso nos motiva.

E para você, o que inspira?